A obra Transforming modern macroeconomics: exploring disequilibrium microfoundations (1956-2003), escrita pelo professor Mauro Boianovsky, da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia (FACE), em parceria com o britânico Roger Backhouse, da Universidade de Birmingham, foi escolhida como melhor livro do ano pela European Society for the History of Economic Thought (ESHET).
“O livro cobre um período importante da história da teoria macroeconômica ainda não estudado em profundidade”, diz Boianovsky.
O pesquisador conta que a obra, publicada em 2013 pela Cambridge University Press, narra a busca dos fundamentos microeconômicos do desequilíbrio compatíveis com a teoria macroeconômica keynesiana, a partir das teorias de Patinkin, Clower e Leijonhufvud. Baseia-se também nos modelos usados hoje em dia para analisar a dinâmica dos mercados de bens e trabalho, numa situação, muitas vezes, de competição imperfeita.
“Esses teóricos observavam o desequilíbrio dos agentes que acabava afetando preços e, por consequência, a venda e a compra de mercadorias”, explica.
Para o professor, entender como é possível coordenar ações dos diferentes agentes econômicos para atingir o equilíbrio de mercado pode ser útil para analisar o desemprego, por exemplo. “Os estudos de macroeconomia do desequilíbrio saíram de moda neste século, mas ainda podem explicar muita coisa”, afirma.
Segundo ele, o capítulo que fala sobre Patinkin resulta de um artigo premiado em 2007 pela congênere norte-americana da sociedade europeia, a History of Economics Society (HES), que também estimula trabalhos nesta área.
Sobre a parceria com o economista inglês Roger Backhouse, um dos mais proeminentes historiadores do Reino Unido na área econômica, Boianovsky diz que tudo começou há dez anos durante o pós-doutorado na Duke University, nos Estados Unidos, onde Backhouse era pesquisador visitante. “As primeiras conversas sobre o livro surgiram anos depois”, lembra.
Mauro Boianovsky é professor do departamento de Economia da UnB nas disciplinas de Teoria do Desenvolvimento Econômico e História do Pensamento Econômico.
Além do reconhecimento da HES e ESHET, ele também recebeu prêmio de melhor artigo acadêmico da ANPEC (Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia) em 2011. “Neste trabalho, falava sobre Celso Furtado e estabilização econômica na América Latina”, diz.
A cerimônia de premiação acontecerá em maio do ano que vem, durante a próxima reunião anual da ESHET, em Roma. O prêmio é um reconhecimento a contribuições originais e significativas para a História do Pensamento Econômico.
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