As culturas e as línguas são bem diferentes, mas o interesse em cooperar é comum. Oito representantes de universidades da África do Sul, da China e da Rússia visitaram a Universidade de Brasília na manhã desta terça-feira (3) e demonstraram entusiasmo em estreitar as relações com a instituição da capital. “Estamos felizes em estar aqui. Temos a intenção de desenvolver relações de parceria com o Brasil”, disse Shivleta Tagirova, diretora de relações internacionais da moscovita Higher School of Economics (HSE).
“Esse tipo de encontro é estratégico para o desenvolvimento de cooperações. Queremos incluir a UnB entre nossas parceiras no Brasil”, afirmou a pesquisadora russa Elena Pisarchik, do National Research Nuclear University (NRNU – Mephi). Segundo ela, as áreas de interesse da instituição europeia incluem tecnologia, saúde, energia, economia e finanças. “Queremos ampliar nossas atividades de intercâmbio a fim de compartilhar experiências e conhecimentos”, explica.
Responsável pela área de projetos estratégicos da sul-africana North-West University, Theo Bekker falou sobre o interesse de sua instituição em áreas como a de produção de energia. Ele ressaltou, entretanto, as dificuldades de aproximação que há decorrente das diferenças de língua. “Essa é uma barreira que precisamos derrubar”, disse.
O reitor Ivan Camargo disse que instituição precisa avançar na área da internacionalização. “Essa é uma de nossas prioridades”, afirmou. O gestor informou que encontros como esse são passos necessários para acordos bem-sucedidos. “Uma boa relação muitas vezes começa com esse encontro face a face”, avaliou.
O diretor da Assessoria de Assuntos Internacionais (INT/UnB), Eiiti Sato, classificou a visita como “muito importante para a universidade e para as relações entre os integrantes dos Brics”. Sato e a servidora da INT Luanna Ribeiro recepcionaram o grupo e apresentaram dados sobre estudantes e cursos da UnB.
TOUR PELA UnB – O grupo internacional iniciou a visita pela Reitoria e seguiu para conhecer, em ordem, o Instituto Confúcio (IC) e a Faculdade de Tecnologia (FT). Na primeira parada, a comitiva recebeu informações sobre as ofertas de ensino em língua estrangeira na UnB. “Temos cursos em 25 línguas”, disse o diretor do Instituto de Letras, ao qual o IC está vinculado, Enrique Huelva. Ele entende a área como “estratégica no processo de internacionalização”.
O diretor da FT, Antônio Brasil, apresentou informações sobre a presença da unidade acadêmica no exterior acompanhado de Alina Gilmanova, estudante russa que cursa doutorado na Universidade de Campinas e desenvolve pesquisas na UnB. Sem conhecer muito sobre a língua portuguesa quando chegou ao Brasil há um ano e meio, Alina elogia a experiência na América do Sul. “Tive muito apoio dos orientadores e não foi difícil me adaptar”, afirmou.
Antes de conhecer as instalações da UnB, o grupo participou de encontro de ministros dos Brics organizado no início da semana pelo Ministério da Educação. O bloco de nações emergentes Brics é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A Índia foi o único país sem representantes na visita à universidade brasiliense.