Um ambiente mais arejado, iluminado e com espaço adequado para espera e atendimento. É assim que Érica Melo, estudante do 3º semestre de Pedagogia, descreve o novo espaço da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS) do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), que, desde agosto, passou a funcionar no Bloco de Salas de Aula Eudoro de Sousa (Baes). A DDS é uma das unidades remanejadas do prédio da Reitoria para outros endereços no campus Darcy Ribeiro.
As mudanças vêm para alocar os setores em espaços mais adequados ao seu funcionamento e diminuir a ocupação no prédio administrativo principal. Segundo o secretário de Infraestrutura da UnB, Alberto de Faria, o crescimento da Universidade e, consequentemente, de vários setores gerenciais, incidiu em uma "absoluta falta de espaço no edifício, implicando a necessidade de reordenamento".
Para ajudar a resolver a questão, o gabinete do DAC, a Procuradoria Jurídica (PJU), a Auditoria (AUD) e a Coordenação de Processo Administrativo Disciplinar (CPAD) migraram para o Baes. Com isso, o bloco passou a ser totalmente administrativo. As aulas antes ministradas ali foram transferidas para outros prédios. O edifício do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) também recebeu novos ocupantes, passando a abrigar o Decanato de Pós-Graduação (DPG) e o Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI). Já a Coordenação de Protocolo ficou endereçada no Pavilhão Multiuso I – endereço do antigo posto dos Correios, recentemente desativado.
O remanejamento das áreas foi embasado em estudo técnico realizado pelo Centro de Planejamento Oscar Niemeyer (Ceplan) da Secretaria de Infraestrutura (Infra) da UnB. "Avaliamos quais unidades poderiam funcionar fora da Reitoria sem ter suas atividades comprometidas. Isso foi feito em diálogo com a gestão, os decanos e os vários setores envolvidos", conta o secretário Alberto de Faria. Ele explica que os custos para as mudanças foram apropriados nos contratos já existentes, dentro do orçamento de cada unidade e do gabinete da Reitoria – o que foi importante para não incidir em despesas adicionais para a Universidade.
Confira abaixo o quadro resumo das movimentações realizadas nos últimos meses:
MUDANÇAS EM VISTA – Além das unidades já transferidas para outros prédios, alguns setores que permanecem na Reitoria estão em fase de realocação dentro do próprio edifício. O propósito é readequar o espaço ao tamanho das equipes e reunir setores de uma mesma unidade que estão dispersos em diferentes andares.
É o caso da Assessoria de Assuntos Internacionais (INT), cujo pessoal anteriormente estava dividido em dois pavimentos. Agora, toda a equipe trabalha no térreo do prédio. "A mudança melhorou nossos processos de trabalho. O local aqui também é mais apropriado para o atendimento que prestamos ao nossos parceiros internacionais e ao público acadêmico", diz Leonardo Martins, assistente de direção da INT.
Outras unidades dispersas no edifício serão agrupadas em breve. Entre elas os seguintes decanatos: de Administração (DAF); de Gestão de Pessoas (DGP); de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO). “Estas readequações trarão um enorme ganho, tanto nas relações humanas quanto nos fluxos de trabalho”, avalia Dioney Brito, assessora especial da reitora, que responde pelas mudanças dentro do Gabinete da Reitoria (GRE). "Estamos melhorando também as condições de trabalho, principalmente para equipes que cresceram muito ao longo dos últimos anos", completa.
Algumas unidades permanecerão no mesmo pavimento que ocupam, mas terão seus espaços ampliados, a exemplo do Decanato de Extensão (DEX), da Vice-Reitoria (VRT) e da Secretaria de Comunicação (Secom). Também está previsto um novo espaço para o apoio do GRE, que já passou a funcionar no 2º pavimento do prédio. Além disso, haverá uma sala de reuniões no subsolo da Reitoria, cujo uso poderá ser agendado por qualquer setor administrativo da UnB.
Muito procurada por estudantes, a Secretaria de Administração Acadêmica (SAA) também passará por mudanças, mas apenas em 2019, após a conclusão do Centro de Vivência – prédio em construção próximo ao Restaurante Universitário. O novo espaço tem conclusão prevista ainda para este ano e deve acomodar também áreas de atendimento do DEG e do DAC.
BALANÇO – A equipe da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS/DAC) conta que a mudança veio em boa hora. “A DDS carecia de um novo espaço. Anteriormente não tínhamos salas individualizadas e com mínimo isolamento acústico para acolher os estudantes”, conta o psicólogo e coordenador técnico do setor Eduardo Lemgruber. Uma saída encontrada pelo profissional era realizar atendimentos fora da diretoria, até mesmo ao ar livre.
Após a mudança para o Baes, a unidade teve seu espaço ampliado e, entre outros ganhos, passou a contar com quatro salas de atendimento individualizado. “Às vezes, o estudante chega aqui abalado, precisando conversar e, por vezes, chorar. Agora há um espaço agradável, adequado inclusive para isso”, opina a estudante Érica Melo, que, além de estagiar na DDS, é participante dos Programas de Assistência Estudantil. Para ela, os ganhos da mudança se sobrepõem ao fato do Baes não estar em uma localização tão central no campus quanto o prédio da Reitoria.
A avaliação positiva é compartilhada pela professora Maria Emília Walter, decana de Pesquisa e Inovação. “Nossa equipe está muito satisfeita com o espaço no qual fomos alocados. Além disso, a interação entre as áreas do CDT e do DPI é bastante salutar para os projetos", avalia a decana. "A mudança integrou mais a rotina da pesquisa e da pós-graduação às atividades do CDT e tem possibilitado que mais pessoas frequentem e conheçam o local", relata o diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, Sanderson Barbalho.
A decana de Pós-Graduação, Helena Shimizu, concorda que houve benefícios na mudança, mas defende que uma alternativa futura seja viabilizada, para que os decanatos estejam reunidos junto ao gabinete da Reitoria.
ESTUDO TÉCNICO – De acordo com o estudo técnico do Ceplan, o remanejamento é mesmo uma saída de momento. A principal recomendação técnica trazida pelo documento é a construção de um bloco anexo ao prédio da Reitoria.
"O atual edifício foi inaugurado em 1973, para uma universidade com público bem menor. Com o crescimento da UnB, é preciso expandir não apenas a estrutura acadêmica, mas também as áreas administrativas”, diagnostica o secretário da Infra. Ele observa, contudo, que a medida esbarra na capacidade financeira da Universidade.
Enquanto a construção de um novo edifício não sair do papel, Alberto de Faria garante que as readequações em curso são uma boa alternativa. “As redes elétricas e de infraestrutura da Reitoria estavam sobrecarregadas. Também poderíamos ter problemas de segurança, porque áreas de escape e de circulação estavam sendo bloqueadas por ocupações indevidas. Agora solucionamos essas questões", completa o secretário.