IMÓVEIS

Taxa de manutenção passaria a ser gerida pelos próprios moradores. Assunto ainda será discutido pela comunidade

Ocupantes de imóveis escutam ideia da Administração Superior de passar a gerir condomínio. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Antiga reclamação de quem vive em imóveis residenciais da Universidade de Brasília, a manutenção dos blocos pode ter um novo formato de gestão. Na última quinta-feira (27), a administração superior da UnB apresentou, em reunião com os representantes dos moradores, proposta que dá autonomia aos condomínios para administrar os recursos provenientes da taxa de manutenção.


A chamada administração de compossuidores permitiria que os próprios condôminos gerissem e fiscalizassem serviços de limpeza, jardinagem, manutenção predial, portaria e segurança. O modelo já é adotado por instituições como o Exército e a Aeronáutica, que também possuem imóveis em Brasília.

 

“São vocês, os ocupantes dos imóveis, que mais sabem onde estão os problemas e que têm melhores condições de fiscalizar a prestação de serviços”, comentou o secretário de Gestão Patrimonial, José Augusto Fortes.


Os moradores pagam duas taxas para permanecer nos imóveis da UnB: a de ocupação, equivalente a um aluguel, e a de manutenção, equivalente ao condomínio. Ambas vão para a conta única do Tesouro, que abriga as receitas da Universidade. Com a administração de compossuidores, a taxa de manutenção passaria a ser direcionada para os condomínios. “Cada um dos 22 blocos formaria uma associação para esse fim”, explicou José Augusto.


A reitora Márcia Abrahão destacou que os moradores não assumiriam quaisquer problemas estruturais dos edifícios, que continuariam a cargo da Universidade, como ocorre na relação entre proprietários e inquilinos. “A nossa expectativa é que, com a administração de compossuidores, os custos de manutenção sejam reduzidos e haja uma melhora na qualidade do serviço”, disse.


VANTAGENS – A servidora técnica Inara Linn Maracci, representante de um dos blocos da Colina, ficou animada com a proposta. “Nós, que vivemos nos apartamentos, sabemos o que é necessário. Teríamos as nossas demandas atendidas com mais rapidez”, comentou. “Se esse modelo for realmente adotado, precisamos deixar muito claro, por escrito, quais serão as responsabilidades de cada parte”, ponderou.


A servidora técnica Loide do Nascimento, também da Colina, sinalizou preocupação quanto à formalização das associações: “Somos leigos neste assunto, precisamos saber o passo a passo, como funciona a parte burocrática”. Para a professora Aida Fadel, representante de um dos blocos da 206 Norte, o temor é em relação à possibilidade de inadimplência dos condôminos. Será necessário discutir como fica a questão do recolhimento das taxas.


José Augusto tranquilizou os presentes e garantiu que a Secretaria de Gestão Patrimonial (SGP) dará o apoio necessário a todo o processo. Além disso, os moradores não serão obrigados a adotar o modelo. “Estamos oferecendo o que nos parece uma oportunidade, mas isso deve ser debatido sem pressa”, ressaltou a reitora. Uma próxima reunião entre a administração e os moradores deve ser realizada em fevereiro.

 

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