Os servidores técnicos do Decanato de Administração (DAF) participaram de uma roda de conversa com a reitora Márcia Abrahão na tarde desta quarta-feira (24). No encontro, apresentaram as principais demandas do setor, entre elas, questões relacionadas à infraestrutura e ao fluxo de processos. Também foram debatidas as ações da administração para a análise do Future-se, programa apresentado pelo Ministério da Educação na semana passada, e limites impostos à gestão da Universidade.
A reitora iniciou a conversa lembrando de mudanças significativas em atividades realizadas pelo Decanato, que deixaram de ser vistas como problemáticas pela comunidade acadêmica nos últimos anos. “O DAF saiu da linha de frente de críticas no CAD (Conselho de Administração) e no Consuni (Conselho Universitário), principalmente no que diz respeito à área de compras, que ganhou um sistema robusto, em fase de implementação”, comentou ela, agradecendo o empenho de todos os técnicos na fase de transição para os Sistemas Institucionais Integrados de Gestão (SIG-UnB).
“Mesmo com as dificuldades orçamentárias, temos feito grande esforço para seguir com o plano de obras e tudo isso também passa pelo DAF, que tem sido muito parceiro”, acrescentou Márcia. A reitora lembrou que o Decanato foi também grande articulador de duas importantes resoluções: uma que regularizou o pagamento de pessoas físicas e outra para orientar as doações à Universidade.
Na conversa, o diretor de Compras do DAF, Ricardo Rodrigues, mencionou o desejo de criar um planejamento mais amplo para a área, com diretrizes para guiar toda a UnB. “Nosso setor avançou muito, mas sempre achamos que é possível melhorar, principalmente na questão da estrutura organizacional, governança e gestão de riscos”, disse. A reitora sugeriu que o assunto seja discutido pela Câmara de Planejamento e Administração (Cplad), presidida, este ano, pelo DAF.
ESPAÇO – A secretária executiva Magna Valéria manifestou descontentamento com as condições do espaço físico para os servidores. “Desde que houve a mudança no prédio da Reitoria, ficamos muito prejudicados. Estamos aguardando há meses adequações em divisórias e instalação de ar-condicionados”, apontou. “Qual o nosso lugar na fila de atendimento? Desde que nos mudamos, ainda não conseguimos resolver a questão do ar”, completou o diretor de Importação e Exportação do DAF, Vitor Cotia.
O prefeito da UnB, Valdeci Reis, explicou que havia grande demanda reprimida para a instalação de aparelhos de ar-condicionado quando a atual administração assumiu. “Mais de 900 ordens de serviço estavam abertas. De lá para cá, instalamos 2.500 aparelhos”, contou, se comprometendo a resolver os pedidos do DAF com brevidade. Ele também falou das limitações de carga na rede elétrica da UnB, o que tem atrasado muitos pedidos. “A UnB ficou muitos anos sem negociar com a CEB uma franquia adequada às nossas necessidades. Estamos agora cuidando disso.”
A secretária de Infraestrutura, Helena Zanella, também garantiu que vai se debruçar sobre as demandas apresentadas. “Temos pensado em alternativas baratas para dar mais qualidade aos trabalhadores do prédio da Reitoria. Há engenheiros e arquitetos especializados no assunto na Infra, que podem sugerir, por exemplo, o trabalho em ambientes mais abertos, sem tantas divisórias, o que melhora a ventilação”, afirmou. A reitora lembrou que há, no DAF, uma área com vista para o Lago Paranoá repleta de arquivos em papel, que podem ser alocados para outro local e dar espaço a servidores.
DESAFIOS – O técnico Ronaldo Ribeiro, que atua na Diretoria de Gestão de Materiais, sinalizou preocupação com o programa Future-se, idealizado pelo Ministério da Educação. “Não dá pra projetar futuro quando a gente vê que as relações de trabalho podem mudar. Essa é uma questão muito preocupante, acho que a comunidade deveria estar muito a par do que está acontecendo”, disse ele, em referência à parte do programa que destinaria às organizações sociais toda gestão administrativa e financeira das universidades, inclusive com poder para contratar e demitir pessoal.
Márcia falou sobre a instituição de um grupo de trabalho para fazer análise técnica prévia do programa antes da reunião do Consuni, prevista para 2 de agosto. A gestora mencionou, ainda, as muitas limitações orçamentárias e recomendações de órgãos de controle. “Temos universidades discutindo se vão pagar a conta de luz este mês”, ilustrou.
Segundo ela, um dos caminhos para melhorar as condições de trabalho é investir na simplificação. “Também estamos trabalhando para implementar o teletrabalho. Mas isso depende de autorização do Ministério da Economia. Vamos encaminhar uma proposta, mas creio que muitas das atividades do DAF podem ser resolvidas dessa forma.”
Técnicos também questionaram a reitora sobre a concessão de pontos facultativos, principalmente nos dias que se sucedem a feriados. Márcia explicou que a Universidade possui o calendário acadêmico, aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), e o administrativo, estabelecido pelo Ministério da Economia. “Eu não tenho autonomia para conceder ponto facultativo fora do calendário definido pelo Ministério da Economia, como ocorria antigamente.”