ÓRGÃOS COLEGIADOS

Déficit de R$ 60 milhões não foi compensado. Estimativa é de que haja alívio nas contas de 2015

Foto: Júlia Seabra/UnB Agência

 

A transformação de recursos de investimento em recursos de custeio, a antecipação de receitas do Cespe e a utilização de recursos do ano anterior não foram suficientes para compensar o déficit de R$ 60 milhões estimado para a Fundação Universidade de Brasília em 2014. O anúncio foi feito pelo decano de Planejamento e Orçamento, César Augusto Tibúrcio, na manhã desta quinta-feira (11), durante a última reunião do ano do Conselho de Administração (CAD).

 

Segundo o decano, ainda restam cerca de R$ 500 mil para que a universidade honre seus compromissos no ano vigente. Para não comprometer os pagamentos de trabalhadores terceirizados e prestadores de serviço, as contas de despesas como água e luz serão pagas com atraso. César Tibúrcio informou que, ao contrário dos últimos anos, o Ministério da Educação não pôde fazer repasses extras à UnB.

 

A apresentação de César Tibúrcio também trouxe a evolução do orçamento nos últimos 12 anos e a projeção orçamentária de R$ 1,6 bilhão para 2015. A maior parte desse volume – cerca de R$ 1,130 bilhão – é destinada ao pagamento de professores e técnico-administrativos ativos e aposentados, o chamado recurso carimbado. A verba destinada ao custeio é de aproximadamente R$ 485 milhões, com previsão de R$ 79 milhões para investimentos. Confira os dados apresentados.

 

Na avaliação do gestor do DPO, a situação orçamentária da UnB tende a ser menos apertada no próximo ano. A regularização da mão de obra é apontada como uma das principais medidas para diminuir o custeio da instituição. “Deixaremos de ter de pagar cerca de R$ 40 milhões com a substituição de prestadores de serviço por servidores do quadro”, estima.

 

RELATÓRIO – O Conselho de Administração aprovou ainda o parecer favorável do professor José Manoel Sanchez sobre resolução que regulamenta a cobrança de custos indiretos e estabelece normas para captação de recursos compensatórios sobre convênios e contratos com instituições externas. A questão, que havia sido discutida em quatro reuniões da Câmara de Administração (CAF), teve 30 votos favoráveis e três abstenções.

 

A decisão deve garantir para a universidade parte dos recursos empregados na seguinte medida: 20% para cursos, 15% para pessoas físicas e 10% para outras despesas de custeio. Os valores são dez pontos percentuais menores em cada item da proposta aprovada na CAF. Essa foi a única mudança no documento original realizada pelos conselheiros.

 

Outras deliberações do CAD foram a indicação de professores para as câmaras de Assuntos Comunitários e de Gestão de Pessoas. Prevista em pauta, a análise do Relatório da Comissão de Flexibilização começou a ser apreciada pelos conselheiros, mas, pelo prolongamento dos debates anteriores, foi adiada para o ano que vem.

 

INFORMES – A reunião do CAD teve início com considerações do reitor Ivan Camargo sobre seminários científicos que movimentam a Finatec com discussões sobre temas como a sustentabilidade na Amazônia e o desenvolvimento de satélites em universidades. Na sequência, as professoras Diana Pinho, diretora da UnB Ceilândia, e Andrea Maranhão, diretora do Instituto de Ciências Biológicas, criticaram a dificuldade de empenhar orçamentos e de fazer compras para suas unidades. As docentes se dispuseram a voltar a se reunir com as áreas administrativas da universidade para reorganizar os fluxos desses processos.

 

O diretor do Instituto de Física, José Felippe Beaklini Filho, informou que as compras previstas para a unidade foram bem-sucedidas e anunciou a ascensão de cinco docentes ao posto de professor titular da carreira.

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