DIVERSIDADE

Inauguração do Centro de Convivência Multicultural dos Povos Indígenas aconteceu nesta segunda (1º) no campus Darcy Ribeiro

Foto: Júlia Seabra/UnB Agência

 

Foi inaugurado, na tarde desta segunda-feira (1º), o Centro de Convivência Multicultural dos Povos Indígenas da Universidade de Brasília.

 

Criado para ser referência da cultura indígena na UnB, o prédio - chamado de Maloca por estudantes e professores - abriga salas de aula, laboratório de informática e espaços característicos da arquitetura indígena, como redário e pátio cerimonial.

 

A previsão é que o local comece a funcionar no início do próximo semestre letivo. Para marcar o começo das atividades, será organizada uma festa indígena com rituais e comida típica.

 

"É um sonho realizado", disse o estudante de Engenharia Florestal e vice-presidente da Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB (AAIUnB), Poran Potiguara. "Ainda me lembro do primeiro desenho feito à mão debaixo de uma árvore perto do RU", lembra.

Poran Potiguara: "Mais que um espaço físico, a Maloca é um espaço espiritual de aproximação das comunidades indígena e acadêmica". Foto: Júlia Seabra/UnB Agência

 

"Lugar de interação, discussão das questões indígenas e celebração da diversidade cultural, ele foi planejado com eles e para eles", disse a decana de Assuntos Comunitários, Denise Bomtempo, em referência à luta dos estudantes indígenas pela construção do espaço e ao apoio dado pela UnB.

 

Antes de sua fala, a vice-reitora Sônia Báo passou a palavra para o professor José Geraldo de Sousa, reitor da universidade quando o projeto teve início. "Manifesto a alegria de ver a obra finalizada nesta gestão", disse. "A UnB dá uma lição ao Brasil e ao mundo ao honrar Darcy e nossos ancestrais indígenas. A obra é o reconhecimento de parte importante da espiritualidade brasileira que corre o risco de se perder."

 

Sônia Báo agradeceu aos engenheiros da UnB. "A instituição ganha como um todo com a continuidade das obras", afirmou. Ela destacou a importância do espaço na adaptação dos estudantes indígenas à vida universitária. "É um local de tutoria, monitoria e acompanhamento dos alunos."

 

A cerimônia terminou com dança. "Dançamos o Toré em diversas situações, quando estamos alegres ou tristes, para celebrar, mas não só. O Toré nos conecta com o momento presente", explicou Poran.

 

Também estiveram presentes Thiago Magalhães, da Diretoria da Diversidade, e os engenheiros Henrique Pires e André Aquere, diretores de Obras e de Gestão de Infraestrutura da UnB, respectivamente.

Em celebração, estudantes indígenas dançam o Toré. Foto: Júlia Seabra/UnB Agência

 

ESTUDANTES INDÍGENAS - Poran é um dos 74 estudantes indígenas de diferentes etnias que cursam a graduação na UnB. Desde a assinatura do convênio entre a universidade e a Funai (Fundação Nacional do Índio) em 2004, 13 indígenas se formaram. Um deles está na pós-graduação, segundo Poran.

 

"Somos diversas etnias na UnB", disse. "Baré, Kaimbé, Atikum, Tikuna, Tupiniquim, Pankararu, Puyanawa", citou o estudante, que faz parte da etnia Potiguara. "A única que se manteve no litoral do Brasil desde a chegada dos portugueses."

 

Confira a cobertura da UnBTV

 

CENTRO DE CONVIVÊNCIA MULTICULTURAL DOS POVOS INDÍGENAS

ÁREA: 944 m2

INÍCIO DO PROJETO: outubro de 2011

TÉRMINO DA OBRA: agosto de 2014

VALOR TOTAL DA OBRA: R$ 1,5 milhão

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