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OPINIÃO

Ana Tereza Reis da Silva

 

A obra Leituras Críticas em Educação e Direitos Humanos, que será lançada nesta sexta-feira (5), aporta pistas teóricas e práticas em conformidade com os desafios indicados pelas Diretrizes Nacionais em Educação e Direitos Humanos vigentes desde maio de 2012. Contando com a contribuição de professores/pesquisadores que atuam na formação docente, o livro expressa a diversidade de abordagens, aportes teóricos, conteúdos e perspectivas de forma. Expressa igualmente os desafios que se colocam à construção de práticas educativas e de uma cultura política em Direitos Humanos (DH).

 

A partir do pluralismo de suas abordagens, a obra sugere que as experiências bem sucedidas e empiricamente fundamentadas, bem como as reflexões teóricas empreendidas por pesquisadores e educadores, constituem fonte profícua para referenciar as práticas que tomam lugar nos espaços de formação da Educação Básica e do Ensino Superior.

 

O que se defende é que a Educação em Direitos Humanos (EDH) pode e deve ocupar lugar central nos espaços de formação (escolar e acadêmica) como parte intrínseca de um projeto político pedagógico coletivamente construído. Tal intento constitui tarefa com a qual diversos setores da sociedade civil e do Estado estão diretamente implicados e na qual a educação ocupa, não obstante, papel estratégico. Isso implica questionar: o que abordar e como abordar quando se trata de educar em EDH? Qual tempo e espaço devem ser dedicados às práticas educativas em EDH?

 

As respostas que essas questões recebem ao longo da obra, apontam para uma pluralidade de conteúdo e forma. De fato, educar em direitos humanos envolve os mais diversos temas implicados com as ideias de justiça, cidadania ativa, democracia participativa e deliberativa, identidade e direito à diferença; e, no seu revés, à exclusão social, à violência (física e simbólica) praticada por indivíduos ou mesmo pelo silenciamento e omissão do Estado, à negação das identidades não hegemônicas.

 

Dado que os DH revelam uma extensa pluralidade de matizes e recortes, as formas possíveis de abordagens também devem ser igualmente plurais, o que nos leva a concluir pela inerência da diversidade dos conteúdos, dos contextos e dos sujeitos envolvidos no processo.

 

Em síntese, não há fórmula. A fórmula seria aí um desserviço à pluralidade. Todavia, a ausência de um protocolo geral não deve ser entendida como sinônimo de não diretividade. Não se trata de facultar, portanto, a construção de práticas de educação em direitos humanos à existência de afinidades dos professores e pesquisadores com os temas, ainda que essa seja uma condição importante para se dar o primeiro passo.

 

*Ana Tereza Reis da Silva é é professora da Faculdade de Educação da UnB e organizadora da obra.

 

O livro traz artigos de professores da UnB (Nair Bicalho, José Zuchiwschi, Ana Tereza Reis), da UFPR (José Antônio Peres Gediel), da UFSC e da FURB (Adecir Pozzer, Elcio Cocchetti e Lilian Blanck) e de Carlos Rodrigues Brandão (UNICAMP). O lançamento acontece nesta sexta-feira (5), às 18h, no Café do Chef, CLN 108, Bloco A, Loja 20. Primeiro bloco à direita de quem vem do eixinho.

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