OPINIÃO

 

 

Isabela Machado da Silva é psicóloga, doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), período de doutorado sanduíche no Programa de Counselling Psychology da Universidade da Columbia Britânica (UBC). Professora adjunta do Departamento de Psicologia Clínica e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura (PPG-PsiCC) da Universidade de Brasília (UnB). Pós doutorado conduzido em parceria, com a Universidade de Lisboa, a Universidade Federal de Santa Catarina e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

 

 

Silvia Renata Magalhães Lordello Borba Santos é psicóloga e pedagoga pela Universidade de Brasília, com mestrado em Psicologia pela Universidade de Brasília e doutorado em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília. Atualmente é docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura e da graduação em Psicologia na Universidade de Brasília.

 

 

Larissa Polejack Brambatti é graduada em Psicologia pela Universidade de Brasília, especializada em Psicodrama (ABP)e em Educação Permanente em Saúde (UFRGS), mestre em Psicologia Clínica pela UnB, doutora em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde pela Universidade de Brasília. Pós-doutorado em Saúde Coletiva (UFRGS) e em Saúde Pública pelo Department of Global Community Health and Behavioral Sciences da School of Public Health and Tropical Medicine, Universidade Tulane de Nova Orleans. É professora do Instituto de Psicologia e diretora da Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária da Universidade de Brasília.

Isabela Machado da Silva, Sílvia Renata Lordello e Larissa Polejack

 

Durante qualquer surto de doença infecciosa ou diante um desastre ou crise sanitária, as reações psicológicas da população desempenham um papel central para o desenvolvimento de estratégias tanto para evitar a propagação da doença quanto para mitigar o sofrimento emocional e o distúrbio social durante e após o surto. Apesar desse fato, normalmente não são fornecidos recursos suficientes para gerenciar ou atenuar os efeitos das pandemias na saúde mental e no bem-estar (Cullen et al., 2020).
A pandemia da covid-19 descortinou um cenário de inúmeras demandas de Saúde Mental, a partir dos traumas coletivos e impactos socioeconômicos vivenciados pela população (Silva et al., 2020a, 2020b). Desde o início da pandemia, a Organização Mundial da Saúde vem chamando a atenção dos países para a necessidade de desenvolver ações de promoção e de cuidado em saúde mental.


Embora o luto e a perda sejam fenômenos inerentes à existência humana, a forma trágica com que as mortes em decorrência da doença têm ocorrido no Brasil levou a Universidade de Brasília a desenvolver uma proposta de intervenção grupal, com vistas à elaboração de uma tecnologia social que pudesse representar um espaço recursivo para familiares que vivenciavam o luto de seus entes queridos. Este texto descreve o histórico desse trabalho pioneiro, que, em menos de um ano, foi adotado pelo SUS como estratégia de intervenção e tem servido de inspiração para outras Universidades, demonstrando impacto, alcance e uma avaliação extremamente positiva por seus usuários.


Grupo Vínculos e Reflexões: Uma proposta inicial de intervenção


Para contar esse projeto desde sua origem, é preciso voltar ao mês de junho de 2020, quando o Brasil ultrapassava a marca de 36.000 óbitos. O Subcomitê de Saúde Mental e Apoio Psicossocial (SSMAPPS) da Universidade de Brasília, à época vinculado ao Comitê Gestor do Plano de Contingência (Coes), desenvolveu várias ações de promoção da saúde mental, serviços de apoio psicossocial e articulação de redes e parcerias para o enfrentamento da pandemia. Conforme a situação epidemiológica se agravava a demanda para desenvolver um trabalho de apoio aos enlutados se tornou premente. A Diretoria de Atenção à Saúde Universitária (Dasu), por meio de sua diretora, a profa. dra. Larissa Polejack, organizou então a primeira oferta de grupos voltados a pessoas que perderam seus familiares para a covid-19. As profas. dras. Isabela Machado da Silva e Silvia Renata Lordello, do Departamento de Psicologia Clínica, assumiram a tarefa de elaborar um trabalho de intervenção terapêutica grupal breve voltado a pessoas que perderam familiares em função da covid-19.


A proposta inicial foi delineada pelas docentes em parceria com psicólogas alunas do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura (PPGPsiCC) e voluntárias, bem como uma estudante de graduação. Integraram a equipe, nesse primeiro momento, Aline Rose Pinho, Amanda Guedes Bueno, Bárbara Gomes Bezerra Fontoura, Clara Monteiro Azevedo, Dalyssa Gomes Santos, Débora Miúra, Júlia Gouveia de Mattos Leme e Maria Rafaela Bento. 

 

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