OPINIÃO

 

Silvia Badim Marques é professora da UnB, coordenadora de Mulheres da Diretoria da Diversidade da UnB de 2016 a 2019 e membra do Nedig/Ceam/UnB. Possui graduação em Direito pela Universidade Católica de Santos, mestrado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo.

 

 

 

Roberta Cantarela é coordenadora dos Direitos da Mulher (Codim) da Diretoria da Diversidade (DIV) do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC). Professora de Português como Segunda Língua (PSL) no Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP) e docente do Programa de Pós-Graduação em Literatura do Instituto de Letras (IL), da Universidade de Brasília (UnB).

Silvia Badim e Roberta Cantarela

 

A morte da Professora Lourdes Maria Bandeira no último dia 12 de setembro foi de grande pesar para todas nós, mulheres, feministas, pesquisadoras, ativistas. Lourdes foi pioneira na luta e na defesa dos direitos das mulheres e atuou bravamente, tanto na produção científica, no ensino e na extensão, quanto na gestão de políticas públicas que puderam, de fato, colocar em prática o combate à violência contra mulheres.

 

A contribuição de Lourdes Bandeira foi inestimável para que a UnB pudesse ser pioneira na atuação em prol do direito e da vida das mulheres. Lourdes, além de coordenar o Nepem – Núcleo de Estudos e Pesquisas da Mulher do Ceam/UnB, conduzia importantes pesquisas sobre feminicídio e violência contra as mulheres. Foi Secretária de Planejamento e Gestão da Secretaria de Políticas para Mulheres-SPM/PR de fevereiro de 2008 a janeiro de 2011 e Secretaria Adjunta a partir de março de 2012 até janeiro de 2015, levando suas produções acadêmicas para além dos muros da Universidade. Lourdes nos mostrou que a luta pelo direito das mulheres depende de uma ampla atuação, e que a Universidade tem o poder de chegar lá na ponta e auxiliar a gestão de políticas públicas. Ser vigilante e combativa pela vida das mulheres.

 

Numa sociedade machista em que a vida e a saúde das mulheres está constantemente em risco, pelo simples fato de serem mulheres, posicionar-se e agir pelo fim do feminicídio e da violência de gênero é imperativo. E isso Lourdes nos mostrou com força e companheirismo. Ela não tinha medo da palavra feminista. Gaúcha aguerrida, sabia onde queria chegar, e foi incansável: não recusava debates, não recusava convites, e preocupava-se constantemente em acolher mulheres dentro e fora da UnB.

 

Lourdes foi também uma grande parceira da Diretoria da Diversidade (DIV), especialmente da Coordenação das Mulheres (Codim). Foram muitos encontros, debates, diálogos e estudos conjuntos para que a nosa atuação desta pudesse ser aprimorada. Lourdes levou a cabo uma importante pesquisa quali e quantitativa intitulada Percepção da violência contra estudantes do campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília. Seus resultados foram debatidos em conjunto com a Diretoria da Diversidade, visando o fortalecimento da nossa atuação junto à comunidade, a partir do entendimento dos contornos da violência de gênero nos campi.

 

Essa parceria com a professora Lourdes Maria Bandeira vai inspirar para sempre o trabalho desenvolvido na DIV e principalmente na Coordenação das Mulheres, continuando a luta pela equidade e no enfrentamento à violência contra as mulheres.

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