OPINIÃO

José Leonardo Ferreira é graduado em Física pela Universidade de Brasília, mestre em Física Nuclear pela Universidade de São Paulo, doutor em Ciências Espaciais com ênfase na geofísica espacial e na simulação de plasmas espaciais em laboratório pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Atualmente é professor do Instituto de Física da Universidade de Brasília.

José Leonardo Ferreira

 

Atividades voltadas para a astronomia foram propostas desde os primeiros anos da Universidade de Brasília. No final dos anos 60, o então Departamento de Física da UnB recebeu da Alemanha vários equipamentos ópticos de uma marca reconhecida mundialmente na época, a Zeiss. Entre os vários equipamentos recebidos estavam um telescópio refletor tipo Cassegrain de 40 cm de diâmetro, uma câmera fotográfica estelar tipo Maksutov, várias lunetas acromáticas e um coronógrafo com filtro H alfa para estudo da coroa solar.


No início dos anos 70, um pequeno observatório astronômico foi construído. Ele possuía telescópios refratores e refletores que podiam ser adaptados a uma montagem suporte do tipo equatorial, motorizada nos eixos de declinação e equatorial de forma a  permitir o acompanhamento preciso dos astros com vários tipos de telescópios. O observatório estava localizado onde hoje se situam a prefeitura do campus e o posto de gasolina. O Observatório era constituído por uma edificação de proteção móvel com formato cúbico (2,5mX2,5mX 2,0m).  Para executar a observação, a edificação de proteção era deslocada sobre trilhos, adequadamente fixados sobre uma base de concreto orientada na direção norte-sul.


As atividades do observatório, no entanto, foram suspensas em 1974 devido à falta de recursos. A situação foi agravada em função de uma reportagem da Revista Veja que apontou o abandono e a falta de apoio para que as atividades na área de Astronomia pudessem ser realizadas na UnB de forma adequada. O reitor da UnB na época não gostou da reportagem, e o resultado foi a suspensão das atividades.


Nos anos 90, com o estabelecimento da Agência Espacial Brasileira – AEB em Brasília, a reativação na UnB de atividades voltadas para astronomia e também para ciências espaciais foi incentivada. Projetos nacionais voltados para a participação de instituições de ensino no programa espacial foram propostos e em 1998 foi criado o programa Uniespaço para universidades e em 2004 o programa AEB Escola para escolas de ensino fundamental e médio.


No final dos anos 90, um grupo de professores do IF UnB com a colaboração e incentivo de pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) da área de Astrofísica realizaram propostas para implantação do primeiro curso de extensão na área. O curso denominado Astronomia para Principiantes foi oferecido pelo IF UnB em 1999, e as primeiras aulas práticas de observação astronômica puderam ser executadas como o importante apoio da Fazenda Água Limpa da UnB que cedeu uma área onde futuramente seria instalado o Observatório Astronômico Luiz Cruls.


Em 1998 surgiram as primeiras propostas para a construção de um observatório Astronômico na FAL voltado primordialmente para ensino da astronomia, mas com possibilidades também para realizar pesquisas em outras áreas das ciências espaciais como, por exemplo, monitoramento e sondagem da ionosfera, dinâmica de corpos menores do sistema solar, planetas, estrelas variáveis, etc. Em seu período inicial, quando o prédio do observatório ainda não havia sido construído, utilizamos um pequeno telescópio (Meade 8", particular) com mesas e cadeiras cedidas pela FAL para realizar as atividades práticas.

 

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