OPINIÃO

 

 

Márcia Abrahão Moura é reitora da Universidade de Brasília e professora do Instituto de Geociências. Doutora em Geologia pela UnB.

Márcia Abrahão

 

Neste mês de agosto, a Universidade de Brasília (UnB) celebra os 14 anos dos campi do Gama e da Ceilândia. Motivo de orgulho e de festa. As duas faculdades nasceram do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), o qual tive a honra de coordenar na UnB.  

O Reuni constituiu um passo importante na história da nossa Universidade, bem como de muitas outras no Brasil, pois ampliou o acesso e a permanência na educação superior por meio da expansão das universidades – física, acadêmica e pedagógica –, além de aumentar a oferta de cursos, pesquisas e serviços.

A presença de uma universidade pública federal em regiões do Distrito Federal com alta concentração populacional e baixa renda per capita estabelece mudanças nos cenários. A Faculdade UnB Gama (FGA) e a Faculdade UnB Ceilândia (FCE) não atendem apenas moradores locais, mas nessa proximidade abrem novas perspectivas.  

Acolhimento no presente e projeção de futuro para milhares de estudantes das áreas de saúde, no caso da Ceilândia, e das engenharias, no caso do Gama. As comunidades abraçaram a instituição conscientes de que ter a Universidade por perto é benefício permanente para a economia local e para a qualidade de vida da população. 

A oferta do ensino superior público gratuito oferecido pela UnB constrói uma comunhão de pessoas unidas em torno dos mesmos objetivos de desenvolvimento e solidariedade. Os campi passam a ser uma nova casa onde estudantes, professores e técnicos se juntam em torno do conhecimento que transforma.

Nesses 14 anos de conquistas, o começo com algumas dificuldades foi sendo erguido em sólidas obras de consolidação de prédios, laboratórios e salas para ensino, pesquisa, extensão e muita inovação. Na FCE, inauguramos no primeiro semestre deste ano uma Unidade de Ensino e Pesquisa, com 15 laboratórios para sua comunidade de aproximadamente 3 mil pessoas.  

No Gama, que também abriga pouco mais de 3 mil docentes, técnicos e estudantes, fizemos o cercamento do campus e inauguramos, em 2019, o prédio do Laboratório de Desenvolvimento de Transportes e Energias Alternativas (LDTEA). Antiga reivindicação, o estacionamento foi entregue em 2020, com 435 vagas. Além disso, no final do ano passado, a FGA tornou-se autossustentável em energia limpa e renovável. 

Vale ressaltar, ainda, que a pós-graduação está nas duas faculdades, o que fortalece sobremaneira o tripé ensino-pesquisa-extensão. Com essas e outras melhorias, vamos permitindo que estudantes do Gama sonhem e de fato planejem chegar rapidamente ao espaço sideral e que estudantes da Ceilândia se preparem para dar mais saúde ao povo brasileiro.  

É hora, portanto, de dar muitos parabéns para iniciativas que demonstram seus efeitos no cotidiano de quem mais precisa. É hora de lutar pela permanência e pelo avanço da educação pública. É momento de comemorar a existência e desejar vida ainda mais longa à FCE e à FGA, que são parte vibrante, atuante e necessária da Universidade de Brasília.

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