OPINIÃO

 

Mônica Nogueira é doutora em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (UnB). Professora do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) e secretária de Comunicação da UnB.

Mônica  Nogueira 

 

Aquele foi um ano agitado na Universidade de Brasília. Como anunciava a chapa à frente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) na ocasião: nada seria como antes. Os estudantes ocuparam a Reitoria, reivindicando o afastamento do reitor acusado de corrupção e o voto paritário para cargos eletivos na Universidade. Dias depois, o jurista Roberto Aguiar foi anunciado reitor pro tempore para gerir a UnB por seis meses. Em 5 de novembro de 2008, pouco antes de finalizar a gestão, ele assinou o ato de criação da Secretaria de Comunicação (Secom). Antes uma assessoria, a comunicação então se fortaleceu na estrutura da Universidade.

 

A UnB se expandiu, e com ela a Secom, que com o passar dos anos cresceu e se estruturou em coordenações e núcleos de produção e assessoria, desenvolveu e consolidou serviços e produtos. Hoje, o trabalho realizado pela Secretaria está ao alcance dos olhos e das mãos de cada membro da comunidade universitária e da sociedade, nas postagens de mídias sociais e matérias no portal, nas campanhas e na sinalização dos prédios, laboratórios e salas de aula da UnB, nas escolas de ensino médio por meio da divulgação científica, nas matérias da mídia digital e impressa, de rádio e TV, pela assessoria de imprensa. Estando em toda parte, a comunicação está integrada ao cotidiano da Universidade e cumpre papel importante na gestão da esfera pública democrática, dentro e fora da instituição.

 

A comunicação de uma universidade pública deve se guiar pelo interesse coletivo, promovendo o acesso amplo à informação e a direitos, o diálogo e a participação social, de forma inclusiva e plural. A Secom busca cotidianamente realizar esses princípios, exercitando a comunicação como um processo eminentemente relacional, para além da divulgação de informações. A comunicação - especialmente quando pública - é parte da vida política e direito humano fundamental, cujo exercício contribui para a superação de desigualdades e a emancipação das pessoas.

 

Ao completar 15 anos, a Secom celebra a renovação de seu compromisso com essa perspectiva. Uma série de atividades marcam este momento. O treinamento de mídia – atividade realizada anualmente pela Secretaria –, em 2023, focalizará a preparação de pesquisadoras e pesquisadores para a interação com a imprensa, a fim de potencializar a divulgação da ciência e o debate sobre temas de interesse público. Na outra ponta, o prêmio Parceiro da Imprensa reconhecerá a contribuição das pesquisadoras e pesquisadores que já realizaram esse trabalho no último ano.

A Secom lançará ainda o Guia de Assinaturas Auxiliares, que complementa e atualiza o Manual da Marca UnB, publicado em 2008. O Guia é um convite para que unidades acadêmicas e administrativas se engajem no fortalecimento da marca, que segue arrojada e moderna como a própria Universidade. Encerrando as celebrações, o lançamento da edição 30 da Revista Darcy, de jornalismo científico e cultural, oferecerá ao público reportagens densas, com linguagem simples e a sofisticação gráfica que caracteriza a revista. 

 

Os anos seguintes trarão consigo os desafios da maturescência, dentre eles o da elaboração da política de comunicação da UnB. Por isso, a Secom se prepara para, em breve, convidar a comunidade a contribuir nesse processo. Os valores, princípios, diretrizes, normas e posturas que devem orientar o exercício da comunicação na Universidade serão colocados em debate, de forma ampla e democrática. Será uma oportunidade para renovar e aprimorar práticas de comunicação pública na UnB, com benefícios para a comunidade universitária e a sociedade. Futuro é agora e pode ser melhor com diálogo e participação.

ATENÇÃO – O conteúdo dos artigos é de responsabilidade do autor, expressa sua opinião sobre assuntos atuais e não representa a visão da Universidade de Brasília. As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seu conteúdo.