OPINIÃO

Nagib Mohammed Abdalla Nassar é botânico, geneticista e professor emérito da Universidade de Brasília.

Nagib Mohammed Abdalla Nassar 

 

O massacre em Gaza não é o primeiro dos sionista na Palestina e não será o último. Foi precedido por muitas tragédias, como o massacre de Deir Yaseen e o do Hotel Dawood. Houve também massacres em Haifa em 1947, foram mais de 20 massacres documentados pela imprensa inglesa à época.


Em Deir Yaseen, uma aldeia palestina situada a oeste de Jerusalém, pouco antes da madrugada de 9 de Abril de 1948, três milícias sionistas – o Haganah, o Irgun e o Bando Stern – a atacaram e mais de cem homens, mulheres e crianças foram massacrados. Alguns foram mutilados e violados antes de serem assassinados. Vinte e cinco homens da aldeia foram depois executados numa pedreira próxima. Assim relataram, os jornais ingleses Times e Daily Mail.
Os terroristas David Ben-Gurion, Menachem Begin e Yitzhak Shamir dirigiam, respectivamente, o Haganah, o Irgun e o Bando Stern. Todos viriam a ser primeiros-ministros de Israel. Ninguém foi punido por aquele ato hediondo.


O que aconteceu em Deir Yassin foi um dos mais de 20 massacres documentados de civis palestinos, planejados e executados por forças sionistas que abriam caminho à força para impedir a Palestina de tornar-se um Estado. Antes deles havia massacres cometidos em Israel durante a década de 1940. Além disso, operações terroristas em toda parte da Palestina , inclusive, Jerusalém onde hotel Dawood foi destruído, matando mais de cem vítimas, incluindo ingleses também.


Deir Yassen chocou a consciência mundial e fez com que Enstein, candidato a presidir o futuro Estado de Israel, desistisse dessa candidatura. Deir Yaseen não foi o que teve maior número de vítimas, mas a notícia do massacre de Deir Yassin espalhou o terror e desencadeou uma fuga em massa de palestinos que temiam ser assassinados e enterrados vivos.


Ben Gurion o tinha antecipado, em fevereiro de 1948 ele afirmou: "Quando se entra em Jerusalém, por Lifta e Romema, não há árabes. Cem por cento judeus. Desde que Jerusalém foi destruída pelos romanos que ela não era tão judaica. Em muitos bairros árabes da parte ocidental não se vê nem um único árabe. Não acredito que isso vá mudar [...] O que aconteceu em Jerusalém [...] provavelmente irá acontecer em muitas partes do país [...] Nos seis, oito ou dez meses da campanha, certamente haverá grandes mudanças na composição da população do país."


Então, durante a primeira semana de abril de 1948, os sionistas deram início ao Plano Dalet, que era um plano de operações militares a realizarem antes do fim do mandato britânico (15 de maio de 1948), com o objetivo de consolidar e expandir a área atribuída pelo Plano de Partilha da ONU ao futuro Estado judaico, destruindo e despovoando os centros populacionais palestinos.


Para os palestinos, Deir Yassin tornou-se o símbolo da súbita perda das suas casas e da sua pátria e da quase destruição da sua sociedade, uma situação que se mantém até hoje.


Em consequência da constituição do Estado de Israel, mais de 700 mil palestinos foram exilados e 78% da terra da Palestina histórica foi perdida. No total, pelo menos 450 cidades e aldeias palestinas foram despovoadas devido a ataques militares sionistas ou ao medo de tais ataques. A maior parte delas foram demolidas.


Ainda hoje, um judeu de qualquer parte do mundo é bem-vindo a estabelecer-se em Israel, Mas os palestinos, mesmo com as chaves e as escrituras das casas que lhes foram confiscadas, continuam privados do seu direito, reconhecido internacionalmente, de regressar à sua terra natal.
David Ben Gurion proclamou: "Temos de fazer tudo para garantir que eles nunca mais voltam. Os velhos vão morrer e os novos vão esquecer". É certo que os velhos morreram, mas os novos, não esqueceram e não esquecerão.


O terror não foi criado por palestinos, mas sim pelas haganah, Stern e argon e ganhou pelas massacres foram os antigos terrorista Ben Gorion , Menachim Begin e Itzak Shamir.


Até o mediador das Nações Unidas, Conde Folk Bernadote, não escapou dos terroristas sionistas, ele foi assassinado pelo gange Argon, e ninguém foi punido num mundo onde os pobres não têm voz.

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