OPINIÃO

Márcia Abrahão Moura é reitora da Universidade de Brasília e professora do Instituto de Geociências. Doutora em Geologia pela UnB.

 Márcia Abrahão Moura

 

*Discurso proferido pela reitora Márcia Abrahão na abertura da Conferência Nacional de Educação 2024. 

 

É com profundo orgulho e responsabilidade que a Universidade de Brasília sedia a Conferência Nacional de Educação – a Conae 2024. Falo também em nome de todas as 69 universidades federais e dos dois Cefets, como presidente da Andifes – a associação das reitoras e reitores das instituições federais de ensino superior.

 

Estamos aqui reunidos para debater e construir o futuro da educação brasileira, com um forte compromisso com a promoção de uma educação inclusiva e voltada para o desenvolvimento sustentável do Brasil e o bem-estar do nosso povo.

 

Ao escolherem a Universidade de Brasília como sede deste evento, que acolheu o Congresso da UNE ano passado, a SBPC em 2022, e foi palco de tantos acontecimentos significativos para a educação e para a história do nosso país, não apenas celebramos o presente e construímos o futuro, mas também reverenciamos o legado de gigantes da nossa educação e os corresponsáveis pela criação desta Universidade.

 

Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, visionários incansáveis, nos ensinaram que a educação é a chave para a construção de uma sociedade mais justa. Hoje, ao estarmos aqui, somos herdeiros do comprometimento e inspiração desses líderes humanistas. Entre tantos legados que Darcy Ribeiro deixou para o nosso país, está a luta e a defesa da democracia e da autonomia universitária. 

 

Temos orgulho também de ter Paulo Freire entre os nossos doutores Honoris Causa.

Não abrimos mão da democracia! Defendemos o nosso país e a educação pública, gratuita, inclusiva, democrática e de qualidade. A UnB é prova viva desse compromisso: em 1965, esta universidade quase foi fechada pela ditadura militar e perdeu a maior parte dos seus professores. Em 1973, perdeu seu brilhante estudante Honestino Guimarães, que hoje seria meu colega de profissão na geologia.

 

Além de sermos responsáveis pela formação, com qualidade e inclusão social, dos graduados, incluindo os professores da educação básica, dos residentes, mestres e doutores, as nossas universidades federais são responsáveis pela maior parte da ciência que é feita em nosso país; atuamos também no esporte, na cultura, nas artes e estamos em todas as partes de braços dados com o povo.

 

O Brasil voltou, a ciência voltou, o respeito ao meio ambiente voltou. E nossas instituições não arredaram o pé nenhum segundo: estávamos aqui resistindo, combatendo as fake news e o negacionismo, fazendo educação, ciência, tecnologia e inovação de qualidade.

 

É fundamental que as lideranças acadêmicas, políticas e sociais se unam em prol de investimentos substanciais e sustentáveis na educação superior, incluindo a pós-graduação. Para que tenhamos um ambiente acadêmico cada vez mais propício à pesquisa, à inovação, ao fortalecimento da relação com a sociedade por meio da extensão e à formação integral de nossos estudantes.

 

Clique aqui para ler o discurso na íntegra.

 

 

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