Carla Pintas Marques
No dia 5 de agosto, comemorou-se o Dia Nacional da Saúde no Brasil. A data tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância da educação sanitária e a importância de um estilo de vida mais saudável. O dia foi escolhido em homenagem ao médico e sanitarista Oswaldo Gonçalves Cruz, que nasceu em 5 de agosto de 1872, personagem primordial na construção da saúde pública brasileira.
Oswaldo Cruz foi um importante e notório personagem na história do combate e erradicação das epidemias da febre amarela, peste bubônica e da varíola no Brasil, além de reestruturar todos os órgãos de saúde e higiene do país. O Dia Nacional da Saúde foi instituído pela Lei nº 5.352/1967. As ações implementadas nesse dia visam despertar valores relacionados à saúde, cuja definição vai muito além da ausência de doenças, pois está diretamente relacionada à presença de uma autêntica qualidade de vida no cotidiano da população.
Ser saudável pressupõe um equilíbrio entre as diversas dimensões da vida humana: física, emocional, social, intelectual e espiritual. Depende de uma série de fatores que devem fazer parte da rotina de todos, como uma boa alimentação, privilegiando alimentos frescos em detrimento de alimentos processados e ultra processados, ingestão suficiente de água, a prática de atividades físicas, lazer e descanso, banimento do cigarro e do consumo de bebidas alcoólicas.
A promoção da saúde como forma de melhorar a qualidade de vida é um conceito que vem conquistando espaço cada vez maior entre as preocupações das pessoas. Para isso, indague-se se seus hábitos são de fato saudáveis e faça uma clara opção pela vida.
Mas para além dessa data comemorativa, não podemos de deixar de mencionar o Sistema Único de Saúde (SUS). O maior sistema público de saúde do mundo. A maior política pública desse país, que deu mostras da sua grandeza e riqueza no momento de pandemia de covid que enfrentamos.
Sistema de enorme relevância e que tem apresentado resultados inquestionáveis para a população brasileira. E que tem desde sua criação enfrentado problemas e dificuldades, porém com inúmeros e importantes avanços considerando-se a complexidade de se operacionalizar o sistema em um país continental como o Brasil.
Podemos enumerar avanços importantes no sistema de saúde público brasileiro, como a ampliação e equidade no acesso, com políticas e programas de saúde pública exitosos e uma grande produção e oferta de serviços, instituindo a cidadania sanitária, com valorização e reconhecimento internacional.
Cabe destacar o modelo adotado para a Atenção Primária à Saúde (APS), considerada por muitos como “a joia da coroa” - o modelo brasileiro de saúde da família. A ampliação do acesso à APS no país pode ser constatada por meio da grande expansão do número de equipes de Saúde da Família (ESF) implantadas, com impacto favorável da ESF na equidade e no acesso da população.
A ampliação da APS no SUS, em especial a expansão da ESF, tem sido responsável pela melhoria dos resultados sanitários, seja na avaliação do estado de saúde, seja na redução da morbimortalidade, na melhoria de desfechos clínicos e até mesmo em outros setores socioeconômicos.
Mas temos desafios. E entre eles estão desde a organização macroeconômica do sistema de atenção à saúde, que se expressa entre a segmentação e a universalização; até o modelo de atenção à saúde totalmente inadequado para a atual situação epidemiológica e demográfica no País, que tem gerado um sistema fragmentado com competição predatória observada entre os componentes públicos e privados.
Grandes desafios se colocam para a consolidação do SUS. No entanto, funda-se no reconhecimento de que o campo da saúde pública brasileira necessita de vontade política, de clareza estratégica, de paciência histórica e de competência técnica para fazer avançar em um sistema público de saúde para todos.
A saúde é um bem inalienável. E o Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser fortalecido e preservado, pois imprime valores como igualdade, democracia e emancipação para a sociedade brasileira.
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