Mônica Nogueira
Hoje, todos somos produtores de conteúdo em comunicação, especialmente no ambiente digital. Nos perfis de mídias sociais, postamos fotos, textos e material audiovisual próprios. De forma fácil e com cada vez mais recursos, podemos gerar autonomamente peças gráficas de divulgação. De figurinhas para a circulação em mensageiros ao podcast, a produção de diferentes mídias está ao alcance das mãos. A comunicação e as interações por dispositivos móveis tornaram-se instantâneas e parecem prescindir mediações. Essa extraordinária expansão das tecnologias da informação e comunicação é, sem dúvida, um dos signos do nosso tempo histórico.
Mas se a produção de conteúdo independente na web contribui para a democratização do acesso à informação e para a emergência e diversificação das vozes na arena pública, também está na base de fenômenos como a infodemia e a desinformação – uma, o excesso de informação em circulação, a outra, a veiculação de informação falsa ou imprecisa com a intenção deliberada de enganar o público. A escalada da poluição informacional é um desafio sem precedentes, no qual estamos todos implicados, direta ou indiretamente. Portanto, o seu enfrentamento exige esforço coletivo.
Para uma unidade de comunicação institucional, como a Secretaria de Comunicação (Secom) da Universidade de Brasília, este desafio está na ordem do dia. Responsável por informar à comunidade universitária e à sociedade sobre as atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão de uma instituição federal de ensino superior brasileira, a Secom se orienta pelos princípios da comunicação pública. Deve assegurar a boa gestão e qualidade da informação, observando o tempo necessário à apuração dos fatos, os diferentes segmentos de público para os quais se dirige e os critérios técnicos para a escolha dos melhores canais e práticas, caso a caso. Afinal, os canais oficiais de comunicação geridos por ela projetam a voz da UnB, que deve ser confiável e responder ao interesse coletivo.
Embora esteja entre as atribuições da Secom divulgar o que acontece na Universidade, sua atuação ultrapassa muito essa dimensão. Cabe também à Secretaria zelar pela imagem da instituição, fortalecer a marca UnB, estimular o debate e o engajamento público em processos de transformação e contribuir com o letramento midiático da comunidade universitária. Para cumprir esses objetivos, a Secom desenvolve e aprimora, cotidianamente, produtos e serviços diversos, acompanhando a pulsação da Universidade e as recentes tendências em comunicação.
Assim, atenta à expansão das tecnologias da informação e comunicação, a Secretaria tem trabalhado, nos últimos anos, pela construção de um ecossistema comunicativo aberto, criativo e em colaboração na Universidade. De um lado, coordenando esforços com a UnBTV e a Assessoria de Comunicação Institucional (Ascom), no âmbito do Fórum de Comunicação; de outro, apoiando as unidades acadêmicas e administrativas para a produção de conteúdos próprios. Para esta perspectiva, convergem as formações em boas práticas de comunicação e o treinamento de mídia, além da revisão e do desenvolvimento de guias e manuais para o fortalecimento da marca UnB, a exemplo do Manual de Identidade Visual e o Guia de Construção e Aplicação das Assinaturas Auxiliares da Marca.
As campanhas institucionais — como #TMJ pra fazer a diferença, em 2024 — convidam a comunidade universitária ao engajamento, respondendo a desafios e oportunidades que se apresentam ano a ano. Eventos, como o #InspiraUnB, se articulam às campanhas e pautam os grandes temas da atualidade. Ambas as ações são referidas a outra dimensão da comunicação pública, aquela orientada à criação de espaços de diálogo e exercício da cidadania ativa, informada e participativa.
O portal, as mídias sociais e a newsletter UnBHoje, por sua vez, reúnem os conteúdos relativos ao cotidiano da Universidade. Além de ancorar produtos e serviços na web, o portal UnB contribui para a salvaguarda da memória institucional, com base em acervo jornalístico que abrange um amplo espectro de temas — de medidas administrativas a achados científicos — e está permanentemente disponível ao público.
A assessoria de imprensa e a revista Darcy ampliam o relacionamento com a sociedade, seja por meio da imprensa, seja por meio de um canal próprio de divulgação científica e cultural. O Prêmio Parceiro da Imprensa valoriza, ano a ano, a participação de pesquisadoras e pesquisadores no atendimento dos veículos de mídia em assuntos de relevância e interesse social, demonstrando mais uma vez a importância do trabalho colaborativo na comunicação institucional e da ciência. A Darcy, por sua vez, destaca-se como uma publicação no cenário nacional, tanto por sua qualidade gráfica e jornalística, quanto pela linha editorial ímpar, devotada à comunicação pública da ciência, com especial atenção ao público de estudantes do ensino médio. Assim, a revista tem contribuído, em um só tempo, para o combate à desinformação e a democratização do acesso à Universidade.
Em todas essas frentes de trabalho, a Secom exercita a colaboração, entre os profissionais da própria equipe, com colegas de outras unidades, membros da comunidade universitária e parceiros. Ao completar 16 anos, o seu testemunho é de que uma andorinha só não faz comunicação e o enfrentamento dos desafios presentes dependem do desenvolvimento de literacia informacional — ou seja, de habilidades sociais de leitura e produção de conteúdos — em favor da cidadania.
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