Gabriela Sousa de Melo Mietto
No Brasil, em 2025, ocorrerá a 16ª edição da Semana Mundial do Brincar, promovida pela Aliança pela Infância. Essa semana especial ocorre anualmente por oportunidade da celebração do Dia Mundial do Brincar, no dia 28 de maio. O lema deste ano é Proteger o encantamento das infâncias, convocando toda a sociedade a cultivar as melhores condições para a infância, promovendo e mantendo as possibilidades de tempos e espaços que respeitem e garantam o brincar livre, de forma acolhedora e segura. Há um convite, por exemplo, para que se possa equilibrar o contato com a tecnologia e as interações humanas, seja das crianças entre si, ou entre crianças e adultos.
Sobre a importância do brincar para inúmeros aspectos do desenvolvimento humano, o leitor e a leitora deste texto podem consultar vários trabalhos acadêmicos valiosos sobre o tema, desde clássicos autores da psicologia, educação, sociologia, medicina, por exemplo, até pesquisadores contemporâneos. Neste texto, especificamente, julgo importante lançar algumas reflexões que podem pautar ações diversas de cidadãs e cidadãos comuns, rumo ao resgate de um encantamento das infâncias, que parece estar sendo apagado pela nossa sociedade.
Nesse sentido, eu pergunto a você:
Quando foi a última vez que você acompanhou uma criança a um parquinho público? Você manteve o seu celular no bolso enquanto interagia com ela? Você costuma guardar o seu celular enquanto interage com uma criança?
Mesmo que ‘a sua criança’ esteja brincando com outras crianças, você se coloca a observar estas interações e a se disponibilizar para o que elas precisarem?
Você é do tipo que se incomoda com parquinhos barulhentos pelas brincadeiras das crianças? Ou você é do tipo que se incomoda com parquinhos que parecem parados no tempo, muitas vezes sem manutenção adequada, que já não recebem crianças para brincar?
O que você estaria disposto a fazer para que uma criança se sinta mais convidada a brincar sem o uso de recursos tecnológicos? Você valoriza as produções artísticas livres das crianças com quem convive? Você as acompanha nestas produções?
Você se sente parte responsável pelo compromisso com a proteção dos direitos da infância e, assim sendo, pela proteção ao Encantamento das Infâncias?
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