Ligia Pavan Baptista
Os princípios da igualdade, liberdade e dignidade são pilares da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, reforçados no artigo 5º da nossa Constituição Cidadã de 1988, assim como, no quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, igualdade de gênero. São diversas formas de violência de gênero que sofremos e presenciamos diariamente, tanto no mundo real quanto virtual, tanto no ambiente de trabalho, quanto fora dele. Discutimos o tema na disciplina “Filosofia e Feminismo” onde abordamos pensadoras, com ênfase não somente em suas obras, mas igualmente, em suas trajetórias de vida, numa proposta didática inovadora com utilização de TIC´s, por meio exclusivamente de recursos digitais de livre acesso.
No âmbito da campanha Agosto Lilás UnB 2025 : Mês de Conscientização e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, da campanha Tolerância Zero contra Violência de Gênero da ONU Mulheres e, na sequência do evento promovido pela reitoria da UnB e Secretaria de Direitos Humanos no último dia 15 em cerimônia para marcar a abertura das atividades, elencamos, para refletirmos sobre o tema, algumas formas de violência de gênero que nós mulheres, ainda testemunhamos e sofremos diariamente como vítimas, tanto em nosso ambiente de trabalho, no caso a UnB, quanto fora dele:
aborto forçado, adultização, ameaça, assédio moral/sexual/institucional/eleitoral, beijo forçado, bifobia, bullying real/digital, cárcere privado, escravidão moderna, chantagem, coação sexual, desigualdade de gênero, desqualificação pessoal/profissional, desprezo, desrespeito, desvalorização do trabalho, discriminação, discurso de ódio, disparidade de gênero, gordofobia, estelionato emocional, estupro, etarismo, exclusão de gênero, exploração sexual, feminicídio, fetichização, gravidez forçada, homofobia, homem explicando, homem interrompendo, importunação sexual, idadismo, injúria racial, intersexofobia, machismo, marginalização, misoginia, mutilação, circuncisão genital, objetificação, patriarcalismo, pedofilia, perseguição, preconceito, pressão estética, pobreza mestrual, racismo, restrição ao acesso à educação, restrição aos direitos e liberdades civis/política e sociais, revitimização, ridicularização, segregação de gênero, tentativa de feminicídio, transfobia, tráfico de pessoas, tráfico sexual, violência doméstica, violência patrimonial, violência física, violência psíquica, violência de gênero na política, violência familiar, violência obstétrica, violência contra direitos reprodutivos, tortura física e/ou psicológica, xenofobia ......... etc....etc....etc.......
As diversas formas de violência contra a mulher não se esgotam nessa lista e é nossa intenção, como próximo passo, a criação de um glossário para defini-las precisamente. A pergunta é: até quando vamos sofrer essas violências? Até quando os/as agressores/as ficaram impunes? É preciso discutir o assunto, denunciar, e exigir o fim da impunidade. Não vamos nos calar!

