OPINIÃO

Tauan da Cunha Ribeiro é mestrando no Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade de Brasília (UnB). Sua pesquisa foca na utilização de ferramentas de inteligência artificial na criação e no aprendizado musical, além de explorar os aspectos éticos envolvidos nesse processo. Atualmente, está conduzindo a fase de testes do tutor artificial Darcy.

Tauan da Cunha Ribeiro

 

A integração de inteligência artificial (IA) no universo criativo tem avançado significativamente, e um exemplo notável dessa transformação ocorre no Laboratório de Música e Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB). A pesquisa de mestrado conduzida por Tauan Ribeiro, e seu orientador Paulo Marins, no programa de pós-graduação em Música, resultou no desenvolvimento do Darcy, um tutor artificial projetado para dar suporte técnico e apoiar a aprendizagem. Atualmente em fase de testes, o projeto busca impactar tanto a educação musical quanto a produção artística.

 

O tutor Darcy surgiu da necessidade de expandir as possibilidades de aprendizado e experimentação criativa na música. O sistema foi concebido para interagir com os alunos, oferecendo suporte personalizado e estimulando a criatividade. Voltado para o curso de Licenciatura em Música EAD da UnB, lançado recentemente, o Darcy oferece auxílio desde os conceitos básicos até a criação de obras mais complexas. A ferramenta Darcy, pode ser implementada em outros cursos da universidade, ampliando sua aplicação.

 

A pesquisa explora o uso de IA em diversas etapas do processo criativo musical, desde a composição até a performance. As ferramentas de IA ajudam a expandir as fronteiras da criação, oferecendo sugestões e permitindo que os alunos experimentem novas ideias sem limitações de instrumentos tradicionais ou experiência prévia. Isso cria um ambiente seguro para os alunos explorarem sua criatividade, essencial para a formação de músicos inovadores.

 

Entretanto, o uso de IA em processos criativos levanta questões éticas. A pesquisa aborda princípios fundamentais, como a autoria das obras geradas com a ajuda de IA e seus impactos no mercado musical. O objetivo é garantir que a IA seja utilizada de maneira ética, respeitando os valores artísticos e culturais da criação musical. Além disso, o Darcy propõe um modelo de ensino adaptativo, ajustando-se às necessidades de cada aluno. A capacidade do tutor de oferecer feedback personalizado alinha-se à tendência global de personalização do ensino, proporcionando uma experiência de aprendizado focada nas necessidades individuais de cada estudante.

 

A pesquisa e o desenvolvimento de Darcy são contribuições para o futuro da educação musical, demonstrando que a combinação de arte e tecnologia pode gerar novas formas de expressão e aprendizado. Ao integrar IA no processo criativo, a UnB está acompanhando as tendências tecnológicas, e também liderando o caminho para uma educação inclusiva, acessível e ética.

 

 

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