Nota Técnica 05/2024 Febre Maculosa


Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária 00:00 - 00:00:00 07/10/2024 - 31/10/2024

Nota Técnica nº 05/2024/2024/DAC/DASU/COAVS

 

O tempo seco e quente no Distrito Federal é um alerta para a febre maculosa — doença causada pela bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato-estrela. É nesse período que há aumento da reprodução e proliferação desses aracnídeos, que podem estar infectados com a doença.

Até o momento, no DF, este ano, houve notificação de 59 casos – sendo 40 descartados, 17 em investigação e dois confirmados. Esses dois casos confirmados são casos autóctones de Febre Maculosa e ocorreram em residentes do Lago Norte e do Riacho Fundo I. Os casos já estão recuperados e são os primeiros registros desde o início do monitoramento da doença em 2007. Embora os órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) façam o acompanhamento constante dos animais considerados hospedeiros da doença, é importante que a população saiba reconhecer os sintomas para o tratamento precoce.

Os dados disponíveis até o momento, indicam que o Distrito Federal não é endêmico para a febre maculosa brasileira, porém, é sabido que possui áreas com condições paisagísticas favoráveis à ocorrência de carrapatos, como os parques urbanos e trilhas, principalmente no período de seca. Isso requer vigilância contínua e medidas preventivas para evitar a propagação de patógenos transmitidos por carrapatos.

A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A febre maculosa é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato. No Brasil duas espécies de riquétsias estão associadas a quadros clínicos da Febre Maculosa.

Sintomas:
• Febre
• Dor de cabeça intensa
• Dor muscular constante
• Náuseas e vômitos
• Diarreia e dor abdominal
• Escara de inoculação (indicando o local da picada do carrapato)
• Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés
• Gangrena nos dedos e orelhas
• Paralisia dos membros que inicia nas pernas e pode chegar até os pulmões, causando parada respiratória.

Prevenção:
Não existe vacina para a doença. Como forma de prevenção, o Ministério da Saúde recomenda:
• usar roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro;
• usar calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;
• evitar andar em locais com grama ou vegetação alta;
• usar repelentes contra insetos;
• inspecionar as áreas do corpo e os animais de estimação para verificar a presença de carrapatos;
• se encontrar um carrapato aderido ao corpo, removê-lo com uma pinça, sem apertar ou esmagar o carrapato, puxando-o com cuidado e firmeza;
• depois de remover o carrapato inteiro, lavar a área da mordida com álcool ou sabão e água;
• colocar todas as peças de roupa em água fervente para a retirada dos insetos;
• quanto mais rápido os carrapatos forem retirados do corpo, menor será o risco de contrair a doença, se o carrapato estiver infectado.

Locais públicos conhecidamente infestados por carrapatos devem, por meio de placas, informar seus frequentadores sobre a presença de carrapatos e as formas de proteção. A limpeza e a capina de lotes não construídos e a limpeza de áreas públicas, com cobertura vegetal, devem ser planejadas. Gramados deverão ser aparados para favorecer a incidência solar. Para o controle em áreas de ocorrência de foco na UnB, a Secretaria de Meio Ambiente – SEMA deve ser acionada através do email sema@unb.br. Em áreas endêmicas em que o controle dos carrapatos vetores não é possível, o acesso humano deve ser restrito e os perigos e forma de proteção contra carrapatos alertado.

O tratamento oportuno da Febre Maculosa é essencial para evitar formas mais graves da doença e até mesmo o óbito. Assim que surgirem os primeiros sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para avaliação médica. O tratamento é feito com antibiótico específico. Em determinados casos, pode ser necessária a internação. A terapêutica é empregada por um período de 7 dias, devendo ser mantida por 3 dias, após o término da febre. A falta ou demora no tratamento pode agravar o caso podendo levar ao óbito.

A comunidade universitária poderá buscar atendimento ou esclarecimentos nos Núcleos de Atenção e Vigilância à Saúde (NAVS), localizados no ICC Sul do Campus Darcy Ribeiro, na Faculdade do Gama (FGA) e na Faculdade de Planaltina (FUP). A Faculdade de Ceilândia (FCE) deverá comunicar-se com o Núcleo de Vigilância em Saúde (NVS) através do e-mail nvsaude@unb.br ou através do telefone 61-3107.6785.

 

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Febre Maculosa. 5ª ed. revisada e atualizada. Brasília - DF, 2022. Pp. 669-684. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde de A a Z. Febre Maculosa. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-maculosa.

DISTRITO FEDERAL. SES-DF. Febre maculosa: tudo que você precisa saber sobre a doença no DF. 07/10/2024. Disponível em: https://www.saude.df.gov.br/web/guest/w/febre-maculosa-tudo-que-voc%C3%AA-precisa-saber-sobre-a-doen%C3%A7a-no-df [Acesso em 08/10/2024]

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Memorando Circular Nº 21/2024 - SES/SVS/DIVEP/GECAMP. Alerta Epidemiológico - Febre Maculosa. 03/10/2024. Disponível em: https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/0/SEI_GDF+-+152714135+-+ALERTA+EPIDEMIOL%C3%93GICO_2024.pdf/91cb9a26-16c0-340d-a273-0c43c1058ace?t=1728046376494 [Acesso em 08/10/2024]