Visite a exposição: Concretizando direitos sociais, a história do MDS

e o papel do Cadastro Único nessa trajetória

De 03 de abril a 11 de maio, o público poderá conhecer, no Museu Nacional da República, em Brasília, a trajetória dos 21 anos do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o papel do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadastro Único) no acesso das pessoas que mais precisam a diversos programas que promovem a transformação social do país.

A exposição comemorativa Concretizando direitos sociais: a história do MDS e o papel do Cadastro Único nessa trajetória destaca os acontecimentos a partir de 2001, com a criação do Cadastro Único, e vai até 2024, com a retomada de importantes programas sociais como Novo Bolsa Família e o Plano Brasil Sem Fome para garantir a segurança alimentar no Brasil e fortalecer o acesso aos direitos sociais.

Para contar essa história, a exposição apresenta imagens, depoimentos, dados e vídeos de uma pesquisa fruto da parceria do MDS com a Universidade de Brasília (UnB) e realizado por uma equipe multidisciplinar. O objetivo do projeto de pesquisa foi resgatar a memória institucional do MDS, instalar uma Biblioteca governamental especializada e realizar essa exposição comemorativa. Para sua execução, a equipe foi composta por profissionais de diversas áreas tais como Biblioteconomia, Artes Visuais, Geografia, Museologia e Design.

A coordenação geral e a curadoria da exposição é da Profa. Dra. Cinara Barbosa, do Departamento de Artes Visuais (VIS) da UnB, que apresenta parte dos resultados da pesquisa sobre a memória institucional do ministério. “A proposta é apresentar ao público a concepção do atravessamento de uma pesquisa sobre essa memória institucional que possa ser contada por aqueles que a vivenciaram e a vivenciam de fato, ou seja, beneficiários e agentes públicos, relacionados ao Cadastro Único e aos diversos programas usuários. E, também, de que maneira artistas abordam temas que são relevantes para todos nós, como educação, cuidado e preservação do ambiente e da dignidade humana. Temas indissociáveis da construção da cidadania”, explica a curadora.

A memória institucional foi contada pelos servidores que trabalharam ou atuam no MDS e participam de sua história, seja no desenho, na implementação ou nos ajustes, refinamentos e desdobramentos das políticas públicas pelas quais responde. Tais depoimentos foram registrados em vídeos de entrevistas com muitas histórias de desafios e de satisfação em ver as políticas públicas transformando vidas no país. A exposição conta com fragmentos dessas histórias e depoimentos, além do material que o próprio ministério vem constituindo como parte de sua documentação pelas equipes de trabalho.

Nesse panorama de 21 anos do MDS, da contribuição do Cadastro Único e de diversos programas sociais conhecemos histórias de vida envolvendo políticas públicas para apoiar Povos e Comunidades Tradicionais, como quilombolas, indígenas e raizeiros e outros grupos que se reconhecem como culturalmente diferenciados, possuem formas próprias de organização social e ocupam e utilizam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica. São histórias de vida como a de Gerusa Pereira da Silva, quilombola de Kalunga, cidade de Monte Alegre de Goiás, que conta que realizou um sonho ao se tornar universitária “Eu achava que eu nunca ia conseguir. Eu pensava ‘eu, uma menina quilombola, de família pobre e negra, entrar em uma universidade? Não sou capaz’. Mas eu sou capaz”.

Harmonizam com essas histórias de vida inspiradoras obras de artistas que expressam suas próprias trajetórias e experiências transformadoras, como é o caso de Daniele Rodrigues que apresenta obras em cerâmica e percebe o seu trabalho Cidade de si, como a ideia de seu próprio trajeto de construção de vida, já que a artista negra pôde contar em sua formação universitária com auxílio social econômico. Soma-se ainda à exposição o artista Lino Valente que vem desenvolvendo trabalhos em vídeo, fotografia e objetos com temáticas relacionadas ao campo do trabalho, em que procura dar visibilidade à trabalhadores e sua força motriz na construção dos arranjos das cidades e vem tratando de questões ambientais e da preservação de recursos naturais para a humanidade como, a água, essencial para a vida.

O artista e Prof. Dr. Christus Nóbrega tem uma longa trajetória de investigação em torno da poética da viagem, de estruturas do conhecimento e de memórias familiares e regionais. Para a exposição mostra o trabalho inédito realizado especialmente para o projeto. BêaBarro é uma videoinstalação que explora o ciclo do aprendizado e da transmissão de saberes por meio da educação e do fazer artesanal, dividida em três telas interligadas. Em uma das projeções, a louceira Carla narra o que aprendeu com sua professora de português, a quem deve as primeiras leituras e escritas; na tela oposta, essa mesma professora reflete sobre o que aprendeu ao se tornar aluna de Carla no curso de pedagogia, fechando um ciclo inesperado de trocas. No centro, um vídeo em close mostra Lourdes, a matriarca das louceiras de Cajazeiras, moldando um grande pote de barro, tradicionalmente utilizado para armazenar água – um objeto que, com a expansão da infraestrutura e da renda no Brasil, perdeu sua função original e passou a ser valorizado como peça decorativa, refletindo também a transformação do artesanato ao longo do tempo. A materialidade do barro se desdobra no espaço expositivo, onde um conjunto de potes físicos será disposto em uma instalação.

A exposição aborda a importância das políticas sociais e como países como o Brasil têm trabalhado na proteção de populações vulneráveis, com o objetivo de fortalecer o sistema de proteção social. Ao comemorar a história do MDS e a contribuição do Cadastro Único nessa trajetória, destacam-se os impactos que os benefícios e serviços sociais têm na vida de milhões de pessoas sempre em transformação e em busca da valorização humana.

Serviço:

Exposição: Concretizando direitos sociais: a história do MDS e o papel do Cadastro Único nessa trajetória

Projeto Memória Institucional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Coordenação-Geral

Renata Machado Amorim de Abreu - MDS

Pesquisa e realização Universidade de Brasília

Coordenação Geral

Profa. Drª. Cinara Barbosa

Vice-coordenação

Profa. Drª. Elmira Simeão

Coordenação Pedagógica

Profa. Drª. Thérèse Gatti

Onde | Museu Nacional da República, Brasília, DF

Quando | de 03 de abril a 11 de maio de 2025

Entrada | Gratuita

Classificação indicativa | Livre para todos os públicos