2º Seminário Agenda 2030 e os Povos do Cerrado


Memorial Darcy Ribeiro, Beijódromo, campus Darcy Ribeiro 10:00 - 21:00:00 02/07/2025 - 03/07/2025

2º Seminário Agenda 2030 e os Povos do Cerrado

2 E 3 DE JULHO DE 2025 - MEMORIAL DARCY RIBEIRO (BEIJÓDROMO) - UnB

 

‘Subjetividades Envolvidas pelo Bem-Viver’

 

Plenárias, mesas temáticas e atrações artísticas confirmam o papel fundamental das culturas tradicionais para a construção de um futuro sustentável

  

As culturas tradicionais desempenham um papel crucial para a conservação do meio ambiente global, apontam pesquisas científicas nas mais diversas áreas de conhecimento. As práticas dessas comunidades, advindas de saberes ancestrais, demonstram integração com elementos da natureza, em manejos sustentáveis social e ambientalmente. Assim, as culturas populares e tradicionais são as que menos impactam na degradação ambiental. Entretanto, infelizmente elas são as mais vulneráveis aos efeitos da crise climática. Existem perspectivas que podem subverter essa equação. São elas que inspiram o  Seminário Agenda 2030 e os Povos do Cerrado, que acontece nos dias 2 e 3 de julho, no Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo) da Universidade de Brasília. Debates e plenárias resultarão na Carta do Cerrado, que será levada à Câmara dos Deputados no dia 4 de julho, em sessão solene.

 

2º Seminário Agenda 2030 e os Povos do Cerrado se integra aos esforços de um plano de ação global da Organização das Nações Unidas – ONU, visando atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para a construção de um mundo melhor até 2030. Dentre outras metas, os ODS reivindicam erradicação da pobreza, proteção do meio ambiente e do clima e garantia de que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.

 

O evento intenta reunir cerca de 200 participantes, entre mestres, artistas, produtores, pesquisadores, gestores e representantes da sociedade civil, comprometidos com a integração das culturas populares e tradicionais nas estratégias de sustentabilidade e justiça social. São nomes como Valdelice Veron, uma das principais representantes da etnia guarani-kaiowá em Mato Grosso do Sul, o violeiro Volmi Batista, precursor na manutenção e difusão da cultura popular tradicional, o cineasta premiado Marcelo Krahô, Sandra Regina, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas - CONAQ, entre várias outras lideranças locais.

 

Diversas entidades governamentais também marcarão presença por meio de seus gestores, como Lindivaldo Junior e Pedro Neto, do Ministério da Cultura; Paula Balduíno, do Ministério da Igualdade Racial e Marcos Sorrentino, do Ministério do Meio Ambiente. Também estarão presentes representantes de entidades do GDF, como a Secretaria de Cultura e Economia Criativa; Secretaria de Meio Ambiente; Secretaria das Mulheres e Secretaria de Relações Institucionais. Por fim, as Universidades Federais estarão representadas, com presença da Magnifica Reitora da Universidade de Brasília, Sra. Rozana Reigota Naves; da Pró-Reitora Adjunta da Universidade Federal de Minas Gerais, Sra. Jacqueline Takahashi, entre outros representantes de unidades de ensino e pesquisa, como o Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Comunidades Tradicionais - MESPT/UnB, o Decanato de Extensão da UnB e a UnB Cerrado.

 

Seminário Agenda 2030 e os Povos do Cerrado vai promover uma profunda reflexão com foco na preservação do bioma Cerrado e no alinhamento das práticas culturais às metas da Agenda 2030. Mas o evento quer ser mais do que um simples debate e visitar as práticas tradicionais como modelos sustentáveis que visam o envolvimento e o bem-viver. A ideia é também incentivar parcerias entre saberes populares, academia e poder público; influenciar a criação, manutenção e/ou alteração de políticas públicas; celebrar a diversidade e a resistência dos povos do Cerrado; e debater os ODS com foco nas especificidades dos contextos nacionais, em especial no bioma Cerrado.

 

Os debates servirão de subsídio para a Carta do Cerrado, um documento reunindo compromissos coletivos e diretrizes para ações futuras de preservação cultural e ambiental, a ser entregue em sessão solene na Câmara Federal, no dia 4 de julho. A proposta é que, ao ser levada às casas de representação política do Brasil, a Carta reforce o compromisso coletivo do país com o futuro do planeta, estando aberto o convite de comparecimento por todo o conjunto de pessoas imbuídas na defesa do meio ambiente.

 

AÇÕES E INTERAÇÕES

 

Nos dois dias dedicados aos debates, a programação terá início pela manhã, com falas inspiradoras e/ou institucionais. A tarde será dedicada aos debates propostos pelas mesas temáticas. Serão abordados temas como Tradições do Cerrado, Mulheres do Cerrado, O Cerrado como paisagem cultural e ambiental, Cultura material e inovação ecológica e Diversidade Técnica e Inovação Ecológica. Após as reflexões e conversas, será realizada, ao final de cada dia, uma plenária com apresentação dos principais resultados das mesas.

 

Além das plenárias e mesas temáticas, o  Seminário Agenda 2030 e os Povos do Cerrado programou uma série de apresentações artísticas, com entrada franca, nas noites dos dias 2 e 3 de julho, e atividades permanentes como a Exposição Severina Gonçalves - Cerrado Urbano e a Feira Cerrado Vivo, com cerâmicas, livros, as iguarias da Central do Cerrado, pão de queijo, tapioca, produtos indígenas e delícias da comunidade quilombola Kalunga.

 

O 2º Seminário Agenda 2030 e os Povos do Cerrado é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e conta com as parcerias institucionais do Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais – MESPT/UnB; da Diretoria de Difusão Cultural da UnB; do Decanato de Extensão da UnB; da Secretaria das Mulheres do Distrito Federal; da Secretaria de Diversidade Cultural e Cidadania do Ministério da Cultura; e da Comissão Nacional dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Presidência da República – Governo Federal.

 

PROGRAMAÇÃO

 

02/07/2025 - Quarta-feira

10h a 12h - Plenária de Abertura

14h a 16h30 - Mesas Temáticas

1. Tradições do Cerrado

2. Mulheres do Cerrado

3. O Cerrado como paisagem cultural e ambiental

4. Diversidade Técnica e Inovação Ecológica

17h a 18h - Plenária de Fechamento

 

Mostra Artística

 18h30 – Teatro de Bonecos – Mamulengo sem Fronteiras

 19h – Volmi Batista - Batuques e Calangos

 20h – Dayane Reis - Paixão, Voz e Viola

 21h – Folia de Reis e Catira Irmãos Vieira

 

03/07/2025 0 Quinta-feira

10h a 12h - Plenária de Abertura

14h a 16h30 - Mesas Temáticas

1. Tradições do Cerrado

2. Mulheres do Cerrado

3. O Cerrado como paisagem cultural e ambiental

4. Cultura material e inovação ecológica

17h a 18h - Plenária de Fechamento – Conclusão da Carta do Cerrado

 

Mostra Artística

 18h30 – Documentário “Levante pela Terra” (2022), de Marcelo Kuhexê Krahô

 19h – Guaja

 20h – Marinho MC

 21h – Sambadeiras de Roda

 

04/07/2025 - Sexta-feira

10h - Sessão Solene em celebração dos Povos do Cerrado - Câmara Federal

 

MESAS TEMÁTICAS

 

A partir do tema Tradições do Cerrado, a mesa vai tratar da preservação e regeneração do bioma, articulando a Agenda 2030 no Brasil com os saberes e compromissos territoriais de povos e comunidades tradicionais do Cerrado. Em Mulheres do Cerrado, as discussões deverão destacar o papel das mulheres para a construção da identidade, a transmissão de saberes, a saúde coletiva, as questões ambientais e a economia de base comunitária no bioma Cerrado.

 

O Cerrado como Paisagem Cultural e Ambiental será tema de um debate sobre tradições artísticas, políticas, estratégias e saberes que se mostram urgentes para a proteção da integridade ecológica e simbólica do bioma. Diversidade Técnica e Inovação Ecológica pretende abordar a grande variedade de práticas e técnicas dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado – plantio, manejo, coleta, gestão de recursos e resíduos, circularidade, entre outros – que devem estar no centro do debate sobre Desenvolvimento Sustentável. Já Cultura material e inovação ecológica vai propor reflexões sobre como a cultura material pode moldar a forma como os recursos são projetados e utilizados, buscando minimizar o impacto ambiental. 

 

PROGRAMAÇÃO ARTÍSTICA

 

A programação artística visa abranger a diversidade de manifestações culturais advindas do bioma Cerrado, com atrações que contemplam todas as gerações. A noite do dia 2 de julho conta com artistas ligados às tradições rurais, à música e à viola caipira, enquanto no dia 3 de julho, ritmos e estéticas de diferentes territórios se encontram.

 

GRUPO DE TEATRO MAMULENGO SEM FRONTEIRAS

A família Mamulengo Sem Fronteiras se uniu para brincar mamulengo em 1996.

 

Coordenado por Walter Cedro, o grupo recebeu a herança do teatro popular de bonecos das mãos de Chico Simões (Mamulengo Presepada), em Taguatinga (DF). São mais de 20 anos de pesquisa sobre a tradição das brincadeiras populares em interação a novas formas de fazer mamulengo. Hoje, o grupo compartilha experiências e estudos em apresentações, oficinas e festivais e participando de diversos festivais importantes pelo Brasil e exterior, encantando crianças e adultos.

 

Baseado na literatura de cordel, o espetáculo Exemplos de Bastião conta a história de um Palhaço de Folia de Reis que se mete em várias confusões com sua burrinha Relâmpago, Padre Simão sem cuidado, Capitão João Redondo bichos do além tudo isso para conquistar a maravilhosa Rosinha do Bole Bole, sempre trabalhando com comunicação direta com o público, que pode interferir e até determinar os rumos da história.

 

VOLMI BATISTA - SHOW BATUQUES E CALANGOS

Com um repertório recolhido ao longo de vários anos de pesquisa sobre o universo da cultura popular tradicional de parte do Brasil, conhecida como centro-sul, o intérprete e compositor Volmi Batista interpreta obras que valorizam as linguagens rítmicas e orais do sertão. O show Batuques e Calangos apresenta composições de nomes como Juraildes da Cruz, Rubinho do Vale, Téo Azevedo, Dona Gercina, Edmilson e Rosemiro, canções de domínio público e até mesmo músicas de autoria de Volmi Batista em parceria com o multinstrumentista e cantador João Antônio Galba. Um desfile de ritmos que vão do batuque e do calango ao pagode de viola, à folia e à congada. 

 

Volmi Batista é violeiro, músico e produtor cultural. Seu trabalho de mais de três décadas em torno da cultura popular é reconhecido em todo centro oeste. Foi produtor da dupla Zé Mulato e Cassiano por mais de 20 anos, trabalhando para divulgar a música tradicional de raiz ligada à cultura popular.

 

DAYANE REIS

Cantora, compositora, violeira e foliona de reis desde os 14 anos de idade, atuante até os dias atuais nas folias do município de Urucuia-MG. Já participou de vários eventos do cenário da música e viola caipira, nos estados de MG, GO, TO e DF, participando e vencendo festivais de música nesses estados. Fez curadoria do projeto “Viola em canto de mulher” no ano de 2025, além de atuar pela sexta vez como artista no projeto. Tendo terminado recentemente a gravação do seu terceiro CD 100% autoral, Dayane Reis se destaca no cenário da viola caipira por ser mulher tocando um instrumento executado em sua maioria por homens e inclui em seu repertorio músicas de grandes artistas do sertanejo raiz.

 

A artista se iniciou na música ainda bem jovem quando participava das Folias de Reis no interior do estado de Minas Gerais onde teve seus primeiros encontros com a viola caipira que, desde então, a acompanha em toda sua trajetória na música. Com o início de sua carreira solo, Dayane Reis tem se destacado no meio musical do sertanejo raiz e modão que são suas paixões e seu atual foco em sua carreira musical.

 

GRUPO DE CATIRA E FOLIA DE REIS IRMÃOS VIEIRA 

Natural do município de Bonfinópolis de Minas, a família Vieira foi criada dentro das tradições das Folias de Reis, girando todos os anos, do dia 25 de dezembro a 06 de janeiro, Dia dos Santos Reis. Em outras datas, os artistas também se apresentam em honra a outros santos. Há cerca de 15 anos, mudaram-se para o Novo Gama, Goiás, onde permanecem até os dias atuais.

 

A Família Vieira faz apresentações musicais, ministra palestra, promove oficinas, dança catira e lundu e canta moda de viola. Formada por 15 pessoas, tem forte atuação no Entorno do DF e em terras goianas e mineiras.

 

EXIBIÇÃO DO CURTA LEVANTE PELA TERRA, DE MARCELO KRAHÔ

Produção independente, o forte e emocionante curta "Levante Pela Terra", documentário dirigido por Marcelo Cuhexê Krahô, foi gravado durante o acampamento Levante Pela Terra, realizado em plena pandemia, em junho de 2021. Povos indígenas de diversas partes do Brasil se reuniram na Esplanada dos Ministérios para lutar contra o desmonte ambiental que o PL 490 e demais projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional promovem, corrompendo a Constituição Federal e ameaçando florestas, rios, biomas e territórios tradicionais, sua autonomia e os processos de demarcação. O filme também reflete a luta dos povos originários diante do avanço do garimpo e do agronegócio.

 

O documentário estreou no 55° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e foi escolhido como melhor curta-metragem da Mostra Brasília pelo júri oficial, levando o 24° Prêmio Câmara Legislativa.

 

GUAJA

Artista indígena trans, maranhense da nação Guajajara e conhecida por sua atuação na cena cultural de Brasília, Guaja constrói sua trajetória a partir do encontro entre canto, performance e poesia. Já circulou por várias cidades e estados de forma itinerante e independente. Seu trabalho flutua por diversas linguagens, desenvolvendo-se principalmente em comunidades indígenas e periféricas. A artista busca, através de suas experiências, ferramentas conectadas à história, luta e resistência dos territórios que visita. Assim, fomenta e cria conteúdos que inspiram e revelam temas importantes para o empoderamento e valorização da cultura nativa.

 

Suas apresentações misturam música autoral, poesia falada e intervenções performáticas, criando experiências únicas para quem assiste, conectando suas raízes ancestrais às expressões contemporâneas. Sua arte atravessa temas como identidade, território, resistência e liberdade, tudo embalado por uma voz forte e delicada, que carrega a memória de seu povo e a urgência do presente.

 

MARINHO MC

Rapper, professor e produtor cultural quilombola, é neto da parteira e raizeira Dona Flor do Moinho. Fez seu nome nas batalhas de MCs em 2013, quando chegou ao Duelo Nacional de MCs representando o Distrito Federal. Já venceu muitas batalhas pelo país. Após a pandemia de Covid-19, mudou-se para o Povoado Quilombola do Moinho na Chapada dos Veadeiros-GO, onde passou boa parte de sua infância e tem raízes familiares.

 

Sua discografia inclui Mixtape Cicatrizes (2013), EP – Viva a Vida (2019), EP – Dragão Cristal Vermelho (2022) e EP – O Moinho é Meu Mundo (2024).

 

SAMBADEIRAS DE RODA

Coletivo de estudos do Samba de Roda formado por mulheres negras do Distrito Federal e idealizado por Regina Salgado & Camila Ferreira. As Sambadeiras tocam, cantam e dançam cantigas do Samba de Roda, tendo como principal referência o Samba de Roda Rural. O grupo realiza oficinas abertas ao público em geral, apresentações e oficinas em comunidades periféricas, voltadas para mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade social e violência, tendo o samba de roda e a ancestralidade como principal instrumento de transformação sociocultural.

 

Em 2024 o coletivo foi contemplado pelo Prêmio Marielle Franco de Direitos Humanos pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, na categoria Arte e Cultura.

 

2º SEMINÁRIO AGENDA 2030 E OS POVOS DO CERRADO

 

FICHA TÉCNICA

Produção Executiva: Luana Marques

Coordenação Geral: Débora Aquino

Contato: agenda2030culturaspopulares@gmail.com

Mais informações: @agenda2030eospovosdocerrado (Instagram)

https://www.facebook.com/agenda2030eospovosdocerrado

 

 

SERVIÇO

Plenárias, mesas e debates

Data: 2 e 3 de julho de 2025

Local: Memorial Darcy Ribeiro - Beijódromo - UnB – Universidade de Brasília

Horário: 10h às 18h

Apresentações artísticas: a partir das 18h30

 

Sessão Solene em defesa dos Povos do Cerrado - Entrega da Carta do Cerrado

Data: 4 de julho de 2025

Local: Câmara Federal – Congresso Nacional

Horário: 10h

2º Seminário Agenda 2030 e os Povos do Cerrado