A administração superior da Universidade de Brasília participou, nesta terça-feira (23), no auditório do Ministério da Educação, da abertura do Seminário da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em Ação. Além do reitor Ivan Camago – que compunha a mesa com o ministro Aloízio Mercadante e outros coordenadores da Base –, estiveram presentes no evento a decana de Extensão, Thérèse Hofmann, e o decano de Ensino de Graduação, Mauro Rabelo.
Durante a abertura do seminário, que continua na UnB até o dia 25 de fevereiro e visa formar multiplicadores da iniciativa, foram abordadas questões como a educação infantil, as áreas de conhecimento e a importância da construção coletiva da proposta da BNCC.
A tela do site da BNCC era atualizada em tempo real e mostrada ao lado da mesa. Das mais de dez milhões contribuições, cerca de 7,4 mil foram enviadas durante a cerimônia.
O ministro da Educação ressaltou a importância do estabelecimento do currículo comum do ensino como uma ferramenta para atingir a igualdade. "A escola é a oportunidade que irá fazer a diferença. Teremos a convicção de apresentar a melhor proposta possível para a educação brasileira, garantindo aprendizagem a todos". Ele afirmou que a Base será o direcionamento para que se discuta pedagogia e licenciaturas, que refletem diretamente na qualidade educação.
A Universidade contribui para o projeto fornecendo estrutura logística e a experiência de especialistas para fazer a classificação e a análise das contribuições. O reitor Ivan Camargo salientou a importância da parceria com o MEC. "A UnB não pode se omitir de algo tão grande. É a academia contribuindo para a formação do futuro", enfatizou.
Entenda o papel da UnB na BNCC
Chamada para a mesa do evento após as falas iniciais, a decana de Extensão explicou que a Universidade apoia o ministério, consolidando e permitindo a leitura de dados. "Tudo será analisado, considerado e repassado para construir essa base", disse.
De acordo com o decano de Ensino de Graduação, Mauro Rabelo, com o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) como forma de ingresso nas instituições federais de Ensino Superior, a proposta da BNCC se reveste ainda mais de importância, uma vez que, com a mobilidade dos estudantes, é essencial que o currículo e a formação se deem sem discrepâncias.
O professor explica que o estabelecimento de patamar comum é vital para a mudança no processo educativo, inclusive, após o término do Ensino Médio. "Em médio prazo, provavelmente receberemos estudantes mais bem preparados e que irão passar mais tranquilamente pelo primeiro ano na universidade, fato determinante para reduzir o índice de evasão", pondera.
Os participantes do seminário discutirão os relatórios das sugestões registradas até o dia 15 de dezembro, mas a base está aberta para contribuições até 15 de março. Cada unidade da federação enviou representantes que serão multiplicadores das discussões.
A pesquisadora da Universidade Federal de Goiás, Ivone Barbosa, representa um grupo de trabalho sobre educação infantil e foi indicada pelo estado de Goiás. Ela conta que, após o seminário, seu grupo organizará a conscientização sobre os debates. "Chegando ao estado, faremos a divulgação para municípios e entidades e analisaremos também a contribuição de Goiás para a educação infantil", explica.
A BNCC – A Base Nacional Comum Curricular está sendo pensada com o objetivo de apontar o que todo estudante brasileiro precisa aprender, desde a Educação Infantil até o final do Ensino Médio. Ela se propõe a ser o resultado consolidado de contribuições, processadas por especialistas e recebidas pelo sistema de consulta pública, sobre a proposta preliminar já publicada.
Após o processamento das contribuições, os pesquisadores envolvidos no projeto elaboram relatórios que, juntamente com as sugestões recebidas de escolas, associações e grupos de pesquisa, irão fundamentar a equipe responsável pela revisão do documento preliminar.
Quando a proposta estiver finalizada, será entregue ao ministro da Educação para que ele a confirme ou não. A ideia é que essa base comum corresponda a 60% do conteúdo e que os outros 40% sejam complementados pelos estados e o Distrito Federal de acordo com as peculiaridades locais.
Os colaboradores – que podem ser indivíduos, organizações e escolas – devem se cadastrar no site e enviar sugestões de modificação, exclusão e inclusão de objetivos de aprendizagem. Elas serão avaliadas de acordo com a clareza das ideias, relevância dos conhecimentos e a pertinências dos objetivos.