Os quatro campi da Universidade de Brasília se preparam para voltar a pulsar com intensidade total a partir de 9 de março. O início do semestre letivo marca a volta às atividades de mais de 50 mil estudantes de graduação e de pós-graduação. Uma comunidade viva, produtiva e esperançosa, sempre atenta aos desafios do país, que não serão poucos neste ano.
As incertezas da conjuntura econômica brasileira têm impacto direto no cotidiano da academia. Dependentes do financiamento do Estado, a maioria das universidades públicas passa por momentos de apreensão, com enfrentamento de severas dificuldades para pagar as contas. As verbas de custeio diminuem, ao passo que as demandas por investimentos em serviços e infraestrutura não param de crescer.
A realidade financeira da Universidade de Brasília se assemelha à das demais federais. A instituição da capital do país iniciou 2015 com redução de um terço dos recursos necessários para janeiro. O esforço para honrar compromissos é compartilhado por unidades acadêmicas e administrativas. A disposição é a de reduzir e economizar o que for possível. Esse empenho é acompanhado da expectativa de que o Congresso Nacional conclua a votação do Orçamento da União e, assim, permita ao Ministério da Educação repassar as quantias adequadas à realidade da UnB.
A despeito dos obstáculos econômicos, a universidade segue em expansão. Do ponto de vista da estrutura física, o semestre traz entre as novidades a inauguração de espaços acadêmicos, como o Bloco de Salas de Aula Norte, e a consolidação do bloco equivalente na ala sul do Campus Darcy Ribeiro. A Prefeitura dos Campi e a área de gestão de obras também trabalham em reformas e melhorias de salas e laboratórios. A questão do conforto térmico recebe atenção especial, com a compra e a recuperação de aparelhos de ar condicionado e a instalação de películas nos novos prédios.
Outro progresso no horizonte é a ampliação da capacidade de atendimento da carga elétrica da universidade. O Instituto Central de Ciências (ICC) vai receber novas subestações que atendam demandas atuais e futuras por energia. Uma maquete desse prédio símbolo, aliás, será exposta no MoMA em Nova Iorque como destaque da arquitetura da América Latina. A iluminação do Campus Darcy Ribeiro também vai melhorar. Lâmpadas eletrônicas aos poucos substituem as incandescentes, que gastam mais e iluminam menos. Contatos em curso com o governo do Distrito Federal avançam para a instalação de mais pontos de luz nos acessos ao maior campus da UnB, em especial nas vias de ligação para a L2 Norte.
Os aprimoramentos nas atividades acadêmicas igualmente prometem sobrepor-se às adversidades econômicas. Uma rede de acolhimento começa a ser implementada para atender estudantes e aperfeiçoar a atuação de professores. Trata-se de uma organização que envolve coordenadores de cursos e serviços como os de orientação educacional, desenvolvimento social e saúde. A ideia é reduzir os índices de evasão e garantir o suporte necessário para todo o trajeto da formação acadêmica.
De forma inovadora, a Universidade de Brasília programa uma recepção especial para a volta do corpo docente às salas de aula. Professores receberão informações atualizadas sobre o perfil dos estudantes. O Decanato de Ensino de Graduação avalia como esse perfil tem se alterado com a utilização do Sisu. Os docentes também vão ser orientados acerca das oportunidades de inovação nos processos de ensino e aprendizagem. Valorizar e inteirar o professor são prioridades neste momento.
Com a convicção de que sua natureza vanguardista vai resistir ao aperto econômico, a UnB inicia o período letivo disposta a ser cada vez mais relevante para a sociedade. Os caminhos para a superação vão ser trilhados com habilidade por toda a comunidade acadêmica. A universidade seguirá íntegra em sua vocação de revelar talentos, formar quadros importantes e, por meio da produção do conhecimento, propor soluções para as necessidades do Brasil e do mundo.
Publicado originalmente no jornal Correio Braziliense de 6 de março de 2015.