O serviço de vigilância da Universidade de Brasília registrou, apenas no mês de agosto do ano passado, 231 carros com portas ou vidros abertos no campus Darcy Ribeiro. Nenhum desses veículos apresentava marca de violação ou arrombamento, o que indica descuido dos proprietários. “Chegamos a encontrar carros abertos e com a chave na ignição”, afirma o diretor de Segurança da Prefeitura dos Campi (Diseg/PRC), Josué Guedes, ao lembrar que esse número é constante.
A falta de atenção não é exclusividade dos motoristas. Segundo Guedes, furtos de objetos pessoais e equipamentos da universidade costumam acontecer em momentos de distração. “É comum, em locais como a Biblioteca Central, os usuários deixarem notebooks e celulares nas mesas e saírem para lanchar ou resolver alguma coisa. Ladrões ficam de olho nesses comportamentos”, diz.
Checar o travamento das portas dos carros, manter objetos pessoais ao alcance e evitar transitar sozinho por locais isolados são algumas das orientações da Diretoria de Segurança (ver ilustração) para evitar roubos, furtos e outros casos de violência na universidade. Uma cartilha com recomendações de cuidados está em fase de elaboração. “Com ações da segurança e com o cuidado da comunidade podemos diminuir esses índices”, avalia Josué Guedes.
REFORÇO NA SEGURANÇA – Desde o início do semestre, a Prefeitura dos Campi tem intensificado as rondas nas unidades da UnB e investido em equipamentos e na capacitação dos trabalhadores da segurança. O setor conta hoje com 106 servidores do quadro, 168 vigilantes terceirizados e 548 porteiros. A maioria desses profissionais trabalha em sistema de escalas.
“Há uma mudança na filosofia de trabalho da segurança da UnB. Nosso foco vai além da proteção patrimonial e também está centrado no relacionamento com a comunidade acadêmica”, afirma Evanir Bispo, coordenador da Diretoria de Segurança. Ele defende iniciativas colaborativas como a implantação de cadastro voluntário de veículos.
Estudantes, técnicos e professores informariam dados dos veículos e números de telefone por meio de um sistema de acesso exclusivo da Diseg. Em casos de ocorrências, os seguranças entrariam em contato de forma imediata com os proprietários. A PRC analisa a proposta.
A Diseg mantém contato permanente com unidades ligadas à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal para trocar informações e avaliar medidas que aumentem a tranquilidade nos campi. “Precisamos nos conscientizar que a UnB está integrada à cidade. Não somos uma ilha. Devemos adotar nos campi os mesmos cuidados que temos fora deles”, ressalta Evanir Bispo.