A Universidade de Brasília recebe, na próxima sexta-feira (19), evento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em comemoração aos seus 80 anos e às três décadas da concessão do título de Patrimônio Cultural à Brasília pela Unesco. O encontro, sediado no auditório da Reitoria, integra também as ações comemorativas dos 55 anos da Universidade.
Temas como gestão do patrimônio cultural do DF e possibilidades de leitura dos espaços da cidade serão debatidos, ao longo do dia, por oito especialistas da Universidade e/ou do Iphan convidados para compor as duas mesas-redondas do evento, cuja mediação será feita pelos professores da UnB Benny Schasberg e Neio Campos.
"A Universidade é o espaço ideal para discutir a utilização e reapropriação dos espaços, engajando também os futuros especialistas em patrimônio. Gestão e preservação do patrimônio é uma temática que tem tudo a ver com a educação e formação acadêmica", destaca Sandra Bernardes Ribeiro, coordenadora técnica do Iphan.
O evento marca o lançamento do livro Patrimônio em transformação – atualidades e permanências na preservação de bens culturais em Brasília, que reúne artigos dos palestrantes do evento e de outros estudiosos. A obra está dividida em três partes: revisitando o passado; reinterpretando o presente; e olhares sobre a gestão do patrimônio cultural do DF.
Colaborador do livro com o artigo Via W-3, Brasília: nossa futura Broadway, Frederico de Holanda, doutor em Arquitetura pela Universidade de Londres e professor aposentado da UnB, traz ao debate sugestões e diretrizes para recuperação da via. Sobre o título patrimonial concedido à cidade, o arquiteto acentua: “Brasília não é simplesmente uma cidade moderna. O projeto de Lúcio Costa inspira-se na arquitetura monumental de todos os tempos. Nisso ele foi revolucionário. Ninguém, até então, tinha ousado fazer isso. Reinserir a dimensão monumental na arquitetura moderna era inadmissível."
Paulo César Marques, doutor em estudos de transportes e professor da UnB, é coautor da obra com o artigo Mobilidade, acessibilidade e velocidade no Eixo Rodoviário, temática que também será abordada no evento. Ele fala sobre as reflexões oportunizadas pela publicação: “É comum a ideia de que patrimônio é algo engessado. O título do livro é significativo por inserir a ideia de transformação. O fato de ser tombado significa preservar valor e não tanto as formas”. O especialista ressalta que a capital foi concebida para ser vivenciada pelos moradores e que “o conceito de cidade parque deve ser preservado”.
SERVIÇO – O evento é aberto ao público e tem como programação as mesas-redondas Olhares sobre a Gestão do Patrimônio Cultural do DF, das 9h às 12h, e Possibilidades de Leitura dos Espaços da Cidade, das 14h30 às 17h30.
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