
No simbólico auditório que leva o nome do jornalista Pompeu de Sousa, idealizador do projeto embrionário da Faculdade de Comunicação (FAC) da Universidade de Brasília, os docentes Dione Oliveira Moura e Tiago Quiroga Fausto Neto foram empossados como diretora e vice-diretor da unidade para o quadriênio 2019-2023. O ato foi celebrado na quinta-feira (14).
“A posse do nosso primeiro diretor, Pompeu de Sousa, foi em 1965. Fico feliz porque foi o ano em que nasci. Já em 1987, quando vim fazer especialização em Brasília, fui aluna dele. Recebo essa função com muita seriedade, porque temos uma missão grande e estou seguindo os passos de nossos fundadores”, compartilhou Dione Moura.
Completando dez anos de casa neste mês, Tiago Quiroga expressou seu sentimento ao assumir a vice-direção. “Me sinto extremamente integrado e compromissado com a UnB. Visto essa camisa porque a universidade pública é o elemento de transformação social do qual a gente não pode abrir mão”, externou o docente.
A reitora Márcia Abrahão parabenizou os gestores empossados e reforçou a alegria em “ver que, nos últimos anos, a Faculdade cresceu e se renovou em termos de pessoal, estrutura física e ampliação de suas atividades, com a criação do curso de Comunicação Organizacional”. A reitora lembrou que a unidade é “exemplo da diversidade de pessoas que historicamente têm contribuído para a sociedade de Brasília e do país”.
BALANÇO – A Faculdade de Comunicação possui quatro cursos de graduação – Audiovisual, Comunicação Organizacional, Jornalismo, Publicidade e Propaganda – e um curso de pós-graduação com mestrado e doutorado. A unidade conta com 61 docentes efetivos e cerca de 1.300 discentes na graduação e pós-graduação.

À frente da unidade desde 2015, o docente Fernando Oliveira Paulino deu as boas-vindas aos novos diretores e aproveitou o momento para prestar contas sobre as práticas da gestão recém-finalizada. Entre as melhorias apontadas na infraestrutura estão instalação de ar-condicionados, bebedouros e diversos equipamentos audiovisuais.
Segundo o docente, a gestão superou 99% de recursos executados, considerando o orçamento previsto para 2018. “Implementamos procedimento de orçamento participativo e contínua prestação de contas, com a previsão financeira compartilhada e debatida de maneira aberta”, lembrou Paulino.
Na parte acadêmica, houve melhorias como revisão do projeto político e pedagógico dos cursos de Jornalismo e Audiovisual, além de aprimoramento de fluxos e procedimentos. “Obtemos nota máxima por parte da comissão de avaliação indicada pelo MEC e fomos contemplados com o título de melhor universidade para a área de comunicação e informação pela publicação Guia do Estudante”, destacou Paulino.
O ex-diretor ressaltou que a FAC “carrega uma responsabilidade histórica na promoção da liberdade de expressão e da diversidade”, herdada de “docentes e discentes que marcam nossa trajetória de quase 60 anos e de pessoas que ao longo da história brasileira lutaram em defesa da educação pública”.
Os novos gestores da Faculdade mencionaram assumir o cargo motivados pela “defesa da universidade pública e da comunicação em seu papel democrático e democratizador”. Relatora da proposta de cotas raciais da UnB, Dione Moura externou sua felicidade em ser empossada no momento em que o país passa a registrar negros e pardos como maioria discente no ensino superior público.
“Fui discente de graduação como jovem negra. Nós éramos apenas 2%. Essa foi a chance que, à época, tive de estudar em uma instituição pública. Imagino o quanto eu já teria deixado de contribuir para a UnB e para o país caso não tivesse ingressado no ensino superior”, completou Dione Moura, com expectativa de ampliar sua contribuição durante a gestão da FAC.