O trabalho, os desafios e os sonhos que marcaram a trajetória de Darcy Ribeiro estão sintetizados em série especial de matérias no veículo que o homenageia. Lançada nesta segunda-feira (29), no Salão de Atos da Reitoria, a Revista Darcy traz em 12 de suas 54 páginas reportagens sobre o diário de campo, as obras literárias e os projetos de educação do antropólogo. Esta é a 15ª edição da revista concebida para divulgar a produção científica e cultural da Universidade de Brasília.
A primeira das matérias do dossiê sobre Darcy Ribeiro resgata a atuação do idealizador da UnB com povos indígenas. O texto assinado pela repórter Nívea Ribeiro é antecedido por ilustrações de Túlio Mendes, que destacam o reconhecido sorriso aberto de Darcy. A parceria dele com o educador Anísio Teixeira é explorada em matéria sobre os desafios de fundar uma universidade inovadora e melhorar a política nacional de educação.
A nova edição de Darcy também traz matérias científicas de temas como astronomia, ensino de matemática e testes laboratoriais com humanos. Ensaio fotográfico de Christian Knepper e reportagem sobre kit de diagnósticos da dengue desenvolvido por estudante da UnB são outros dos destaques da publicação.
Darcy é distribuída na universidade e na rede pública de ensino do Distrito Federal. A tiragem é de 12,5 mil exemplares. Uma nova página da revista para internet está em construção. Mais informações em www.revistadarcy.com.br e pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
LANÇAMENTO – A apresentação da nova Darcy reuniu professores eméritos, colaboradores, estudantes e leitores. Diretor de redação da revista, o professor Paulo Paniago avaliou a missão de conduzir a publicação como “uma honra”. Para ele, a Darcy funciona como “cartão-postal da produção científica da universidade”. Paniago leciona na Faculdade de Comunicação (FAC) e é responsável por disciplina de jornalismo científico.
A estudante de Jornalismo Nathalia Zôrzo demonstrou satisfação em colaborar com a 15ª edição da revista. Segundo ela, a matéria que produziu sobre o uso de cobaias em experimentos científicos foi a reportagem que mais gostou de fazer em quatro anos de curso. O ex-editor da publicação José Negreiros disse estar satisfeito com o envolvimento dos estudantes. “Houve um salto de qualidade quando a revista saiu do prédio da Reitoria e foi para perto dos alunos”, avaliou. A revista passou a ser editada da FAC desde o ano passado.
Apontado como criador da Darcy, o jornalista e ex-professor da FAC Luiz Gonzaga Motta recusou o título de pai da revista. Coordenador do Conselho Editorial, ele disse que a publicação é uma obra coletiva que leva “pesquisas importantes ao conhecimento público”. O comunicador, que hoje vive em Santa Catarina, lembrou a importância de distribuir a revista em escolas públicas e pediu esforço contínuo para que a publicação não seja interrompida.
O professor emérito Aldo Paviani parabenizou o esforço dos responsáveis pela revista e falou que sabe como é difícil manter uma publicação periódica. O presidente da Sociedade Brasileira de Biotecnologia, Luiz Antônio de Castro, elogiou a revista e sugeriu mudanças nas formas de financiamento e aquisição da revista e ofereceu parceria direta da instituição. Presidente do Conselho Editorial da Darcy e também emérito da UnB, Isaac Roitman, agradeceu a proposta e disse que é preciso avaliá-la.
O geólogo Othon Leonardos, outro emérito presente, e o professor Noraí Rocco, do Departamento de Matemática, manifestaram posição contrária à de Luiz Antônio Castro. Para eles, as coberturas de Darcy devem ser transversais e a publicação não deve estar vinculada a uma sociedade específica.