Pesquisadores da Faculdade de Ceilândia (FCE) e do Grupo Independente de Avaliação do Impacto Ambiental (Giaia) divulgaram relatório parcial com os resultados iniciais da análise da água e de sedimentos extraídos do Rio Doce, nas regiões afetadas pelo rompimento de barragem em Mariana (MG).
De acordo com os dados preliminares, foram detectadas relevantes concentrações de arsênio e manganês em relação ao que preconiza a resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
O relatório contemplou as análises das coletas de água e sedimentos, realizadas entre os dias 4 e 8 de dezembro em dez pontos ao longo do curso do Rio Doce, entre o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e a cidade de Governador Valadares.
Foram analisadas as concentrações de dez metais: alumínio dissolvido, ferro dissolvido, lítio, manganês, zinco, arsênio, cádmio, chumbo, selênio e níquel.
Cientistas da UnB analisam amostras da região do Rio Doce
RESULTADOS - O arsênio (Ar) apresentou concentração acima da permitida (0,01 mg/L) em cinco das dez amostras. O elemento está acima do preconizado desde a montante do rio, região mais alta, próxima a nascente, e teve a concentração significativamente aumentada à jusante do rio, região mais baixa, para onde se dirige a corrente de água.
Já o manganês (Mn) aparece acima do limite (0,1 mg/L) em nove das dez amostras. A concentração é aceitável apenas no material colhido em afluente que não foi atingido e que deságua no Rio Doce.
Os níveis de chumbo (Pb) também ficaram acima do permitido em duas amostras: no Rio Gualaxo do Norte, na cidade de Paracatu de Baixo, e no encontro do mesmo rio com o Rio do Carmo, na cidade de Rio Doce.
A análise apontou que os parâmetros dos demais elementos químicos estão em conformidade com a legislação do Conama.
Em outro teste, feito a partir da coleta de água captada e tratada do Rio Doce na cidade de Governador Valadares, apenas a concentração de Arsênio não está em conformidade com valores máximos estabelecidos para elementos químicos em água potável, como dispõe a portaria 2914/11 do Ministério da Saúde. O elemento encontra-se 4 vezes acima do permitido.