A Universidade de Brasília decidiu destinar até 1% do total de suas vagas anuais ofertadas na graduação ao ingresso de indígenas. Para 2018, estão previstas 64 oportunidades, em diferentes cursos, distribuídas entre o primeiro e o segundo semestres letivos. A seleção se dará por vestibular específico, cujo edital deve ser publicado nos próximos dias.
A retomada da oferta de vagas para populações indígenas foi aprovada em reunião do Conselho de Ensino de Pesquisa e Extensão (Cepe), nesta quinta-feira (8). A decisão contempla o pedido da Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB (AAIUnB) pela volta do vestibular específico, que esteve suspenso nos últimos três anos.
De acordo com a decana de Ensino de Graduação, Cláudia Garcia, a iniciativa não retira cadeiras dos processos seletivos já consolidados. “Serão criadas novas vagas para essa ação específica, que visa formar e habilitar, nos próximos dez anos, aproximadamente cem profissionais indígenas em todas as áreas do conhecimento”, informa, citando as metas da Universidade em convênio com a Fundação Nacional do Índio (Funai), estabelecidas no Acordo de Cooperação Técnica nº 002/2015.
A decana informou, ainda, que o cronograma do certame visa garantir a adequada divulgação junto às comunidades indígenas. “Recebemos um documento da Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB solicitando que o ingresso acontecesse a partir do próximo ano. Isso porque, no período de férias, eles regressam às suas comunidades e, assim, terão oportunidade de divulgar a seleção”, detalha.
O vestibular específico para povos indígenas seguirá os moldes de seleções realizadas em anos anteriores, com aplicação de prova objetiva, redação em língua portuguesa, análise de documentação comprobatória de etnia e entrevista pessoal. No edital constarão informações sobre os polos de apoio aos participantes.
“Neste primeiro momento será priorizada a oferta de vagas para alguns cursos, conforme solicitação dos representantes indígenas. Cada curso gerará pelo menos duas vagas, com objetivo de proporcionar apoio recíproco entre esses estudantes”, esclarece Cláudia.
A relação dos cursos e dos respectivos números de vagas destinados a candidatos indígenas será definida anualmente, respeitando o limite de até 1% do total de vagas ofertadas na graduação pela UnB no ano anterior. As definições do processo cabem ao Comitê Gestor formado por representantes da UnB, do Ministério da Educação (MEC) e da Funai, acrescido de representação indígena.