A administração da Universidade de Brasília recebeu, nesta segunda-feira (26), estudantes, representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação da Universidade de Brasília (Sintfub) e funcionários terceirizados da instituição. A comitiva fez ato contrário à ameaça de demissão de trabalhadores contratados para os serviços de limpeza na instituição.
Representando os terceirizados, Dayane Fernandes apelou à administração que pense em outras formas de cortar gastos, sem envolver corte de pessoal. Os contratados relataram problemas como excesso de pressão por parte dos fiscais e atraso nos pagamentos do salário e de tíquetes.
O grupo foi recebido pelo chefe de gabinete da Reitoria, Paulo Cesar Marques, e pelo prefeito do campus, Valdeci da Silva Reis, no Salão de Atos. “A administração está preocupada com as consequências das restrições orçamentárias e está aberta para a discussão de alternativas”, disse Paulo Cesar.
Como resultado do encontro, foi acordado que, nesta terça-feira, às 9h, a administração estabelecerá uma mesa de negociação com estudantes, com o sindicato e com terceirizados, com o objetivo de discutir soluções para o quadro. O grupo será recebido no Salão de Atos.
Foi acordado ainda, que, enquanto a mesa estiver discutindo alternativas, a negociação de ajustes com as empresas prestadoras de serviços estará suspensa. Além disso, não haverá multa à empresa ou corte no ponto dos funcionários participantes do ato nesta segunda-feira.
“O objetivo da mesa é procurar soluções que impeçam a demissão. Estamos firmes quanto à não negociação de direitos. Esperamos que a mesa aponte alguma direção neste sentido”, afirmou Maurício Sabino, representante do Sintfub.
ENTENDA – A Universidade de Brasília tem um déficit orçamentário previsto da ordem de R$ 92,3 milhões para este ano. Para enfrentar esse cenário, a UnB trabalha em duas frentes: aumento de receita e redução de despesas. Em relação ao primeiro aspecto, espera atingir um incremento de receita da ordem de R$ 50,8 milhões, incluindo eventuais remanejamentos orçamentários.
Também será necessária uma redução de despesas de R$ 39,8 milhões. Nesse sentido, estão sendo efetuados ajustes em contratos de prestação de serviços; rediscussão da política de subsídios ao Restaurante Universitário (atualmente em discussão no Conselho de Administração); e descentralização da gestão dos contratos de estágio – hoje, eles são mantidos pela administração, e passarão a ser geridos pelas unidades acadêmicas.
*Estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.