Os professores da Universidade de Brasília devem ter, em breve, uma nova forma de fazer a progressão e a promoção funcional. O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) aprovou, na última quinta-feira (17), resolução que estabelece novas normas e critérios para o processo. O assunto era uma antiga demanda dos docentes da Universidade, que, atualmente, enfrentam longas etapas de comprovação das atividades para mudar de classe e denominação.
“A aprovação dessa minuta foi fruto de um intenso processo de amadurecimento da nossa comunidade, que discutiu o assunto exaustivamente no ano passado”, lembrou o vice-reitor, Enrique Huelva, que presidiu a reunião do Cepe.
O documento, aprovado com apenas uma abstenção, deixa o processo mais objetivo, descentralizado e flexível, de forma a considerar os perfis docentes diferenciados. A análise dos pedidos de progressão e promoção será feita por pessoal designado pelas próprias unidades acadêmicas – hoje, está centralizada na Câmara de Carreira Docente (CCD).
“O maior problema é que a resolução anterior não estava adequada ao marco legal contemporâneo”, explicou a professora Adriana Amado, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Face), uma das presidentes da comissão responsável pela minuta. O grupo buscou inspirações em resoluções de outras universidades federais e acolheu as sugestões feitas ao Cepe durante as reuniões do ano passado.
A comissão também apresentou o Sistema de Acompanhamento de Desempenho Docente (SIADD), ferramenta on-line desenvolvida pelo Centro de Informática (CPD), que vai facilitar o processo. O sistema trabalha com informações de bancos da UnB – de graduação, pós, extensão, entre outros – e da plataforma Lattes, cabendo ao professor verificar e direcionar os dados.
“O SIADD também vai estimular as pessoas a cadastrar informações nos sistemas da Universidade, o que ajudará a gerar relatórios sobre a instituição”, destacou a professora Adriana.
AVANÇOS – Representantes da Associação dos Docentes (ADUnB), presentes na reunião, celebraram o conteúdo da nova resolução, que apazigua diversos aspectos frequentes na assessoria jurídica da entidade. “Uma das coisas que mais nos chegava era a subjetividade para se tornar professor associado, algo que foi bastante trabalhado no novo texto”, comentou o professor Virgílio Arraes, presidente da ADUnB.
Para que a nova progressão funcional entre em vigor, o Cepe deve discutir, ainda, a tabela de pontuação das atividades docentes, isto é, quais são os resultados mínimos que devem ser alcançados para garantir o avanço na carreira. O assunto já está na pauta da próxima reunião do Conselho, prevista para 31 de agosto.