ÓRGÃOS COLEGIADOS

Dados apresentados pela Câmara de Projetos, Convênios, Contratos e Instrumentos Correlatos (Capro) ao Consuni representam um marco de eficiência: menor tempo de tramitação e maior número de projetos avaliados

Decana de Pesquisa e Inovação, Maria Emília Walter, que preside a Capro, apresentou o Relatório de Atividades de 2023. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

Um panorama dos cinco anos de atividades da Câmara de Projetos, Convênios, Contratos e Instrumentos Correlatos (Capro) foi apresentado pela decana de Pesquisa e Inovação da Universidade de Brasília, Maria Emília Walter, na reunião do Conselho Universitário (Consuni) de sexta-feira (5). Na mesma reunião, os conselheiros aprovaram as indicações dos títulos de Professor Emérito para o docente da Faculdade de Direito e reitor da UnB (2009/2012), José Geraldo de Sousa Junior, e de Honra ao Mérito a cinco ex-alunos.

“Em 2018, quando a Capro foi criada, levávamos mais de cem dias para analisar um projeto. Hoje, levamos 76 dias. Isso é realmente inédito. Antes de 2018 não temos dados, porque não havia uma forma sistemática de coletar esses dados na Universidade. Mas sabemos que a tramitação levava seis, oito meses ou mais. A Capro foi criada para organizar, dar celeridade e segurança técnica e jurídica aos projetos, a seus coordenadores e à Universidade”, explicou a decana, que parabenizou especialmente os três servidores que atualmente trabalham na câmara: Bianca Mello do Nascimento, Jéssica Gonçalves Pereira e Leonardo Rodrigues Barros.

Entre os dados mais relevantes, destaca-se a significativa diminuição de 124 para 76 dias na tramitação de projetos, enquanto o número de projetos analisados aumentou de 108 para 268, no período de 2019 a 2023. Entre as unidades acadêmicas, lideram o número de projetos avaliados a Faculdade de Tecnologia (FT) e a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas (Face). Entre as unidades administrativas, DPI e Decanato de Extensão (DEX) são as que têm maior número.

O vice-reitor Enrique Huelva ressaltou que a criação da Capro, como Câmara do Consuni e também como uma política da Universidade, foi uma das decisões mais acertadas da UnB. “Conseguimos combinar elementos que são difíceis. Criar um processo sólido, com segurança jurídica e aumentar o número de processos tramitados, alguns muito complexos, fazendo isso cada vez em menos tempo. A gente sabe o quanto é importante essa redução de tempo de tramitação. São conquistas que ficam para a nossa Universidade.”

O diretor do Instituto de Ciências Exatas, Ricardo Ruviaro, lembrou que os professores às vezes deixam de cumprir os requisitos necessários para a análise dos projetos, como a entrega de relatórios, atas e outros documentos. “A nossa decana, de uma maneira muito acolhedora, fala: 'professor, você só esqueceu de oito etapas do processo.' [risos]. Então, esses 76 dias são mérito e zelo dessa equipe da Capro. Como professor da Universidade de Brasília quero deixar um agradecimento ao senhor [vice-reitor], à reitora e à decana Maria Emília, que gere a Capro.”

Ruviaro, que é membro da Capro, destacou a excelência do trabalho da câmara para garantir que os coordenadores de projetos e a gestão da Universidade tenham segurança jurídica, inclusive após a finalização das pesquisas. “Daqui a um ano, dois anos, três anos, os órgãos de controle vão fiscalizar, vão se debruçar nos projetos, e verão que todas as etapas foram feitas com cuidado. Todos nós poderemos descansar em paz, sem sermos questionados.”

O diretor da Faculdade de Medicina, Gustavo Romero, também ressaltou a responsabilidade das unidades para a agilidade da tramitação dos projetos. “A Capro é um divisor de águas na qualidade da gestão dos projetos na Universidade. Somente por um esforço coletivo chegamos aos 76 dias. Há uma margem do tempo de tramitação que corresponde à instância proponente. Eu acho que a gente, nas próprias unidades acadêmicas que fazem a captação direta, devemos acelerar a nossa capacidade de resposta. Mas é um aprendizado que eu acho que vem sendo feito nos últimos anos, com muita propriedade e consistência”, avaliou.

O diretor da UnB Gama, Sandro Haddad, reconheceu o avanço para a Universidade com a criação da Capro e reforçou que é uma conquista permanente. “Não podemos, de forma alguma, aceitar retrocesso depois de toda essa estrutura que nós criamos, mas sim avançar cada vez mais. Quando entrei na UnB, tive projetos que levaram mais de oito meses para serem assinados. Passei por situações em que perdemos projetos porque a empresa perdeu o interesse”, relatou.

RECONHECIMENTO – O Consuni decidiu, por aclamação, outorgar o título de Professor Emérito ao docente da Faculdade de Direito (FD) e reitor da UnB (2009/2012), José Geraldo de Sousa Junior. “Foi o reitor que implantou o Reuni na UnB. Foi na gestão dele que os cursos foram criados, a maioria das obras foram feitas, inclusive os prédios dos campi. Ele sempre diz que a Universidade é multicampi e que não existe centro e periferia. Foi com ele que eu aprendi essa prática de ir nas unidades conversar. Ele é um humanista. Eu tenho o orgulho e a honra de ter trabalhado com o professor José Geraldo. Eu fico feliz que tenha chegado este dia e na nossa gestão”, disse a reitora Márcia Abrahão.

A concessão do título de Professor Emérito ao reitor da UnB (2009/2012) José Geraldo de Sousa Junior foi feita por aclamação. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

A diretora da FD, Daniela Marques, destacou que o professor José Geraldo dispensa apresentações. “Há uma confusão entre a vida pessoal dele e a vida universitária. Ele vive a Universidade de Brasília todos os dias de sua vida. Se eu pudesse destacar duas expressões, eu diria que Zé Geraldo está atrelado aos direitos humanos e à emancipação. Ele é um professor que luta e sempre lutou para que os direitos do homem sejam garantidos de maneira íntegra e que as pessoas emancipadas, com a própria identidade e com a própria autonomia, se coloquem como sujeitos de direito.”

O professor da FD Alexandre Bernardino contou que trabalha com o professor José Geraldo há mais de 30 anos. “Quando cheguei na UnB para fazer um concurso para professor substituto, ele me acolheu como se me conhecesse há anos. Eu nunca tinha sido aluno dele e não o conhecia pessoalmente. É importante valorizar esse ser humano, que é um professor exemplar.”

HONRA AO MÉRITO – Cinco egressos receberão o título de Honra ao Mérito. Dois da área da saúde: a nutricionista Lucilene Maria de Sousa e o médico Paulo Marcelo Gehm Hoff; dois de Humanas e Sociais II: o antropólogo Carlos Rodrigues Brandão (post mortem) e o economista Marwil Jonatha Dávila Fernandes; e um de Humanas e Sociais I: o arquiteto Cláudio Acioly Junior. “É importante lembrar que todos os anos nós fazemos o processo de escolha e as unidades podem discutir seus homenageados ao longo do ano”, ressaltou a reitora.

Foi aprovada, ainda, alteração no Regimento Interno do Instituto das Relações Internacionais (Irel), que criou a figura do vice-coordenador de graduação, sem função gratificada e sem estar formalmente registrado na estrutura da Universidade. Foi também aprovado o Relatório de Atividades de 2022 do Conselho Diretor, que realizou nove reuniões naquele ano.