3 ANOS DE GESTÃO

Investimentos e apoio a pesquisas se traduzem em resultados concretos, como a certificação Cerne 3 e pesquisadores entre os melhores do mundo

 

Ao longo dos últimos três anos, a Universidade de Brasília vem reforçando seu papel como instituição de excelência em pesquisa, inovação, desenvolvimento de tecnologias e empreendedorismo. A Universidade definiu prioridades e investiu em editais de pesquisa.

Além de ampliar as atividades que a aproximam cada vez mais da sociedade, a UnB fortaleceu seu Núcleo de Inovação Tecnológica – o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) – e o Parque Científico e Tecnológico (PCTec).

 

Em três anos, por meio do recebimento de royalties de tecnologias transferidas, a UnB arrecadou quase R$ 5 milhões, recursos investidos em ensino, pesquisa e extensão. Na foto, o estande da UnB na Campus Party Brasília 2023. Foto: PCTec/UnB

 

“A UnB passou por uma transformação significativa e se solidifica como instituição de excelência em pesquisa, em todas as áreas do conhecimento, comprometida com a inovação, sem abrir mão do compromisso social”, ressalta a reitora Márcia Abrahão. “Nesse período ainda enfrentamos uma pandemia que forçou a Universidade a inovar no ensino e na gestão, mas principalmente desenvolver projetos de pesquisa e extensão de combate à covid-19.”

RECONHECIMENTO – Em 2023, o CDT/UnB conquistou o nível 3 da certificação conferida pelo Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (Cerne). Outro reconhecimento à UnB foi o Prêmio Universidade Startup Friendly, concedido pela Brasil Startup em 2022 e em 2023.

A decana de Pesquisa e Inovação, Maria Emília Walter, afirma que o empreendedorismo na UnB procura o desenvolvimento com compromisso social. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

“O empreendedorismo aqui na UnB segue a nossa Política de Inovação, baseada em cinco eixos. Em vez dos três eixos tradicionais, chamado de Hélice Tríplice da Inovação – academia, governo e setor privado –, temos mais dois eixos: meio ambiente e tecnologias sociais. Nesse contexto, a gente tem um empreendedorismo em que há, além da geração de dinheiro, um olhar para os ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável], que têm a vertente social”, explica a decana Maria Emília Walter.

O reconhecimento do Cerne 3 consolida a excelência do Programa Multincubadora, colocando-o em posição de referência nacional. A certificação varia de 1 a 4. A diretora do CDT, Marileusa Chiarello, celebra a conquista "almejada por incubadoras de todo o país" e que situa a UnB como "epicentro tecnológico que apoia pequenos empreendimentos".

Cerimônia de certificação do Cerne 3 ocorreu durante a 33ª Conferência Anprotec, em Brasília. Foto: Anprotec

 

Mais de 50 empresas inovadoras participaram do Multincubadora nos últimos três anos, contemplando uma vasta diversidade de produtos tecnológicos, relacionados a temas como finanças, jogos eletrônicos, transição energética, educação, saúde, cosméticos, agropecuária e aquicultura, processos industriais, inteligência artificial, aeroespacial, infraestrutura de redes, tecnologia de informação, dentre outros.

No Distrito Federal, a UnB se coloca como instituição de bastante destaque. Em 2022, foi realizada a primeira edição do Prêmio FAPDF de Ciência, Tecnologia e Inovação. Dos 14 pesquisadores vencedores, dez eram da UnB. Em 2023, na segunda edição, os pesquisadores da UnB venceram 15 dos 23 prêmios entregues.

A Universidade também expande fronteiras de influência. No ranking Alper-Doger (AD) Scientific Index, que analisa o desempenho de cientistas e sua produtividade acadêmica, apontou, em 2022, 193 pesquisadores da UnB entre os 10 mil melhores da América Latina. Ainda segundo o ranking, a relevância dos pesquisadores da UnB no mundo cresce a cada ano. Na classificação 2022, a Universidade tinha 28 cientistas dentre os 10% melhores do mundo. Em 2023, passou para 35; e o último ranking, de 2024, coloca 49 pesquisadores da Universidade dentre os 10% mais importantes do planeta.

Ranking aponta que relevância internacional de pesquisadores da UnB cresce a cada ano. Arte: João Paulo Parker/Secom UnB

 

De acordo com o decano de Pós-Graduação, Lucio Rennó, o AD Scientific Index é um indicador importante da qualidade da pesquisa da Universidade, pois considera a produção científica e sua relevância, baseada em citações. "O ranking é fundamentado exclusivamente na produção e no impacto dos pesquisadores individuais. É diferente de outros que levam em consideração aspectos institucionais, organizacionais e coletivos das instituições”, afirma.

Outra classificação, elaborada em 2023 pela Universidade de Stanford e pelo repositório de dados Elsevier, mostrou que a UnB tem 31 pesquisadores entre os 2% mais influentes do mundo em suas áreas de atuação. O número é maior que o de 2022, quando o levantamento citou 29 pesquisadores da UnB. O estudo é separado em duas categorias: citações de toda a carreira do pesquisador e citações considerando apenas as referências feitas em 2022.

TECNOLOGIA DE PONTA – Em 2023, o PCTec completou cinco anos como órgão complementar, unidade diretamente vinculada ao Gabinete da Reitoria, como são a Biblioteca Central, a Editora UnB e o Hospital Universitário.

Sede do PCTec, que abriga empresas como a Kriltech, promissora agrotech iniciada na UnB. Foto: Divulgação

 

Elevado a essa posição em 2018, durante o primeiro mandato da reitora Márcia Abrahão, o Parque ampliou sua atuação, concorrendo a editais de fomento e financiamento em áreas de inovação.

Nos últimos anos, foram investidos cerca de R$ 30 milhões em infraestrutura e modernização do Parque. Os recursos vieram de fonte própria, emenda parlamentar e fundações de apoio.

Uma das marcas do PCTec é a promoção e o apoio a startups entre estudantes, como o trabalho do discente de Engenharia Mecânica da UnB Alexandre Delmonte e três sócios – um deles da comunidade externa. Eles fundaram a Cosseno Tecnologias e Educação, startup do PCTec desde maio de 2023.

O estudante de Engenharia Mecânica Alexandre Delmonte considera que o PCTec permitiu à empresa fundada por ele e três sócios se consolidar no mercado. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

A Cosseno é uma empresa de tecnologia de educação que oferece serviço gratuito para alunos do ensino básico. Já são mais de 15 mil usuários na plataforma. “A experiência no Parque é muito boa. Temos um grande apoio em termos de iniciativas e de crescimento. E tudo isso dentro da Universidade, o que facilita a nossa vida de universitário”, conta Delmonte.

O diretor do PCTec, Carlos Alberto Gurgel, afirma que a expectativa é chegar a 40 empresas residentes associadas assim que obras recentes – como o prédio do Centro de Biotecnologia Molecular (C-Biotech) e a praça de protótipos do Parque de Inovação e Sustentabilidade do Ambiente Construído (Pisac) – estiverem finalizadas. Além desses espaços, está em construção a Unidade de Atendimento e Serviços (UAS), na L3 Norte, que também vai abrigar empresas do PCTec. “Precisamos alavancar o conhecimento da UnB e transformá-lo em modelo de negócio: apoiar na estruturação, criação e residência das startups”, diz Gurgel.

O diretor do PCTec, Carlos Gurgel, tem a expectativa de abrigar 40 empresas no Parque. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

Um dos empreendimentos de ponta sediados no PCTec é a Krilltech Nanotecnologia, startup candidata a unicórnio – como são chamadas as empresas de tecnologia com potencial de atingir um valor de mercado superior a R$ 1 bilhão antes de abrir o capital na bolsa de valores. “A Krilltech é uma empresa imensa. Já começaram a exportar seus produtos e é uma startup da UnB”, comemora o diretor.

“Houve uma mudança no PCTec. Antes, ele funcionava para atrair empresas de fora da UnB. Nos últimos anos, estamos atuando para atrair startups da UnB. Abrindo as portas para essas empresas acessarem o Parque, caso queiram. O que levou a um aumento no número de empreendimentos sediados no PCTec”, explica Gurgel.

No final de 2023, foi assinado o contrato para a construção do LabZero, primeiro edifício demonstrativo de Brasília com balanço energético nulo. Como parte do PCTec, o prédio deve se tornar um living lab ("laboratório vivo"), com ambiente compartilhado por startups e grupos de pesquisa.

Gurgel ressalta o apoio da gestão na consolidação do Parque. “Destacam-se, em especial, a construção e a reforma de edificações para abrigar importantes instituições residentes, como plataformas tecnológicas, living labs, centros integrados de tecnologia e inovação e, principalmente, startups criadas na UnB", diz.

"Mais recentemente, como demanda da Reitoria, o Parque iniciou diálogo com uma equipe do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] para estudar a instalação de um centro de convivência na área do PCTec, com hotelaria moderna e de baixo custo, áreas de encontro e lazer, com o objetivo de incrementar a serendipidade no ambiente de inovação da UnB”, adianta o diretor.

Outra conquista do PCTec foi a primeira posição na região Norte-Nordeste e Centro-Oeste do edital de seleção da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para apoio financeiro a parques tecnológicos em implementação ou operação. No Brasil, o PCTec ficou com a quarta colocação. Ao todo, R$ 4,4 milhões serão destinados para instaurar e consolidar meios e processos a fim de gerir e prestar serviços inerentes a ambientes de inovação, melhorando desde a infraestrutura até as atividades de divulgação do Parque da UnB.

PROPRIEDADE INTELECTUAL – Nos últimos três anos, a UnB realizou 145 novas proteções de Propriedade Intelectual. As tecnologias protegidas em titularidade da Universidade são transferidas para a sociedade por meio de licenciamentos ou transferência de know-how, a fim de promover a inovação em diversos setores. Foram realizadas, no triênio, 78 transferências de tecnologia, arrecadando por meio de royalties quase R$ 5 milhões, recursos que são aplicados nas atividades-fim da Universidade.

“A Universidade de Brasília é inovadora. Desde a sua concepção seus pesquisadores direcionam as pesquisas para a criação de soluções aos problemas da sociedade. Fruto desse conhecimento, surgem diversas proteções da propriedade intelectual, tais como patentes, programas de computadores, cultivares, marcas e desenhos industriais”, explica Marileusa Chiarello, diretora do CDT.

A UnB formalizou sua primeira proteção junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 1992 e, ao longo dos anos, o CDT vem trabalhando para o avanço no número de proteções. Atualmente, o portfólio é de mais de 700 proteções.

POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA – O PCTec, o Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI) e o Decanato de Extensão (DEX) atuaram juntos de forma a garantir a participação da UnB em relevantes eventos de divulgação e popularização da ciência. Além disso, para ampliar a relação com a sociedade, a Universidade sediou eventos científicos de relevância.

Em 2022, nos 60 anos da UnB, a instituição sediou, pela segunda vez, o maior evento científico da América Latina: a 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Mais de 8 mil pessoas se inscreveram para prestigiar as mais de 200 atividades oferecidas, além do alcance de cerca de 35 mil pessoas em programações e transmissões remotas.

 

 

A Universidade participou da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em 2023, por meio da apresentação de diversas iniciativas, como o uso de inteligência artificial para facilitar o acesso a dados de prontuário médico por pacientes e a impressão em 3D de fósseis.

Presente em todas as edições, a UnB também segue apresentando projetos inovadores no principal festival de tecnologia, inovação, criatividade, ciência e entretenimento digital do DF, a Campus Party. Desde 2017, 90 iniciativas da Universidade já participaram do festival.

A edição de 2021 da Campus Party foi cancelada devido à pandemia. No retorno, em 2022, a UnB apresentou 38 projetos. Em 2023, foram mais de 50 projetos, no maior estande que a Universidade já teve desde a estreia do evento, com área de 150 m² para os expositores. As iniciativas vão desde desenvolvimento de foguetes até um protótipo de bomba hidráulica que funciona a bateria e luz solar.

COVID-19 – Em um período desafiador, marcado por adversidades impostas pela pandemia, a UnB conseguiu emergir como protagonista ativa no enfrentamento da crise sanitária e se consolidou como valiosa combatente da doença por meio do comprometimento e do investimento em pesquisa. Em 2021 e parte de 2022, mesmo com o isolamento social, diversos laboratórios funcionaram dia e noite.

Cerca de R$ 32 milhões foram investidos em pesquisas e mais de 200 projetos foram aprovados pelo Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 (Copei), criado em 2020 para incentivar e avaliar projetos de pesquisa e extensão voltados para o enfrentamento da pandemia.

 

A pesquisa dentro do Hospital Universitário de Brasília (HUB), por exemplo, teve um papel essencial ao participar do desenvolvimento da vacina CoronaVac. Desde o início, o HUB colabora ou desenvolve pesquisas relacionadas à covid-19. Mais de 500 profissionais de saúde da unidade fizeram parte dos testes clínicos.

Entre os hospitais da Rede Ebserh, o HUB é o que teve o maior número de projetos de pesquisa e inovação relacionados ao Sars-Cov-2. No ano de 2021, em uma grande corrente de solidariedade, a unidade de saúde recebeu 15 pacientes de Manaus em meio à fase mais crítica da pandemia na cidade. Além disso, abriu dezenas de leitos para internação e chegou a realizar 100 exames por dia.

 

SÉRIE DE REPORTAGENS 3 ANOS DE GESTÃO:

>> Especial relembra principais ações da atual gestão da UnB

>> Cada dia mais sustentável, UnB alcança resultados inéditos

>> Em um triênio, UnB dobra ações de extensão

>> Investimentos em comunicação e tecnologias garantem excelência na graduação

>> Ensinos presencial e a distância da UnB são reconhecidos no Brasil e no mundo

>> Investimento robusto em pesquisa fortalece excelência com compromisso social

>> UnB se consolida como referência em pesquisa, inovação e empreendedorismo