EXCELÊNCIA

Decanato empenha ações para auxiliar os PPGs no preenchimento de relatórios. Documentos devem ser entregues pelas unidades no início de março

Instituto de Química (IQ), campus Darcy Ribeiro. Foto: Mariana Costa/Secom UnB

 

A partir da primeira semana de março, o Decanato de Pós-Graduação (DPG) recebe dos programas de pós-graduação (PPGs) da UnB o Coleta Capes. Trata-se do relatório anual referente às atividades desenvolvidas por cada curso, a ser enviado para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os dados são usados posteriormente para a classificação dos cursos de pós-graduação do país na Avaliação Quadrienal 2017-2020.

 

Em abril, o decanato enviará à Capes os relatórios referentes às atividades de 2019. Para tanto, o DPG elaborou calendário escalonado para recebimento dos relatórios, que serão avaliados e retornarão aos PPGs caso seja identificada necessidade de aprimoramento. O esforço não é à toa: o resultado da avaliação da Capes impacta profundamente no futuro dos programas de pós da UnB, principalmente no que se refere ao repasse de recursos para pesquisa e inovação. As notas devem ser divulgadas em 2021.

 

A decana de Pós-Graduação, Adalene Moreira, conta que o decanato tem empenhado esforços para auxiliar os programas no processo de preenchimento dos dados. Por exemplo, o DPG realizou, em 2020, treinamento com os coordenadores para o preenchimento da Plataforma Sucupira, por onde Coleta Capes é enviado. Também foram realizados três seminários com o coordenadores sobre produção de planejamento estratégico, que precisa ser apresentado à Capes. Os planos do decanato ao longo do ano incluem realização de novas oficinas de planejamento estratégico e de avaliação.

 

Foram identificados pontos que, antes, não eram tão observados pelos coordenadores ao preencher o relatório, como o perfil do egresso. “Como essa pessoa contribui, como se destaca depois da pós. São dados importantes agora”, cita Adalene. “É relevante também destacarmos como se dá a interação do programa, e do que ele produz, com a sociedade. E não são só os nossos artigos de qualidade. Publicamos mais e melhor em diversas áreas. Temos grandes feitos na pós-graduação da UnB, como pesquisas que dão base para criação de vacinas, elaboração de políticas públicas”, enumera.

 

EQUIPE – “Montamos uma equipe de altíssimo nível para auxiliar o processo”, relata a decana. Para participar da força-tarefa, foram destacados dois estatísticos, uma docente com atuação em planejamento estratégico e outra em assessoria de avaliação. “A UnB vai dar salto na consolidação do relatório como estratégia para alavancar as notas dos PPGs”, projeta o professor Emerson Fachin Martins, da Faculdade de Ceilândia (FCE), coordenador de Pós-Graduação Stricto Sensu (CCSS) do DPG.

 

O Coleta Capes deve ser um relatório detalhado sobre tudo que é produzido no programa. Deve-se, por exemplo, registrar palestras, visitas de professores de fora do DF, estudantes de mobilidade acadêmica e de intercâmbio. E não deve faltar dados do que foi realizado dentro do escopo do CapesPrInt e de outras ações de internacionalização, critério de relevo para a Capes.

 

Um desafio, na visão da decana, é elaborar um documento com gráficos e com pontos principais de excelência de cada programa como documento adicional ao Coleta Capes, possibilidade que aparece pela primeira vez no relatório. “É importante dizer, desde já, onde o programa contribui com mais destaque”, afirma.

 

"Precisamos ressaltar a qualidade e seriedade da nossa pós-graduação. A UnB é destaque entre as universidades do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Dos seis programas com nota 7 no Centro-Oeste, cinco são da UnB", frisa Adalene. Por isso, deve-se realçar, por exemplo, informações sobre pesquisas com liderança regional e destacar em que setores da economia os egressos têm melhor desempenho. "A nossa relevância em termos de pós no país tem de estar refletida nos nossos números", reforça.

 

GRAU DE MATURIDADE – A Avaliação Quadrienal Capes certifica a qualidade dos cursos de pós-graduação oferecidos no Brasil. Para os cursos acadêmicos, as notas vão de 1 a 7. Já os programas de pós-graduação profissionais são avaliados com notas de 1 a 5.

 

Aqueles com notas inferiores a 3 são descredenciados na Capes. Uma vez credenciados, todos os programas são considerados de qualidade. As notas 3, 4 e 5 apenas atestam a posição dos programas em relação à classificação dos demais dentro de sua área de avaliação.

 

Os que são avaliados como 6 e 7 são considerados de excelência e entende-se que estão com desempenho equivalente aos centros de referência internacional. Assim, a premissa é a de que a nota esteja atrelada ao grau de maturidade que o programa atingiu dentro do sistema.

Avaliação da Capes é importante para mostrar nível de maturidade dos programas de pós. Arte: Igor Outeiral/Secom UnB

 

UnB EM NÚMEROS – A UnB tem 93 programas de pós-graduação, deles, 83 são acadêmicos e dez, profissionais. Quinze são de excelência, com notas 6 e 7. Quarenta (38 acadêmicos e dois profissionais) são nota 4. Dezessete têm nota 5 e dezoito nota 3.

 

O DPG acredita que boa parte dos programas já carrega em si grande potencial para subir de nota. Considerando os dados e as publicações existentes, o decanato estima que a UnB já poderia ter 33 programas com nota 5. “Nós nos perguntamos por que nossos cursos de alta qualidade, que hoje são nota 4, não são nota 5? Ou os nota 6 não são nota 7? Desenvolvemos nos programas do Instituto de Ciências Biológicas (IB), por exemplo, pesquisas em doenças negligenciadas e não negligenciadas, como febre amarela e zika”, cita a decana.

 

Adalene explica que foram desenvolvidas ferramentas dentro do decanato para auxiliar programas na condução no dia a dia e no mapeamento do relatório Coleta Capes. “Temos descoberto que vários cursos não melhoraram a nota não pela qualidade do programa, mas pela qualidade do preenchimento do relatório”, pontua. “Temos certeza de que, se melhorarmos o preenchimento, conseguimos melhorar nossas notas."

 

SUCESSO CONCRETO – O diagnóstico encontra eco na experiência do mestrado em Estatística (PGEST/UnB). O docente Raul Matsushita, coordenador do programa de pós-graduação, cuja nota aumentou de 3 para 4 na última edição da avaliação quadrienal, conta que o programa investiu no preenchimento da plataforma Sucupira. “Zelamos pela máxima quantidade de informação possível”, conta, detalhando a estratégia. “Não alteramos a proposta de pesquisa ou do programa”, completa.

 

Matsushita acrescenta que o aumento da nota atraiu mais estudantes interessados, o que impactou na qualidade de aprovados para cursar o mestrado. E, em razão da qualidade do curso, os egressos são bem recebidos em programas de doutorado em outras universidades.

 

De toda forma, o professor avalia que o aumento da nota era esperado. “Estávamos com nota 3 por ser um curso novo, tínhamos noção de que poderíamos ser nota 4 naturalmente.” Com o aumento da nota, o professor afirma que houve também sopro de ânimo para elaboração de proposta de curso de doutorado.

 

A professora Marina Figueiredo Moreira é coordenadora do mestrado profissional em Administração Pública (MPA/UnB), o único no país focado no tema que exibe nota máxima nos programas de mestrado profissional. O curso também exibe outro feito: subiu de nota em duas avaliações Capes subsequentes. Na edição de 2013, o programa subiu de 3 para 4 e, na edição de 2017, foi de 4 para 5.

 

“Fomos audaciosos nos dois momentos de avaliação. Seguimos a métrica da Capes mesmo”, detalha a coordenadora. Por exemplo, aumentaram o rigor com os estudantes, ao exigir comprovante de submissão de artigos para periódicos de bom nível como pré-requisito para a realização de defesa de dissertação. Para auxiliar nesse processo, o curso oferece disciplina de pré-produção de artigo já no primeiro semestre. Ademais, fazem constante acompanhamento dos egressos.

Registro da assinatura do Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado entre UnB e Polícia Federal, em 2017. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

O programa é focado em ofertar qualificação para estudantes, majoritariamente, servidores da administração pública. De 2008 para cá, formou nove turmas com a Escola de Administração Fazendária (ESAF), Polícia Federal e a Advocacia Geral da União (AGU), por exemplo.

 

Ao subir para nota 5, Marina Figueiredo comenta que o curso obteve mais visibilidade. “A partir disso, viramos referência nacional”, conta. O resultado foi mais órgãos públicos buscando estabelecer parcerias, interessados em firmar contrato para oferta de curso. Uma das mais recentes parcerias é com a Universidade Federal do Acre (UFAC). As aulas começam no primeiro semestre de 2020.

 

Além disso, de acordo com a coordenadora, o nível dos estudantes também se elevou. “Tivemos turma só com delegados da Polícia Federal e outra só com procuradores da AGU”, relata. “Tivemos oportunidade de formar pessoas que estão pensando e agindo em questões de extrema relevância para o país”, observa.

 

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