Desde 2012, dezenas de estudantes têm participado de programas de intercâmbio entre a Universidade de Brasília e a Universidade de Buenos Aires (UBA): 42 brasileiros foram para a UBA e a UnB recebeu 56 argentinos. Agora, as instituições formalizaram acordo geral que vai viabilizar não apenas a mobilidade discente e docente, como também a cooperação científica, de ensino e de desenvolvimento.
Nesta terça-feira (6), em cerimônia realizada no Salão de Atos da Reitoria da UnB foi assinado convênio entre a UnB e a UBA. A ocasião também marcou a renovação de acordo específico com a Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires.
Representando a diretoria da UBA, o secretário de Relações Internacionais Gabriel Mário Capitelli destacou que o convênio de colaboração conjunta consolida uma parceria de muitos anos, sendo um “marco para incrementar uma parceria nas mais diversas áreas”.
Para a reitora Márcia Abrahão, os acordos só valem a pena quando os professores se envolvem. “Precisamos dar mais importância ao que fazemos e à pesquisa internacional, não apenas em termos de indicadores de rankings, mas também no alcance para a sociedade”, afirmou.
“O mundo tende a internacionalizar e a educação também está indo nessa direção, o que é fundamental para a universidade pública. Os estudantes que participam de programas de mobilidade acadêmica têm muitos benefícios em sua formação: crescimento, interação e conhecimento do trabalho de outra instituição”, detalhou o secretário de Fazenda e Administração da UBA, César Humberto Albernoz.
Diretor da Assessoria de Assuntos Internacionais (INT) da UnB, Virgílio de Almeida mencionou que uma das primeiras ações do acordo é a criação de um observatório de pesquisa. “A expectativa é criar um ambiente virtual no qual pesquisadores das duas universidades possam identificar áreas de excelência e de convergência entre as duas instituições para traçar planos de trabalho em conjunto.”
O primeiro encontro aconteceu logo após a cerimônia de assinatura do convênio e contou com a participação dos decanatos de Pós-Graduação (DPG) e de Pesquisa e Inovação (DPI). Já foi agendada uma reunião virtual, para outubro, com os pesquisadores envolvidos em campos estratégicos como: energia, biodiversidade, doenças infecciosas, biotecnologia em biodiversidade e geodiversidade.
PARCERIA SUL-SUL – O vice-reitor da UnB, Enrique Huelva, lembrou que o Plano de Internacionalização, lançado em 2018, teve um papel importante para identificar a colaboração com os países vizinhos, e não apenas a relação Sul-Norte.
Para Huelva, também é preciso estreitar os laços com instituições análogas, que buscam o desenvolvimento da região em que estão inseridas. “Compartilhamos muitas características e podemos construir soluções e dar respostas comuns aos mesmos tipos de desafios.”
A reitora lembrou que a UnB integra a Associação das Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM). “É um passo importante, mas ainda temos muito a avançar nas relações com os países da América Latina”, declarou. Em junho, ela assinou acordos de cooperação técnica com a Universidade de Santiago do Chile.
CIÊNCIAS SOCIAIS – Existente desde 2014, o convênio entre a Faculdade de Ciências Socias da UBA e a Universidade de Brasília consolidou o projeto de pesquisa Redes da Cidade. “Além da UBA, essa iniciativa reuniu outras duas universidades argentinas. Com o fim da primeira fase desse convênio, vamos publicar um livro com os resultados alcançados”, informou a professora do Departamento de Serviço Social da UnB, Silvia Cristina Yannoulas.
Quanto à temática, Yannoulas explica que o estudo tem como foco problemáticas sociais cruéis em territórios urbanos, tanto na Argentina quanto no Brasil, tendo em vista os contextos semelhantes. “O intuito foi de formular indicadores para medir esses problemas que possam subsidiar programas e ações para combater a desigualdade e os dilemas urbanos e sociais.”
Com a renovação, a expectativa é receber pesquisadores argentinos para colaborar com o projeto do Programa de Pós-Graduação em Política Social (PPGPS), que integra o Capes PrInt. “Nós estamos esperando professores da Universidade de Buenos Aires, de duas universidades italianas e de duas espanholas, e professoras daqui estão indo para universidades portuguesas”, detalhou.
Também participaram da cerimônia a ministra da Embaixada da Argentina, Maria Laura de Rosa, o professor Newton Narciso Gomes Junior e o coordenador do PPGPS, Evilásio Salvador.
SOBRE A UBA – A Universidade de Buenos Aires e é a maior universidade da Argentina e a mais renomada da América Latina. Desde 2015, ocupa o primeiro lugar na classificação QS entre as universidades ibero-americanas. No ranking global QS 2019, ela ocupa a 73ª posição a nível global, sendo a única universidade latino-americana entre as primeiras cem classificadas.