BOAS-VINDAS

Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania instigou público em análise histórica sobre o tema, na aula inaugural do 1º/2023 

Público lotou auditório da ADUnB para assistir a aula inaugural #InspiraUnB com Silvio Almeida. Foto: Clarice Castro/MDHC

 
Lotação máxima no auditório da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) e entusiasmo na recepção aos novos integrantes da comunidade acadêmica. Este foi o clima da tradicional aula de abertura do semestre letivo, #InspiraUnB, realizada na tarde desta segunda-feira (27). Oportunidade para socialização e integração ao mundo acadêmico no início do 1º/2023, a atividade teve a presença do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, que, numa conversa descontraída e repleta de ensinamentos, traçou conexões históricas entre as noções de crise, Estado e direitos humanos.

“Estar aqui nessa Universidade, que representa tanto, e após tudo o que nosso país tem enfrentado, é uma felicidade tão grande para mim, como acredito que é para vocês”, iniciou o ministro. Além de estar ambientado com o ambiente universitário como professor de Direito, Silvio também é escritor, filósofo e advogado. Ao falar de sua trajetória, ele destacou a importância de aprender sobre a complexidade da vida, que vai muito além do que se aprende em textos.

“Temos que exercitar o pensamento crítico, que vem de disciplinas que muitos acham menos importantes, mas são as que vão fazer total diferença”, disse, após afirmar que pensou muito em como falar sobre o tema sem desencorajar os ingressantes. “Quando eu falo em direitos humanos, eu estou falando de igualdade, questões econômicas, grupos vulneráveis. Então, todas as áreas precisam debater essas questões”, continuou.

O titular da pasta de Direitos Humanos e Cidadania no governo federal afirmou ser um desafio da sociedade pensar em democracia e desigualdade, para diferenciá-las do conceito de liberdade que vem sendo utilizado como prerrogativa para negar os direitos humanos e cometer violências.

“Muitas vezes as noções de democracia se tornam dispensáveis para algumas pessoas. Em nome da liberdade, os fascistas negavam vacinas e defendiam a liberdade de transmitir a covid-19", disse ao criticar bandeiras alçadas pelo governo anterior.

Ao lembrar que os parâmetros de reconhecimento de humanidade estão em permanente construção ao longo da história, o ministro pontuou que ainda vivemos em um mundo em que algumas pessoas não são tratadas como humanas e que, portanto, não são vistas como sujeitos resguardados por direitos.

“Eu quero viver em um mundo em que não seja necessário afirmar os direitos humanos. Pois se ainda precisamos fazê-lo, é porque as pessoas ainda não construíram uma ideia de humanidade que as façam normalizar o respeito e a dignidade do próximo”, defendeu, aplaudido por centenas de estudantes e docentes que acompanharam o discurso.


BOAS-VINDAS 
– Em clima acolhedor e agradável, a abertura do #InspiraUnB contou com show do cantor e compositor Marcelo Café. Nascido em Niterói (RJ) e morador de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, há mais de 30 anos, ele graduou-se em Letras-Francês na UnB. Como ativista cultural e militante negro, o ceilandense mistura o ritmo do samba em letras pensadas e atuais, que trazem questões sociais como inspiração.


“Me formei em 2020 e é um prazer estar aqui de novo. É uma felicidade ainda maior ver a diversidade que as cotas trouxeram para a nossa Universidade. É desse jeito que devemos seguir”, afirmou. A apresentação contou com músicas como Senzala, Preta Empoderada, A revolução é preta e uma homenagem à Ceilândia, cidade aniversariante do dia.

Na oportunidade, o decano de Ensino de Graduação, Diêgo Madureira, também saudou os novos alunos. “Gostaria de deixar como dica aos nossos calouros que vocês deixem a mente e o coração abertos para um novo mundo que se inicia. Aos poucos, aprenderão que a Universidade pode nos dar muito mais que apenas matérias e um bom emprego”, disse aos presentes. 

“Como ex-aluna da UnB, sei que quando a gente ingressa aqui, passamos a fazer parte da UnB e isso nunca sairá de nós. Aproveitem a parte acadêmica e também todas as demais oportunidades, pois vocês são responsáveis pelo futuro do nosso país”, salientou a reitora Márcia Abrahão.

Ana Sofia acaba de chegar ao curso de Ciências Sociais e se deslumbrou com a recepção calorosa neste início de semestre. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB


Sem conseguir esconder a animação após a palestra, a caloura Ana Sofia, aluna do curso de Ciências Sociais, contou sobre como tem sido a integração com a Universidade desde a aprovação. “A UnB é maravilhosa e de um alcance muito grande. Participar da palestra de um intelectual tão importante foi muito bom. Estou com uma motivação a mais”, disse.

“É muito inspirador ver essa análise crítica do ministro sobre racismo estrutural e construção das relações de mercado e direito. Traz para a vida real o que a gente aprende em sala de aula”, pontuou o veterano do quarto semestre de Direito Gabriel Almeida.

De nacionalidade moçambicana, o calouro da pós-graduação em Antropologia Social Nômade Saide Aiúba contextualizou a palestra com sua vivência em outras universidades. “O tema para mim foi fascinante, pois pude fazer uma comparação com a vivência do meu mestrado na Itália, por exemplo. Assim, percebo como o tema é atual e sensível, mas também oferece uma nova visão sobre racismo, liberdade e democracia”, avaliou o doutorando.

ACOMPANHE – A semana segue com programação especial de recepção aos calouros. Atividades diversas, nos quatro campi, oferecem aos estudantes acolhida e a oportunidade de conhecerem a Universidade neste início do primeiro semestre letivo de 2023. A programação completa e outras dicas para os novos ingressantes estão disponíveis no site de Boas-Vindas.

>> Acesse e aproveite!

Confira a íntegra do #InspiraUnB:

 

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