ESPECIAL 2 ANOS

No último biênio, Universidade garantiu retorno seguro às salas de aulas, criou a Secretaria de Direitos Humanos e enfrentou cortes orçamentários

Viva e atuante, instituição destaca-se em rankings nacionais e internacionais e comprova sua excelência no ensino, na pesquisa e na extensão. Foto: Anastácia Vaz/Secom UnB


Com os princípios de Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira em mente e com a missão de tornar a Universidade de Brasília ainda mais inovadora e humana, a gestão de Márcia Abrahão, a primeira reitora mulher eleita na UnB, e Enrique Huelva, vice-reitor, chega à metade do segundo mandato. O período coincide com as celebrações das
seis décadas de existência da UnB e do centenário do antropólogo idealizador da instituição.

A
pesar dos tempos adversos, a Reitoria atuou para garantir transparência, diálogo, inclusão, cuidado, modernização, internacionalização, ensino, pesquisa e extensão de qualidade, sempre com compromisso social. Tudo isso no auge da pandemia de covid-19. Na última semana de 2022, uma série de reportagens apresenta ações, resultados e desafios para a gestão da Universidade de Brasília. Este primeiro balanço será desdobrado, ao longo dos próximos dias, em abordagens temáticas.

A pandemia da covid-19 trouxe questões inéditas para que a UnB não deixasse de cumprir a sua missão institucional. De forma gradual, democrática e segura, a Universidade retomou a presencialidade integral das atividades acadêmicas e administrativas. “A responsabilidade era imensa, a partir de decisões colegiadas. O uso adequado de máscaras, a vacinação e o distanciamento social foram extremamente importantes para aquilo que era a prioridade máxima: preservar vidas”, detalhou a reitora Márcia Abrahão.

Diversos laboratórios dos campi funcionaram dia e noite. O Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à Covid-19 (Copei) aprovou 223 projetos sobre o tema na Universidade. O Hospital Universitário de Brasília (HUB) teve papel fundamental: chegou a oferecer 43 leitos na fase mais crítica da pandemia, recebeu pacientes de Manaus e participou do desenvolvimento da vacina CoronaVac.

Retomada à presencialidade de forma segura e gradual foi prioridade na pandemia de covid-19. Foto: Beto Monteiro/Ascom UnB


UnB MAIS HUMANA –
O segundo mandato de Márcia Abrahão e Enrique Huelva procurou confirmar o pioneirismo da UnB como uma instituição democrática e inclusiva desde suas origens. Foram criadas a Secretaria de Direitos Humanos e a Câmara de Direitos Humanos para conscientizar e garantir o cumprimento da Política de Direitos Humanos da Universidade.

Desde 2021, a UnB reserva 20% das vagas dos programas de pós-graduação para candidatos negros, e duas vagas adicionais, uma para indígenas e outra para quilombolas. No que tange à comunidade LGBTQIA+, foi realizada, em 2021, a Conferência LGBTQIA+. A programação contou com uma sequência de encontros virtuais que discutiram ações para garantir o acolhimento da diversidade sexual e de gênero na instituição. Em 2022, a gestão passou a discutir a criação de uma Política de Enfrentamento à Violência de Gênero contra as Mulheres na UnB.

CORTES – Os crescentes ataques às universidades públicas e à ciência e os sucessivos cortes orçamentários se tornaram um grande desafio no biênio. Em 2021, a UnB não recebeu nenhum recurso do governo federal para investimento. Os recursos aplicados na aquisição de equipamentos, por exemplo, vieram de arrecadação da própria Universidade, com aluguéis de imóveis e projetos acadêmicos, entre outras fontes.

Em junho deste ano, a UnB sofreu um corte de 7,19% no orçamento de custeio — o que equivale a um mês sem dinheiro para pagar as contas. Foram R$ 18,1 milhões retirados da educação, que afetam toda a comunidade acadêmica e têm consequências significativas para todo o país, ao interferir negativamente na pesquisa e na extensão. Negociando com as dificuldades, a UnB manteve-se de pé, sem abrir mão da busca pela qualidade que leva a resultados relevantes.

Placas de energia solar da Faculdade de Planaltina (FUP), unidade autossuficiente em geração de energia. Foto: Reinaldo José de Miranda Filho


INFRA –
A infraestrutura foi uma área em que a gestão atuou com afinco. Nestes dois anos, 20 obras passaram por licitação, 14 foram concluídas e 10 estão em andamento. Ações nesse campo foram a inauguração da Unidade de Ensino e Pesquisa para a Faculdade de Ceilândia (FCE), um espaço com 2,227 mil metros quadrados e 15 laboratórios; e o início da construção de uma creche dentro da UnB, feito histórico que amplia o acesso de mães e pais ao ensino superior. 

O investimento em infraestrutura na UnB esteve atrelado à construção de uma Universidade mais sustentável. Em 2021, a Faculdade do Gama (FGA) tornou-se autossuficiente em geração de energia a partir do funcionamento de usinas fotovoltaicas, com economia estimada em R$ 423 mil por ano para a Universidade. A UnB tem um dos maiores parques de usinas fotovoltaicas entre as federais: são 12 em operação, gerando economia de aproximadamente R$ 960 mil ao ano, recursos que podem ser usados para investimentos.

EXCELÊNCIA ACADÊMICA – Mesmo com menos recursos oferecidos pelo governo federal, a UnB entrega sucessivas provas de seu êxito no ensino, destacando-se em rankings nacionais e internacionais. Neste ano, doze cursos alcançaram nota maior do que no ano anterior na avaliação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), e um terço das graduações obtiveram nota máxima. Na qualificação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a instituição tem 53% dos programas de pós-graduação pontuados em nível de excelência nacional ou internacional. Em junho, o QS World University Rankings classificou a UnB como a quinta melhor universidade federal brasileira. 

A fim de ganhar mais projeção no cenário brasileiro e mundial e cumprindo o papel social de universidade pública, a UnB reforça o seu compromisso de difundir o conhecimento produzido em sala de aula. A partir de 2023, as atividades de extensão serão obrigatórias no currículo de graduação. São, no mínimo, 10% do total da carga horária. A medida tem a proposta de melhorar a realidade social, aproximando a Universidade, a ciência e a pesquisa da comunidade do Distrito Federal e construindo uma instituição mais transparente, democrática e humana.

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