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Após acordo coletivo, manifestantes liberaram edifício pacificamente. Parte das atividades voltou a ser realizada no local já nesta segunda

 

Estudantes retiram seus pertences e deixam a Reitoria, na manhã desta segunda-feira (30). Foto: André Gomes/Secom UnB

 

Após negociações entre a administração superior da UnB e os estudantes que ocupavam o prédio da Reitoria desde 12 de abril, o local foi liberado na manhã desta segunda-feira (30). A desocupação ocorreu de forma pacífica, e parte dos servidores já voltou a trabalhar no local.

 

Os ocupantes iniciaram a retirada de pertences e saída do local por volta das 9h30. Equipes compostas por representantes do Gabinete da Reitoria (GRE), das diretorias de Segurança (Diseg) e de Manutenção Predial (Dimap), vinculadas à Prefeitura do Campus (PRC), de estudantes e de membros da comissão de mediação realizaram vistoria no prédio para se certificar das condições em que as instalações foram entregues.

 

Segundo o chefe de gabinete da Reitoria, Paulo César Marques, durante a inspeção foram identificadas algumas avarias, como vidros de janelas quebrados e fechaduras de portas danificadas. Os danos foram registrados pelas equipes e serão elencados posteriormente em um relatório. Os ocupantes se comprometeram a arcar com eventuais reparos. "Um acordo depende de seu cumprimento para ter validade. E é isso que cada parte está fazendo", ressaltou Paulo César.

 

Após a desocupação, foi solicitada limpeza e organização do espaço. A expectativa é que o edifício volte ao pleno funcionamento em breve. "No máximo, na quarta-feira, todos servidores conseguirão trabalhar na Reitoria normalmente", garantiu o chefe de gabinete.

 

A administração superior orienta aos servidores técnico-administrativos que registrem ocorrência junto à Diretoria de Segurança caso identifiquem qualquer dano ao patrimônio ao retornar às suas salas.

 

COLETIVIDADE – A reitora Márcia Abrahão comemorou o desfecho pacífico. "Nós reafirmamos nossos princípios de respeito às instituições democráticas, aos órgãos colegiados e às formas de interlocução dentro da Universidade. A UnB mostra, mais uma vez, que consegue resolver suas questões sem interferências externas e com diálogo", ressaltou, durante um pequeno ato no fim da manhã, no ICC.

 

"Este é um momento de união entre a comunidade, de nos fortalecermos pelo que temos em comum e, nesse contexto, é um instante de defesa da universidade pública, democrática, inclusiva e de qualidade que a UnB representa", acrescentou. 

Márcia Abrahão assina documento de compromisso da administração superior para a desocupação da Reitoria. Foto: André Gomes/Secom UnB

 

Integrante da comissão de mediação que colaborou no processo, a professora da Faculdade de Educação Ana Tereza Reis elogiou a abertura dos estudantes ao diálogo para a construção de uma solução coletiva para a questão. "Precisamos construir uma frente de unidade e definir juntos quais são as estratégias mais eficazes para enfrentar este momento de dureza que vem agora", avaliou.

 

RECOMENDAÇÕES – A desocupação foi negociada após longas conversas, no último final de semana, entre representantes da Reitoria e o movimento Ocupa UnB, com participação de uma comissão de mediação – constituída de forma voluntária. O encontro resultou na construção coletiva de um termo para contemplar as demandas apresentadas pelos estudantes.

 

O grupo de alunos considera que as reivindicações foram devidamente atendidas. "Tivemos oito horas de reunião amigável, com bastante cuidado entre as partes, e fizemos um acordo, no qual foram firmados 16 termos, conseguindo garantir todas as nossas pautas", explicou uma das integrantes da ocupação. No entanto, o movimento reforçou a necessidade de ampliação do diálogo com a comunidade acadêmica.

 

Entre os compromissos firmados, estão o de recomendar às empresas terceirizadas que não distribuam avisos prévios aos trabalhadores enquanto é concluída a repactuação dos contratos; a ampliação e fortalecimento dos canais de participação da comunidade universitária em decisões de interesse da UnB, como as negociações de contratos terceirizados; e a realização de ações de extensão educativas com trabalhadores terceirizados, elaboradas pelos próprios estudantes. Reivindicações relacionadas à presença de representantes de estagiários na discussão de políticas para esse grupo e à discussão da política de subsídios ao Restaurante Universitário (RU) também foram consideradas.

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