ÓRGÃOS COLEGIADOS

Reunião teve ainda a designação da docente da Face Doriana Daroit para a chefia do DPO e a apresentação do Relatório Anual da Ouvidoria

O parecer favorável à criação do curso de bacharelado em IA destacou que a inteligência artificial, como campo acadêmico, é uma tendência global. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

O Conselho Universitário (Consuni) da UnB aprovou, por unanimidade, a criação do curso de bacharelado em Inteligência Artificial e a designação da docente da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas (Face) Doriana Daroit para o cargo de decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional. O colegiado também aprovou, por aclamação, a concessão do título de Doutora Honoris Causa à ex-presidenta Dilma Rousseff. A reunião ocorreu nesta sexta-feira (15), no Auditório da Reitoria.

A criação do curso de bacharelado em Inteligência Artificial, que fora aprovada pelo Cepe um dia antes, consolida um projeto construído de forma coletiva. “Essa votação é a culminância de um processo de vários meses, em que centenas de pessoas estiveram envolvidas. Foram muitas discussões, em várias unidades, até chegarmos a um projeto realmente inovador. É um curso que não nasce de nenhuma faculdade ou departamento, mas de um esforço institucional para colocar a UnB no mapa nacional e internacional da inteligência artificial”, explicou o vice-reitor Márcio Muniz.

O curso, que tem previsão de início para o segundo semestre de 2026, nasce como uma oferta de formação interdisciplinar de fronteira, articulando computação, matemática e estatística com conteúdos avançados de inteligência artificial, como aprendizado de máquina, redes neurais, visão computacional e processamento de linguagem natural.

A proposta aprovada segue as Diretrizes Curriculares da Computação e prevê 3.210 horas, distribuídas entre disciplinas obrigatórias, optativas, ênfases formativas e atividades de extensão curricular. O parecer, apresentado pelo diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologias em Saúde (FCTS), João Paulo Chieregato, destaca que o curso reforça diretrizes do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI 2023-2028), especialmente no eixo de inovação e formação em áreas emergentes.

Também reconhece que a consolidação da IA como campo acadêmico é uma tendência global – e cada vez mais presente no Brasil –, e afirma que a UnB avança ao estruturar uma formação robusta, conectada às necessidades contemporâneas da sociedade e às demandas de inovação do país.

>> Cepe aprova reingresso da UnB no Sisu e criação do curso de Inteligência Artificial

TÍTULO – A proposta de concessão do título de Doutora Honoris Causa a Dilma Rousseff foi apresentada pela Faculdade de Ciências da Saúde (FS) e chegou ao plenário após análise da Comissão Especial de Concessão de Títulos (CECT), que avaliou o conjunto da trajetória pública da ex-presidenta. O parecer elaborado pela CECT ressalta que a homenageada tem atuação marcante nos campos da educação, da saúde pública, da ciência e tecnologia e da promoção da equidade social, além de sua contribuição histórica para a democracia brasileira.

O diretor da Faculdade de Ciências da Saúde (FS), Laudimar de Oliveira, defendeu a concessão do título a Dilma Rousseff. “A passagem dela pela presidência significou uma mudança importante nos paradigmas sociais ligados à saúde. Ela aumentou a capilaridade dos profissionais de saúde em todas as regiões brasileiras e trouxe mais dignidade para as comunidades.”

O diretor da Face, Roberto Ellery, manifestou o apoio da unidade à concessão do título de Doutora Honoris Causa a Dilma Rousseff. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

O diretor da Face, Roberto de Goes Ellery, contou que a proposta de concessão do título foi debatida no conselho da Face. “Após muita discussão, nós entendemos que Dilma Rousseff tem uma trajetória de grande relevância, e o conselho, por unanimidade, aprovou a concessão do título. Esse título é justo, atende todos os méritos da UnB e a Face se orgulha de apoiar essa iniciativa”, disse.

Para a diretora do Instituto de Ciências Humanas, Neuma Brilhante, a medida destaca o protagonismo feminino. “A gente sinaliza para a sociedade o tipo de instituição que nós queremos ser e mostra um horizonte possível para as meninas. A gente também precisa pensar na reafirmação de nós, mulheres, em espaços públicos”, argumentou.

O parecer destaca o papel de Dilma Rousseff na expansão das universidades e institutos federais, na interiorização da educação superior e na criação de políticas estruturantes como o Pronatec e o programa Ciência sem Fronteiras. Também aponta a relevância da Lei nº 12.711/2012, que instituiu as cotas nas instituições federais e transformou o perfil do acesso ao ensino superior no país – medida que dialoga diretamente com a trajetória da UnB, pioneira na política de cotas.

Na área da saúde, o parecer relembra iniciativas como o Mais Médicos, a Rede Cegonha e o fortalecimento do SUS, além da criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que estruturou a gestão do Hospital Universitário de Brasília. Já no campo internacional, a comissão enfatiza o papel atual de Dilma na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB/Brics), onde lidera agendas de cooperação, transição energética e infraestrutura sustentável.

OUVIDORIA – Durante a reunião, a ouvidora da Universidade de Brasília, Agatha Guerra, apresentou o Relatório Anual da Ouvidoria referente ao exercício de 2024, destacando os dados de manifestações recebidas, encaminhadas e finalizadas ao longo do ano, as unidades mais demandadas e os resultados do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC). Ao expor o panorama das ações, a gestora reforçou que o trabalho da Ouvidoria tem como compromisso assegurar que cada manifestação seja tratada com rigor, seriedade e respeito, em consonância com os princípios da ética pública e com as diretrizes de transparência ativa.

A reitora Rozana Naves ressaltou a importância do uso qualificado dos dados apresentados pela Ouvidoria e a necessidade de avançar em transparência e gestão baseada em evidências. “A gente precisa trabalhar com o refinamento dos dados e das informações, para fazer gestão realmente baseada em dados e identificar com precisão as melhorias necessárias na prestação do serviço público. Quando vemos que a Universidade de Brasília está em primeiro lugar no Serviço de Informação ao Cidadão entre as universidades federais, isso reforça a importância da transparência ativa e o compromisso de cada área em atualizar suas informações”, avaliou.

DECANATO – Ao comentar a aprovação da professora Doriana Daroit para o comando do Decanato de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, a reitora Rozana Naves destacou o perfil acadêmico e a motivação da escolha. “O convite à professora Doriana veio num contexto em que a gente realmente quer avançar nessa ideia de que o planejamento oriente as decisões também sobre o orçamento”, falou.

 

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