A qualidade do corpo de pesquisadores da Universidade de Brasília é mais uma vez evidenciada com o resultado do 4º Prêmio FAPDF de Ciência, Tecnologia e Inovação. Dos dez cientistas contemplados nas categorias Pesquisador Destaque e Pesquisador Inovador, oito desenvolvem seus trabalhos na UnB. Os resultados foram apresentados no início de novembro em cerimônia organizada pela fundação de apoio distrital e garantem premiações de até R$ 12 mil.
Na área de Ciências Exatas da categoria Pesquisador Destaque, a Universidade conquistou os três primeiros lugares com os docentes Alberto José Álvares (ENM/FT), Fábio de Castro (ENM/FT) e Roberto Baptista (FCTE). Nas Ciências da Vida, Eliete Neves (ODT/FS) e João Luiz Durigan (FCTS) garantiram, respectivamente, a primeira e a terceira colocações. Na categoria Pesquisador Inovador, todos os premiados são vinculados à UnB. São eles: Renato Borges (ENE/FT), primeiro colocado em Inovação para o Setor Público, e Márcia Mortari (DCF/IB) e João Paulo Figueiró (GEM/IB), primeira e segundo colocados em Inovação para o Setor Privado.
Líder de projeto multidisciplinar para produção de plataforma inovadora de perfis metálicos para construção civil, Alberto José Álvares compreende a premiação como reconhecimento de uma trajetória acadêmica iniciada em 1981, quando ingressou na graduação de Engenharia Mecânica na UnB. Ele classifica a nova conquista em três dimensões: a exterior, que valoriza a comunidade científica; a intermediária, sobre os papéis transformadores da engenharia e da tecnologia; e a interior, como representação da bem-sucedida escolha pela carreira.
“Cada descoberta, cada orientação e cada contribuição tornam-se formas de permanência e, sendo assim, o prêmio também simboliza essa continuidade: a certeza de que o que construímos com propósito segue adiante, inspirando novas gerações a buscar, criar e transformar”, diz Alberto acerca dos estímulos proporcionados pelo prêmio.
Mais que agradecer pela estrutura e os recursos intelectuais disponíveis, ele discorre com afeto sobre a história construída na Universidade. “É fácil perceber que a UnB é muito mais do que o lugar onde exerço minha profissão, é parte da minha própria história, de minha esposa e de meus filhos”, afirma ele, que é professor titular desde 2021.
Para a também titular Eliete Neves, a conquista “fortalece a credibilidade e o respeito da comunidade acadêmica na região Centro-oeste e no Brasil”. Na visão da professora e pesquisadora da Odontologia, a distinção amplia horizontes para parcerias nacionais e internacionais e fortalece os trabalhos “com vistas especialmente à produção e ao desenvolvimento de biofármacos para o tratamento do câncer”, um dos temas aos quais mais se dedica.
Ela recebe o prêmio como incentivo à continuidade de pesquisas por fármacos de menor custo e reconhece as condições favoráveis para o desenvolvimento dos trabalhos. “A UnB disponibiliza toda a estrutura necessária para a execução do projeto. A Universidade é uma grande incentivadora da inovação tecnológica no Brasil e apoia a pesquisa e o desenvolvimento do empreendedorismo, além de fortalecer os laços existentes entre a sociedade, empresas e o governo”, avalia.
Reconhecida como a pesquisadora inovadora mais bem colocada na área do setor privado, Márcia Mortari, enxerga a UnB como a instituição que a permitiu “sonhar e realizar”. Na visão dela, o prêmio indica que a dedicação aos estudos em neurofarmacologia seguem rendendo frutos.
“[O prêmio] permite saber que estou no caminho certo, que o propósito maior de servir a sociedade com integridade e dedicação está sendo reconhecido e que as ações ao longo de minha trajetória foram alinhadas com o propósito científico”, diz a docente, que é imortal da Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura (Abrasci).
“O reconhecimento como pesquisador inovador [do setor público] tem enorme relevância, pois confirma que os projetos que temos desenvolvido estão alinhados às demandas contemporâneas da sociedade e seguem em uma direção consistente”, diz Renato Borges.
Coordenador da primeira missão espacial financiada pelo governo local, a AlfaCrux, e do Sistema Perception, ele diz que o prêmio é coletivo e valoriza os participantes de suas pesquisas.
O ambiente plural, a estrutura e a liberdade acadêmica são alguns dos aspectos avaliados como favoráveis na UnB. “É uma grande honra e um privilégio fazer parte dessa instituição que tanto contribui para o avanço do conhecimento e da sociedade.”
Os pesquisadores externos à UnB premiados na categoria Pesquisador Destaque são Marta Helena de Freitas, que venceu nas Ciências Humanas, e Jonato Prestes, segundo colocado nas Ciências da Vida. Embora graduada, mestre e doutora pela UnB, Marta Helena, assim como Jonato Prestes, é vinculada à Universidade Católica de Brasília (UCB).
HOMENAGENS E INICIAÇÃO CIENTÍFICA – O 4º Prêmio FAPDF também homenageou mulheres que contribuem para o fortalecimento da pesquisa no Distrito Federal. As professoras Maria Sueli Felipe (CEL/IB) e Mercedes Bustamante (ECL), representada pela filha Helena, receberam placas de reconhecimento. Elas e Rose Monnerat, egressa e colaboradora da UnB e atuante na Embrapa, foram classificadas em texto institucional da FAPDF como “três referências nacionais que simbolizam a força das mulheres na ciência”.
Jovens mulheres estudantes da Universidade também se destacaram em premiação para bolsistas de iniciação científica. Natália Pimenta e Sofia Leal foram segunda e terceira colocadas nas Ciências Humanas, e Yasmin Lacerda ficou em segundo nas Ciências da Vida.
Os resultados no prêmio da FAPDF somam-se a outros feitos recentes de pesquisadores da Universidade. Em setembro, levantamento divulgado em parceria pela Universidade de Stanford e a editora Elsevier apontou 40 cientistas da UnB entre os mais influentes do mundo. E duas teses produzidas na instituição venceram, também neste semestre, um prêmio nacional promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
