PARTICIPAÇÃO ESTUDANTIL

Estudantes apresentaram diversas demandas. Reitora pediu atuação no Congresso em defesa do orçamento das universidades e participação nos conselhos superiores da UnB

Administração superior com membros da gestão recém-eleita do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Honestino Guimarães. Foto: Mozaniel Silva/Secom UnB

 

A volta do transporte intercampi, fortalecer a permanência estudantil, cobrir a quadra poliesportiva da Faculdade UnB Ceilândia (FCE), investir mais em acessibilidade nos campi, reduzir o preço e melhorar a qualidade do Restaurante Universitário (RU) e pensar em mais iniciativas para a segurança na UnB foram algumas das demandas apresentadas pela gestão recém-eleita do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Honestino Guimarães, em reunião com a administração superior na terça-feira (15), no Salão de Atos, prédio da Reitoria, no campus Darcy Ribeiro.

 

A reitoria sugeriu que os discentes ocupem os espaços de participação, como o Fórum Estudantil e as câmaras e os conselhos superiores, para se inteirarem dos assuntos da Universidade. "Essa é uma demonstração da importância que damos ao movimento estudantil e que queremos um DCE forte e atuante. Eu estudei Geologia na UnB em uma época de grande atuação do movimento estudantil, do qual tive a honra de participar", disse a reitora Márcia Abrahão.

 

Participaram do encontro o vice-reitor Enrique Huelva; a decana de Extensão, Olgamir Amância; o decano de Assuntos Comunitários, Ileno Izídio; o decano de Ensino de Graduação, Diêgo Madureira; o assessor para Assuntos Estratégicos do Gabinete da Reitora, Benny Schvarsberg; e o chefe de gabinete, Paulo César Marques.

 

“A participação de vocês no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) foi decisiva para que a Universidade pudesse passar pelos desafios da pandemia”, destacou o vice-reitor, que preside o Cepe. Enrique Huelva ressaltou a importância da presença dos estudantes nos espaços deliberativos da Universidade, inclusive para que as demandas tenham outros subsídios a partir do que já existe ou está sendo feito.

 

O coordenador-geral do DCE Edson Victor Mendes apresentou uma lista de reivindicações à reitora. "A nossa ideia é construir com todos os setores da Universidade, técnicos, terceirizados, estudantes, professores e gestão." Ele concordou com a reitora ao lembrar a importância da história de Honestino Guimarães, estudante desaparecido em 1968. "Até hoje, a família não pôde fazer o enterro digno para o Honestino. Nós sabemos da responsabilidade de honrar a história dele", completou.

 

A coordenadora-geral do DCE Laís Cantuário também apresentou agendas para discussão, disse que a nova diretoria quer fazer história na UnB e pediu uma comunicação ativa entre a administração superior e o Diretório. “Queremos um movimento estudantil bem forte, como deve ser na UnB, porque estamos no centro do país. Eu imagino que muitos de vocês, da gestão, viveram esse DCE, mas a nossa geração viveu a pandemia e isso dificultou tudo. Nós queremos reconstruir com a participação de todos.”

Membros do DCE disseram que vão atuar com "todos os setores da Universidade, técnicos, terceirizados, estudantes, professores e gestão". Foto: Mozaniel Silva/Secom UnB

 

Além dos coordenadores-gerais, estiveram na reunião outros membros da gestão do DCE: o diretor financeiro, Leonardo Ferreira; a diretora campus FCE, Elisa Maria Cupertino; o secretário-geral, Frederico Balduino; e a diretora-geral, Luisa Valadares.

 

A reitora pediu aos estudantes apoio no Congresso Nacional para fortalecer o orçamento das universidades e da assistência estudantil, a Política Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) “O Projeto de Lei Orçamentária de 2024 está abaixo das necessidades das universidades. A mesma coisa a assistência estudantil, que teve um pequeno aumento, mas está longe de atender às reais necessidades dos estudantes.”

 

PAUTAS – “Não iremos esgotar todas as pautas, nem dar respostas para tudo, mas é excelente que a gente tenha estabelecido o diálogo e consiga construir caminhos juntos. Contem comigo”, disse a reitora.

 

Entre as reivindicações, a volta do transporte intercampi foi apresentada como uma das prioridades. A reitora disse que o gabinete está à disposição, com a Prefeitura e o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), para pensar em alguma estratégia para melhorar a qualidade de vida dos discentes. “Apresentem a grade das aulas e as necessidades. Devemos ter atenção para a questão orçamentária e também para não se caracterizar como transporte pirata, como já fomos chamados atenção no passado. Além do mais, os estudantes possuem o direito ao passe estudantil. Isso tudo deve ser levado em conta para construir uma alternativa”, alertou a reitora.

 

Com relação à cobertura das quadras poliesportivas, a reitora explicou que foi aprovado no Plano de Obras da Universidade, pelo Conselho de Administração (CAD), a cobertura das quadras dos campi da UnB. “Estive com o deputado Gabriel Magno e o diretor da UnB Ceilândia, João Paulo Chieregato, e a direção da Novacap. Nós estamos com os projetos prontos. Pedimos que a Câmara Distrital aporte recursos para a Novacap construir. Conto com vocês também”, disse.

 

Sobre o RU, Márcia Abrahão explicou que a Universidade passa por um déficit de R$ 20 milhões no orçamento este ano e que isso tem impacto no valor do restaurante. “Se fossemos refazer hoje a licitação, certamente o valor seria mais alto levando em conta o custo de vida em Brasília”, ponderou. Hoje, 9 mil estudantes fazem as três refeições (café da manhã, almoço e jantar) sem pagar e o restante paga 40% do valor, enquanto a UnB subsidia 60%. Apenas servidores técnicos e docentes e o público externo pagam o valor integral.

 

DIRETOS HUMANOS – A reitora informou que a UnB possui uma Política de Direitos Humanos e criou a Diretoria de Acessibilidade. O desafio é sempre colocar toda a política em prática, mas que a instituição tem avançado muito nesse aspecto. “Essa é outra agenda importante em que o DCE pode atuar junto ao Congresso”, sugeriu Márcia Abrahão.

 

Ainda no âmbito dos direitos humanos, a reitora destacou a criação da Comissão Permanente de Segurança, na qual os estudantes possuem assento; a aprovação da Política de Prevenção e Combate ao Assédio Moral, Sexual, Discriminações e Outras Violências, com propósito de acolher, monitorar e conscientizar a comunidade acadêmica; e a criação da Câmara, da Secretaria e da Política de Direitos Humanos. Os estudantes também têm assento nas reuniões da Câmara de Direitos Humanos.

 

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