Movimento LGBT exige respeito às diferenças e prega a paz no campus

Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

II Parada do Orgulho LGBT, realizada na última quinta-feira (23), reuniu estudantes, professores e servidores técnico-administrativos engajados na promoção do respeito às diferenças. O encontro, cuja concentração ocorreu no Teatro de Arena do campus Darcy Ribeiro, faz parte da I Semana da Diversidade LGBT da Universidade de Brasília, organizada pelo Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) e pela Diretoria de Diversidade (DIV). Este ano, o tema da parada foi Estado Laico e Democracia.

 

Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Em clima de alegria, liberdade e descontração, cerca de 150 participantes percorreram os corredores do Instituto Central de Ciências (ICC) em passeata e afirmaram suas orientações sexuais, religiosas e políticas. Eles defenderam a criminalização da homofobia, o respeito aos direitos humanos e a participação efetiva das minorias em todos os espaços da sociedade, entre outras exigências.

 

Para Maristela Guimarães, estudante de Psicologia, é muito importante participar da parada do movimento LGBT. “Foi muito difícil assumir a minha homossexualidade. Diariamente, sofro discriminações e violência. As pessoas precisam aprender a conviver em paz. Aqui, na Parada do Orgulho Gay, podemos nos expor livremente”, afirma.

 

O aluno de Pedagogia Rafael de Oliveira enfatiza, porém, o risco das manifestações de liberdade do pensamento. “Hoje, estamos num momento político conturbado. Os ânimos estão muito acirrados e a população, muito violenta. O ódio e a intransigência motivam as pessoas. O fato de pensar ou agir diferente de alguém já faz com que me considerem um inimigo”, relata o estudante.

 

Vários estudantes seguravam faixas e cartazes que clamavam por paz e harmonia no campus e mostravam a intenção de manifestar, pacificamente, suas reivindicações. Para eles, a UnB é o espaço ideal para promover expressões legítimas como esta.

 

Thérèse Hofmann, decana de Assuntos Comunitários, ressalta que a Universidade de Brasília apoia as manifestações que se opõem a atos de racismo, homofobia ou intolerância política e religiosa. “A Universidade é um espaço para o amplo debate de ideias. Aqui, sempre estamos dispostos a discutir e combater qualquer ato de discriminação no campus ou fora dele”, afirma a professora.

Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

RESPEITO E CONVIVÊNCIA – Na UnB, manifestações discriminatórias e homofóbicas não são toleradas. A política da instituição é de respeito e convívio harmonioso entre toda a comunidade acadêmica. O reitor Ivan Camargo considera qualquer atitude de intolerância e preconceito nociva ao ambiente educacional. “Não admitimos violência no espaço onde a liberdade e a inovação são os pontos principais. Vamos continuar atuando com toda a serenidade para combater atos de racismo e homofobia”, declarou em pronunciamento no último dia 21.

 

INICIATIVAS – Desde 2009, a Universidade de Brasília oferece curso de especialização em Diversidade e Cidadania, com ênfase na Educação de Jovens e Adultos, em que os estudantes têm a oportunidade de desenvolver projetos e discutir situações de discriminação e preconceito. As diretrizes básicas do curso preconizam que a educação e a formação na diversidade supõem a centralidade nos sujeitos aprendizes em processo de desenvolvimento humano (físico, emocional e mental) em espaço, tempo e relações sociais diferentes,  em busca de afirmação e da identidade do povo brasileiro.

 

EVENTOS CORRELATOS Até domingo (26), o público pode conferir o 1o Festival Internacional de Cinema LGBT, no Cine Brasília, com entrada franca. Nesse mesmo dia, às 14h, está prevista para ocorrer a 19a Parada do Orgulho LGBT de Brasília, na Esplanada dos Ministérios.