Profissionais de segurança de todo país podem contar com a Universidade de Brasília para melhorar o dia a dia das profissões. Uma parceria firmada entre a UnB e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) busca identificar os principais desafios de quem atua na área. A proposta da pesquisa, intitulada Avaliação de saúde e de proposições de intervenção na área de segurança pública, pretende articular variáveis que normalmente não são contempladas nos trabalhos, especialmente aquelas da esfera da saúde.
De abrangência nacional, os questionários devem abordar saúde mental, física e social dos trabalhadores. "Os aspectos serão avaliados sob a ótica de uma medida individual, institucional e contextual das diferentes forças envolvidas no assunto", explica o gestor do projeto, professor Sérgio Oliveira.
Firmada por meio de um Termo de Execução Descentralizada (TED), a parceria deve durar 26 meses e abranger 500 mil profissionais da área. Devem participar do estudo piloto os Corpos de Bombeiros Militares e as Polícias Militar e Civil do Distrito Federal e de Goiás. Já o estudo com alcance nacional envolverá integrantes de todas as forças do Brasil: Polícia Militar, Corpo de Bombeiro Militar, Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica, Serviço Penitenciário, Departamento Penitenciário Nacional, Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.
O estudo pretende utilizar grupos focais, entrevistas e instrumentos de autorrelato como técnicas para a produção de dados. É possível também a formulação de instrumentos próprios.
O coodenador-geral de Políticas para os Profissionais de Segurança Pública, coronel Allan Fernando Quint, tem plena convicção de que a parceria poderá melhorar a qualidade de vida dos profissionais de segurança pública e diz que a UnB foi escolhida em razão de sua expertise na área. "Poderemos obter informações precisas, úteis e confiáveis para a Senasp, proporcionando bases seguras para a formulação de políticas públicas direcionadas para os profissionais da área", opina.
Os questionários eletrônicos devem contemplar informações demográficas que busquem garantir a representatividade das amostras elencando, entre outros critérios, gênero, idade, estado civil, número de filhos, religião, cor, escolaridade e outros.
"Os dados permitirão que façamos mapeamento das forças de segurança sobre aspectos que poderão melhorar qualidade de vida desses profissionais, por meio de políticas a serem construídas pelas instituições", explica a professora do Instituto de Psicologia (IP/UnB) Cristiane Faiad, coordenadora do projeto.
Com a articulação das diversas variáveis, torna-se possível produzir dados que permitam combinações inéditas e demonstrem potenciais aplicações por meio de análises quantitativas multivariadas. A pesquisa pretende utilizar as respostas aos questionários como forma de produzir dados que decorram da percepção de benefícios institucionais e valorização profissional; além de aspectos individuais que contemplem a vida pessoal e laboral.
A coleta de dados deverá ser realizada tanto de maneira virtual, quanto presencialmente, após o fim do período de isolamento social para a contenção da pandemia do novo coronavírus. “Essa é a primeira vez que os profissionais de segurança pública do Brasil serão ouvidos de maneira sistematizada, numa pesquisa que associa relevância e rigor científico, para construção de políticas públicas que objetivem os servidores da segurança pública”, afirma o professor Thiago Nascimento (IP), gestor substituto do projeto. Em todas as fases do projeto, docentes, alunos de graduação e de pós-graduação da UnB estarão envolvidos.
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