EM AÇÃO

Profissionais produziram notas técnicas com recomendações para prevenção ao novo coronavírus em estabelecimentos veterinários e agropecuários

Hospital Veterinário (HVet) mantém atendimento em regime de plantão para animais de grande porte e silvestres já internados. Foto: André Gomes/ Secom UnB

 

As atividades acadêmicas da UnB estão temporariamente suspensas por conta da pandemia do novo coronavírus (SARS-Cov2), mas, os alunos do Programa de Residência Médica-Veterinária não ficaram de braços cruzados. A turma de residentes que atua no Hospital Veterinário (HVet) da UnB elaborou duas notas técnicas com orientações para a prevenção de transmissão da Covid-19: uma destinada aos consultórios, clínicas e hospitais veterinários, e outra, aos pet shops e lojas agropecuárias do Distrito Federal.

 

"Estamos sem aulas presenciais, por enquanto, mas assim que o Hospital Veterinário voltar a funcionar, as medidas de proteção terão de ser implementadas. Por isso, elaboramos esses guias práticos com instruções que também servem para as clínicas e hospitais veterinários da cidade", explica Bryam Amorim Santana, médico-veterinário no segundo ano da residência que participou do trabalho.

 

Os materiais, produzidos a pedido da Subsecretaria de Vigilância à Saúde do Governo do Distrito Federal (GDF), serão divulgados como cartilhas educativas aos estabelecimentos veterinários e agropecuários. Com medidas preventivas, como política de higiene dos profissionais e de limpeza das instalações físicas, as publicações orientam sobre o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e como agir no atendimento, inclusive com recomendações aos clientes e análise dos níveis de risco adaptada da Academia Brasileira de Medicina Veterinária Intensiva (Bveccs) e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

 

"Com protocolos que reduzirão os riscos epidemiológicos de transmissão do vírus, os materiais visam preservar a saúde de agentes públicos, tutores, visitantes, profissionais de saúde e demais funcionários e evitar contaminações em grande escala que possam sobrecarregar o sistema público de saúde", explica a diretora da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV), Simone Perecmanis.

 

De acordo com o coordenador da Residência Médica Veterinária da UnB, Fábio Ximenes, o programa conta com recursos do Ministério da Educação (MEC). E, por ser multiprofissional, os alunos, independentemente da área, são envolvidos ao máximo em ações de apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS), como os programas de Saúde da Família e de Controle de Zoonoses.

Residentes do HVet estão envolvidos no combate à Covid-19. Foto: Divulgação

 

Com a suspensão das atividades acadêmicas do HVet devido à pandemia, o coordenador explica que o espaço só manteve atendimento em regime de plantão para os setores de clínica de animais de produção e de animais silvestres, onde existem pacientes internados que demandam continuidade de tratamento e de alimentação.

 

"Os residentes que atuam nos demais setores ficaram em trabalho remoto e, como forma de colaborar para o enfrentamento do novo coronavírus, oferecemos apoio ao GDF, que nos demandou o desenvolvimento dessas notas técnicas", explica Fábio Ximenes.

 

Para Bryam Santana, residente de doenças infecciosas e parasitárias, a função do médico-veterinário não é só atender os animais, mas também está muito ligada à saúde pública. "É um aprendizado muito importante trabalhar no enfrentamento de uma crise de saúde pública. Precisamos ter ideia de como se faz um plano de contingência, como se elabora uma nota técnica e como trabalhar para auxiliar não só a saúde animal, mas também a saúde humana", reconhece.

 

Os documentos foram elaborados por residentes do segundo ano, de diferentes áreas: patologias clínica e veterinária, doenças infecciosas e parasitárias, anestesiologia, anatomia patológica, laboratórios, clínicas médica e cirúrgica, de grandes animais e de animais silvestres.

 

PLANO DE CONTINGÊNCIA – Em breve as atividades do HVet serão retomadas. Por isso, está sendo trabalhado um plano de contingência para manter o atendimento, sem colocar os profissionais em risco.

 

"Estamos avaliando todos os setores, qualificando os ambientes do hospital e os fluxos de corredores, e sugerindo propostas para adaptação dos atendimentos e manutenção da segurança. A ideia é reduzir o máximo possível o contato com os clientes e tutores, por tratar-se da Covid-19, uma doença muitas vezes assintomática", afirma Simone Perecmanis.

 

Para isso, a ideia é propor o estabelecimento de formas alternativas de triagem, anamnese – registro de informações sobre paciente que auxiliam a iniciar o diagnóstico – e condução das consultas que possam garantir a segurança para os médicos-veterinários, residentes, técnicos administrativos, animais e tutores, inclusive com melhoria de uniformização e uso de EPIs por toda a equipe. Ao término da elaboração, a UnB pretende auxiliar clínicas, consultórios e hospitais a estabelecer suas propostas de contingência específicas.

 

"A ideia é fechar o plano de contingência para quando reabrirmos o HVet e, depois, oferecer essa consultoria gratuita aos estabelecimentos veterinários do DF que quiserem elaborar seus planos, levando em consideração as particularidades físicas e o espaço de cada um", comenta o residente Bryam Santana.

 

Leia mais:

>> UnB é responsável por 44.998 empregos no DF

>> Repositório lançado pela UnB reúne iniciativas contra o novo coronavírus

>> Unidas contra a Covid-19, UnB e Brasília celebram aniversário neste 21 de abril

>> UnB mantém, em modo remoto, atividades administrativas, pesquisas e iniciativas de extensão

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.