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A Universidade de Brasília tem relação íntima com o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que foi criado em 1965 por iniciativa do docente da UnB Paulo Emílio Salles Gomes. Entre as obras premiadas neste ano – na 50ª edição do evento – estão outros nomes de pessoas ligadas à UnB, sejam professores ou estudantes.
Adirley Queirós, vencedor de direção do Troféu Candango na categoria longa-metragem pelo filme Era uma vez Brasília, é exemplo. Egresso do curso de audiovisual da UnB, o diretor tem carreira pontuada por premiações. Além dele, há também os ex-alunos Gustavo Menezes (diretor de O Homem que não cabia em Brasília, vencedor pelo júri popular do 1º Festival Universitário de Cinema de Brasília – FestUniBrasília) e Renan Montenegro (diretor de O Menino Leão e a Menina Coruja, curta-metragem vencedor da Mostra Brasília e do Prêmio CiaRIO).
Três estudantes da Faculdade de Comunicação (FAC) também foram premiados: Lucas Araque (melhor montagem por Afronte na Mostra Brasília); Bruno Victor e Marcus Azevedo (menção honrosa pelo método de construção criativa no FestUniBrasília e Prêmio Saruê por Afronte). Flora Egécia, egressa de Design, levou prêmio de melhor direção de arte, com Bianca Novais e Pato Sardá, por O Menino Leão e a Menina Coruja.
Maurício Fonteles, professor da UnB, ganhou prêmio do júri popular por melhor edição de som pelo filme Tekoha – Som da Terra. Desde 2012, quando ingressou no mestrado na Faculdade de Comunicação (FAC), o docente pesquisa som. Cursando o doutorado na mesma área, Fonteles destaca que a imersão acadêmica conferiu embasamento teórico para a construção sonora.
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“A pesquisa mudou meu modo de trabalhar. Às vezes, em um ponto de vista até filosófico. Não só técnico, mas na questão de como vai ser recebido pelo público. Acho que a relação entre pesquisa e prática aguça a percepção”, reflete.
Sobre ganhar um prêmio de cinema e lecionar no Departamento de Audiovisual e Publicidade, Fonteles comenta que, de certa forma, a premiação o torna uma referência para os estudantes.
“Eles me veem como alguém que está realizando cinema. Isso porque é comum, na academia, haver distanciamento entre a pesquisa e a prática. O prêmio simboliza uma aproximação entre essas duas esferas”, afirma.
A também professora da FAC Dácia Ibiapina levou três prêmios no Festival pelo documentário em curta-metragem Carneiro de Ouro, cujos roteiro e direção são assinados por ela. Ganhou o Troféu Candango na categoria curtas pelo júri popular, melhor direção, na Mostra Brasília, e melhor curta pelo júri popular. “Ganhar prêmio é a melhor coisa para o cineasta”, festeja. Segundo a professora, a presença do personagem do filme Dedé Rodrigues no Festival contribuiu para o feito. “Ele é muito comunicativo”, descreve.
O documentário é resultado de pesquisa desenvolvida pela professora durante estágio de pós-doutorado na Universidade Federal do Piauí (UFPI) sobre a produção cinematográfica da cidade de Picos, no sertão do Piauí. “O cinema documental é uma espécie de conhecimento. Meus filmes e a pesquisa acadêmica têm uma relação muito orgânica”, comenta.
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Na pesquisa de campo, Ibiapina conheceu três realizadores da região: Dedé Rodrigues, pastor Roberto Borges e Douglas Nunes. “Eles são verdadeiras estrelas do cinema por lá. São muito conhecidos”, relata. De acordo com a professora, a proposta é fazer uma série de três documentários, um para cada personagem. “O Brasil desconhece muito o que acontece no país. Desconhece que o país é muito grande, tem muitas geografias e muitas culturas”, opina.
“O pessoal de Picos faz um cinema que ocorre longe dos grandes centros de produção e, até o momento, longe das políticas públicas de estímulo”, observa. Os filmes são resultado de uma ação comunitária, em que há grande participação da comunidade local, pequenos patrocínios e apoio das prefeituras. “Para você ver a magia do cinema que desperta o sonho das pessoas, que superam muitas coisas para realizar esse sonho”, descreve.
O trio compõe o que a professora descreve como um sistema de produção completo, da produção à distribuição. “Eles lançam os filmes e depois vendem em DVD."
FESTUNI – “Ao completar 50 anos de Festival, os professores de audiovisual da UnB propuseram atividades conjuntas ao evento”, conta Dácia Ibiapina. Daí surgiu a primeira edição do Festival Universitário de Cinema de Brasília (FestUniBrasília). Nele, duas produções da Universidade foram premiadas: O Homem que não cabia em Brasília, dirigido por Gustavo Menezes e Afronte, dirigido por Bruno Victor e Marcus Azevedo. “Depois de plantar a semente, espero que o FestUniBrasília permaneça”, projeta Dácia Ibiapina.