GRADUAÇÃO

Professores e técnicos podem inscrever propostas até 20 de maio. Iniciativa prevê concessão de bolsas a estudantes para o desenvolvimento dos projetos

 

Encenação do filme O sexto sentido durante Summaê de Integrais da UnB. Metodologia desenvolvida por Ricardo Fragelli foi contemplada por edital do Cead em 2017. Foto: Divulgação

 

Uma simples mudança na configuração da sala de aula, a aproximação dos conteúdos às práticas cotidianas, o uso metodologias que estimulem o envolvimento do aluno, a inserção de mecanismos tecnológicos no dia a dia das disciplinas. Ações como essas podem mudar o processo de ensino e aprendizagem e trazer resultados promissores. Apostando nisso, edital do Centro de Educação a Distância (Cead) do Decanato de Ensino de Graduação (DEG) oferece apoio – na modalidade de bolsas – a metodologias educacionais inovadoras desenvolvidas dentro da Universidade de Brasília.

 

Até o dia 20 de maio, professores e servidores técnico-administrativos da UnB podem submeter propostas de práticas acadêmicas que tragam novidades aos processos de ensino e aprendizagem. A iniciativa prevê auxílio financeiro, no valor de R$ 400 por mês, a estudantes de graduação que ajudarão no desenvolvimento do projeto. Serão concedidas no máximo quatro bolsas para cada iniciativa e a indicação dos alunos será feita pelo docente ou técnico responsável pela proposta, se ela for contemplada.

 

“O edital compõe um programa institucional [A3M] de incentivo a estratégias para dinamizar o ensino, o aprendizado e o nível de engajamento e de motivação dos alunos ou outros recursos que modifiquem as dinâmicas tradicionais da sala de aula. A ideia é identificar essas ações, promovê-las e criar uma vitrine institucional para quem quiser fazer uso destas metodologias e recursos educacionais inovadores”, explica Lívia Melo, coordenadora do Programa Aprendizagem para o 3º Milênio (A3M/Cead).

 

EXEMPLOS – No ano passado, o primeiro edital de apoio à inovação educacional do Cead recebeu a inscrição de 92 projetos, dos quais 12 foram selecionados para receber um total de R$ 25 mil para aquisição de material bibliográfico e de consumo, compra de softwares e equipamentos de informática e concessão de bolsas. Outras 14 iniciativas aprovadas estão sendo executadas sem auxílio financeiro.

 

Única proposta coordenada por servidor técnico-administrativo e selecionada com ajuda de custo pelo edital de 2017, o ComNEGRA: Mídia de Comunicação Negra irá criar um ambiente para difundir conteúdos on-line de interesse da comunidade negra universitária. A coordenadora da ação é a diretora da Diversidade (DIV/DAC) da UnB, Susana Xavier. Ela conta que o projeto é uma criação conjunta com o estudante do curso de Antropologia Francisco Bezerra, com o objetivo de ampliar as discussões sobre questões raciais.

 

“A plataforma foi pensada para possibilitar o acesso a pesquisas, livros e autores que discutem a temática, instituindo um canal de debates com vídeos, documentários e outros materiais”, explica. A iniciativa está sendo desenvolvida no âmbito da DIV e do Centro de Convivência Negra (CCN) da UnB. Neste momento, os estudantes – cinco bolsistas e outros voluntários – estão pesquisando canais de comunicação com propostas semelhantes e levantando o material bibliográfico. Também está prevista a compra livros e equipamentos para a construção dos documentários e vídeos.

 

“A visibilidade e a abertura dadas a técnicos administrativos em editais desta natureza promovem a inclusão e incentivam o envolvimento deste segmento de servidores”, opina Susana.

Além de adotar as metodologias em sala de aula, Fragelli dissemina as técnicas para outros professores em cursos e encontros. Foto: André Gomes/Secom UnB

 

Outro projeto contemplado envolve as metodologias ativas e colaborativas de aprendizagem Rei da Derivada, Summaê e Trezentos, todas desenvolvidas pelo professor Ricardo Fragelli, da Faculdade UnB Gama (FGA). O docente já recebeu vários prêmios em reconhecimento aos métodos utilizados em sala de aula e aos resultados alcançados.

 

“O fomento proporcionado pelo edital do Cead aumenta a probabilidade de os projetos inovadores serem colocados em prática. Isso mostra que a Universidade não está alheia às ações internas para melhoria da educação. Também demonstra intenção de institucionalizar essas propostas, além de prover novas perspectivas aos projetos e criar oportunidades para que essas experiências sejam aplicadas por novos colaboradores e em outros contextos”, destaca Fragelli.

 

REGRAS 2018 – Além da documentação específica exigida pelo edital, as propostas apresentadas precisam conter título do projeto; justificativa; objetivos; descrição; metodologia; produtos a serem desenvolvidos; resultados esperados; critérios de seleção dos estudantes; atribuições dos participantes; orçamento resumido e cronograma de execução. A vigência dos projetos é de até 12 meses, prorrogáveis por até seis meses após apresentação de justificativa e avaliação do comitê de educação a distância.

 

Será aceita apenas uma proposta para cada docente ou técnico. A avaliação dos projetos seguirá critérios, como aderência do tema, qualidade técnica do texto, embasamento teórico, prático ou tecnológico e resultados esperados. Projetos sem aporte financeiro que já estão em desenvolvimento pelo Programa A3M também serão considerados.

 

A3M NA UnB – Em vigência desde o ano passado, o Programa Aprendizagem para o 3º Milênio do Cead busca potencializar iniciativas que promovam aprimoramento no processo de ensino e aprendizagem e na interação com os alunos.

 

Segundo a coordenadora Lívia Melo, a melhoria da aprendizagem na UnB – foco do programa – não se restringe ao uso de tecnologias em sala de aula. “Passa também pelas formas de organização, pelas metodologias de ensino e pelo protagonismo do estudante”, ressalta.

 

A promoção de eventos, encontros temáticos, maratonas de ideias e minicursos são algumas das ações desenvolvidas pelo programa. A expectativa da coordenação é lançar, até o fim do ano, um portal na internet para divulgar os conteúdos, palestras e metodologias produzidas ou financiadas pelo A3M. O Cead trabalha ainda na construção de um repositório institucional de inovação para divulgar experiências e inspirar novas práticas.

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