HOMENAGEM

Márcia Abrahão parabeniza comunidade acadêmica feminina pelo 8 de março e reflete sobre avanços ainda necessários para alcançar a equidade de gênero

 

Queridas colegas docentes, técnicas e estudantes,

 

Há poucos dias passamos pelo marco dos 90 anos do voto feminino. Certamente, uma das conquistas mais importantes para as mulheres brasileiras. Agora, o oito de março nos convida a refletir sobre os avanços e retrocessos do espaço da mulher na sociedade, na política, na ciência e na vida profissional e pessoal.

 

Na Universidade de Brasília (UnB), nós nos destacamos em diferentes áreas do conhecimento e na gestão. Somos maioria entre estudantes e técnicos-administrativos. Entre docentes, representamos quase 46% do quadro. Ocupamos cinco dos oito cargos da Administração Superior. Pela primeira vez, duas mulheres conduzem o orçamento da Universidade. Dados que se aproximam de uma paridade de gênero deveriam ser a regra e não a exceção, mas o caminho para a superação das desigualdades de gênero é árduo e exige esforço coletivo.

 

Prestes a completar 60 anos em 21 de abril, a nossa jovem Universidade travou lutas importantes para a valorização da mulher. Estamos avançando. Um dos feitos mais recentes se concretizou com a criação da Câmara de Direitos Humanos (CDH), aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni), em outubro de 2021. A Política já havia sido aprovada em abril do mesmo ano. Ter uma instância com o papel estruturante de propor e monitorar políticas e ações de promoção e proteção dos Direitos Humanos na Universidade foi uma conquista adquirida depois de muito debate e com forte engajamento de mulheres de nossa comunidade. Estamos avançando e me orgulho de contribuir com este processo, como ex-aluna e reitora da UnB. Cada uma de nós e todas juntas somos responsáveis por conquistar as mudanças necessárias, para que as novas gerações possam dispor de condições mais favoráveis à participação e ao desenvolvimento das mulheres.

 

Sabemos que a pandemia de covid-19 aprofundou ainda mais as desigualdades de gênero, com sobrecarga de atividades profissionais e domésticas. As cientistas, entretanto, têm se destacado no combate à pandemia em todo o mundo, e particularmente no Brasil. Na UnB, estamos atentas à criação de outras formas de apoiar as meninas e mulheres da nossa comunidade. Além do auxílio creche que criamos para estudantes em vulnerabilidade socioeconômica e do fim da proibição de estudantes grávidas permanecerem na Casa da(o) Estudante, finalmente o sonho de ter um espaço de pesquisa em primeira infância e uma creche na UnB será concretizado. Em fase de construção, o prédio terá capacidade para atender 94 crianças em período integral ou 188 divididas em turnos matutino e vespertino.

 

É tempo de debates e construções coletivas para a expansão dos direitos das mulheres. Durante todo o mês de março, a UnB preparou rodas de conversa, mesas-redondas, edição especial do Fórum Estudantil, mostra de filmes, oficinas, webinários e lançamento de livros. São atividades que reunirão mulheres inspiradoras e com diferentes atuações para realçar temas como maternidade, saúde mental, política de gênero, mulheres na ciência, gestão, saúde mental, sexualidade, violência, mercado de trabalho, entre tantos outros assuntos. Aproveitem a extensa programação.

 

Levaremos adiante a missão de manter cristalinas, nas estruturas da UnB, as transformações que decorrem da mudança dos tempos, da representatividade e da superação das desigualdades, tão presentes no DNA da nossa Universidade.


Parabenizo todas as mulheres, motivo de muito orgulho. Sempre.

 

Márcia Abrahão
Reitora