A série publicada pela Secretaria de Comunicação (Secom) e pela UnBTV com os decanos da Universidade de Brasília segue com a entrevista ao professor Sérgio de Freitas, nomeado para ocupar o Decanato de Ensino de Graduação (DEG) desde fevereiro de 2018. Escolhido para substituir Cláudia Garcia, o decano avalia o cenário atual do DEG e define planos para o futuro.
Antes de chegar ao Decanato de Ensino de Graduação (DEG), Sérgio de Freitas, professor de Engenharia de Software da Faculdade do Gama (FGA), ocupava a diretoria do Centro de Educação a Distância (CEAD) da UnB. Sua atuação na unidade visou reestruturar os cursos de ensino a distância, por meio de inovação metodológica e uso de tecnologias de informação, com destaque para o lançamento do programa Aprendizagem para o Terceiro Milênio (A3M).
Um dos objetivos da empreitada foi mudar a maneira como as coisas acontecem na sala de aula, dando aos docentes subsídios para atuarem de forma mais atrativa junto aos estudantes. “Entendo que o convite para o DEG surgiu a partir desse conjunto de experiências”, afirma o decano, que lecionou na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) antes de vir para Brasília.
Soma-se à experiência do decano a participação, desde 2006, como avaliador do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o que lhe rendeu “não só conhecimento da política educacional brasileira, como também sobre legislação e sobre diversas instituições no país”.
Ao longo da jornada acadêmica, o professor de Engenharia percebe que as mudanças tecnológicas têm impactado a forma que as novas gerações interagem, inclusive, com o conhecimento. “As instituições de ensino, nacionais e internacionais, estão buscando entender o que está acontecendo e como trazer soluções para essa nova interação”, observa o especialista.
Para Sérgio, uma estratégia fundamental na gestão é compreender o contexto da UnB, que inclui iniciativas desenvolvidas por cerca de 150 docentes em diversas unidades acadêmicas. “Nosso objetivo não é buscar coisas mirabolantes, mas entender o que esses professores estão fazendo, transformar e permitir que outros professores na Universidade de Brasília atuem”, explica.
O decano acredita que a voz do estudante precisa fazer parte desse momento de redesenho de práticas. “Estudante não é um ser passivo, pelo contrário, é ativo e tem tanta bagagem que deve ter a opinião sobre como resolver esse problema considerada ", diz. Confira a seguir a entrevista na íntegra.
Qual sua proposta de gestão para o DEG?
Primeiro é dar continuidade às ações desenvolvidas pela professora Cláudia e pela atual gestão, incluindo os projetos e editais lançados. O segundo momento decorre do que a reitora Márcia Abrahão chama de educação para o século 21, alinhada à proposta de inovação metodológica. Precisamos de melhor entendimento sobre nosso estudante em termos de aprendizagem e de sala de aula, e também sobre os anseios dos discentes. Nas metodologias ativas, o aluno é convidado a atuar sobre o seu processo de aprendizagem. Segundo minha experiência, com essa abordagem ele muda sua perspectiva, insere-se no processo e, quanto mais aprende, mais passa a ser um sujeito atuante, pesquisar e ter domínio do conhecimento. Não digo que a metodologia tradicional seja ruim ou defasada, mas precisamos criar novas perspectivas.
Quais são os atuais desafios do decanato?
A missão primordial da UnB é o estudante de graduação. Não que as outras áreas – pesquisa, pós-graduação e extensão – tenham menos importância, e sim porque o primeiro grande desafio é entender o ingresso na Universidade. É crucial que esse estudante perceba que prestamos um serviço para a sociedade e ele é bem-vindo nessa tarefa. Nosso objetivo é fornecer subsídios para que a UnB seja aproveitada ao máximo, porque isso está ligado ao segundo grande desafio, relacionado ao final da graduação. A partir do momento em que se entende o que é a UnB, é possível vislumbrar as inúmeras possibilidades. Em resumo, nosso grande desafio não é ser professor, é ser humano.
Como o DEG planeja a introdução das metodologias ativas na UnB?
Temos que motivar e sugerir o uso dessas metodologias nas disciplinas e cursos cuja aplicação possa produzir os melhores resultados. O DEG formalizará isso por meio de regimento e regulamentação. A ação também estará atrelada ao uso de tecnologias de informação e de comunicação (TICs). Isso porque hoje o aluno já chega à UnB adaptado ao uso da tecnologia. Dados mostram que 80% dos jovens no Brasil têm acesso à internet e, portanto, sabem utilizar a rede e entender as potencialidades que estão ali. Então, propomos aliar metodologias ativas às TICs. Para isso, temos parcerias com o CEAD, que tem desenvolvido o programa Aprendizagem para o Terceiro Milênio, e também com outras unidades acadêmicas com pesquisas na área. Em um segundo momento, coletaremos experiências e levaremos à comunidade universitária para que, a partir de resultados, ela possa implementar o uso dessas metodologias. Desse modo, esperamos que o professor tenha um produto que possa comparar, entender e usar na sua sala de aula. O DEG visa mediar e introduzir políticas na instituição, mas a execução ficará por conta das parcerias.
Confira a íntegra da entrevista da UnBTV:
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